Sem Dragon Ball Super, em hiato por tempo indeterminado, quanto Boruto consegue sustentar a revista?
V-Jump #06 (19/04/2024):
1. DRAGON QUEST: Dai no Daibouken -Yuusha Avan to Gokuen no Maou- c41 (Capa e Pági)
2. YU-GI-OH! OCG Structures c59
3. YU-GI-OH! OCG STORIES Magistus-hen c04
4. BORUTO -TWO BLUE VORTEX- c09
5. N・E・O Shindou no “Pro”logue c03
Inu Mayuge Deikou c363
Ausentes: • DRAGON BALL SUPER c104
Certamente não estava no planejamento da V-Jump ter somente Boruto entre as séries que vendem bem. Sim, Dragon Quest e Yu-Gi-Oh são marcas conhecidas, contudo, mesmo Yu-Gi-Oh vendendo bem, a obra passa muito longe de conseguir sustentar as vendas de uma revista. Dragon Quest, que acabou sendo Capa e Página Colorida de Abertura dessa edição também não tem CACIFE para ser um pilar.
As vendas da V-Jump se sustentavam praticamente em três pontos: O primeiro sendo o seu conteúdo de jogos na revista, que continua presente. O segundo ponto é justamente os capítulos de Boruto, série que vende um pouco mais de 88 mil cópias por mês. E para encerrar, tínhamos Dragon Ball, mangá que vendia mais de 200 mil cópias, e se tornava o PRINCIPAL CARRO-CHEFE da revista. Com o seu hiato, por causa da morte do Akira Toriyama, acabou fazendo assim que o peso comercial da revista caísse nos braços dos dois primeiros pontos. É possível que Dragon Ball Super retorne, com o desenhista realizando o roteiro, mas mesmo assim deve restar por poucos capítulos.
Boruto, por mais que ainda seja um sucesso comercial e tenha sua relevância para a revista, na minha opinião não tem forças para que sozinho consiga sustentar as vendas da V-Jump. É necessário assim procurar um novo lançamento que seja tão interessante quanto. Diferente dos demais departamentos que trabalham com autores novatos e promissores, a V-Jump não tem uma força independente forte o suficiente para realizar isso. Então, lançar novas IP, iria requerer um investimento que a revista simplesmente não tem.
A solução mais óbvia, e inteligente, deste modo é justamente apostar em lançar uma continuação de algum mangá popular antigo ainda popular com os jovens ou transferir alguma série de outra revista (para ambos é necessário uma colaboração com autores veteranos e com outros departamentos da Shueisha). Obras que poderiam “substituir Dragon Ball Super”, são clássicos dos anos 2000 e 2010, entre eles o “Arco do Inferno” de Bleach – caso Tite Kubo não queira lançar semanalmente na Weekly Shonen Jump ou a editora não tenha interesse em lançar uma nova história de Bleach -.
Lançar uma continuação de Nura ou Toriko ajudaria muito a revista, mesmo que não tivesse o mesmo peso de Dragon Ball – algo muito difícil de ser alcançado, vamos ser sinceros -, por isso “juntas” podem acabar ajudando a revista a se recuperar da perda de Dragon Ball Super. Essas duas obras têm um bom público e são escritas por autores que parecem estar com dificuldades em encontrar novas obras de sucesso. Autores que estão lançando novos mangás que vendem relativamente bem, como a autora de Katekyou Hitman Reborn e o autor de Beelzebub, dificilmente aceitariam lançar uma continuação na V-Jump.
Já na questão da transferência, para mim é bem complicado. Nenhum autor da Jump SQ ou da Shonen Jump + aceitaria ir para a V-Jump, pois isso seria ir para uma revista de menor proporção, podendo resultar na perda de leitores dos seus mangás. Atualmente não temos nenhuma série da Weekly Shonen Jump que possa ser transferida para uma revista mensal: Os autores com problemas de saúde (Jujutsu Kaisen e Boku no Hero Academia) já estão terminando suas obras. E aquele que seria o melhor para uma transferência é Tabata Yuuki, com Black Clover, que porém está GIGA, lançando um ou dois capítulos a cada três meses. Ir para uma revista mensal não vai acontecer.
A última opção, que na verdade é aquela que na minha opinião vão apostar é lançar uma IP que NÃO É DA SHUEISHA, mas sim de um jogo talvez da Namco. Um novo mangá de Digimon ou um novo mangá de alguma franquia de celular que o público goste. Eu acredito que essa seja as melhores opções – duvido que um único mangá dê certo, mas caso lance dois de duas franquias importantes, é possível diluir o peso da perda de Dragon Ball.