O que você acha de uma dose mensal de Jump SQ? Nessa edição no qual Sousei no Onmyouji comemora 10 anos, tivemos péssimas notícias para várias séries.
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Como acontece com outras revistas, vou dedicar a análise da Jump SQ somente aos acontecimentos mais relevantes da semana, não comentando assim cada lançamento. São 24 séries ao mês, e eu teria que escrever cinco páginas Word para comentar de cada uma – Em breve será lançada uma matéria para vocês conhecerem os mangás da revista -. Sem mais delongas, vamos para a TOC:
Em primeiro lugar, tivemos This Communication que terminou naturalmente, mas ao mesmo tempo terminou cancelado. O que quero dizer com isso? Então, é o FAMOSO encerramento precoce. O mangá nunca convenceu com suas vendas, que sempre foram menores que cinco mil cópias por volume. Mas ao mesmo tempo, a série nunca entrou entre as menos populares da revista, por isso os editores decidiram chegar a um compromisso: Dar um encerramento digno, mas precoce. This Communication não entrará na história, e provavelmente cairá no esquecimento, mas pelo menos conseguiu lançar 49 capítulos na revista.
Em segundo lugar tivemos Kemono Jihen, que vendeu atualmente ~60 mil cópias, uma quantidade próxima a Kono Oto Tomare e Owari no Seraph – eu consideraria esse o BONDE dos veteranos estáveis – são obras que já tem muitos anos de vida, principalmente Owari no Seraph e Kono Oto Tomare!, mas continuam entre os mangás mais lucrativos do mercado. A Jump SQ sabe que pode confiar nesse trio sempre quando precisar.
Em quarto lugar, tivemos Gokurakugai, que continua sendo a obra mais promissora da revista (e uma das mais promissoras do mercado). O mangá é um Battle-Shounen que a revista estava esperando há anos, contudo, tem um grande problema: A saúde do autor não parece ser tão boa assim, deste modo os editores não estão dando tanta página colorida ou capas para a série – mesmo ela sendo TOP 10 mangás mais promissores do mercado sem anime -. Isso me faz acreditar que com o passar dos anos, se tornarão comuns pausas e hiatos para Gokurakugai, infelizmente.
Em oitavo lugar, tivemos Kodomo no Kuni, que recebeu uma página colorida em comemoração ao lançamento do seu primeiro volume, mas bem, o destino de Kodomo no Kuni parece ser bem certo: A série não conseguiu nem vender 1.500 cópias no seu primeiro volume, e em breve os editores devem começar a classificar mal o mangá. Esse mangá de ação futurístico, com traços mais infantilizados, infelizmente não teve nenhum capítulo traduzido nem para o inglês, por isso é improvável que vejamos qualquer conteúdo sobre Kodomo no Kuni chegando no ocidente. A Jump SQ precisa procurar outros sucessos.
Em nono lugar, tivemos World Trigger que continua sua lenta, mas confiante jornada na revista. A saúde do autor já se estabilizou em um nível no qual ele consegue lançar com uma boa frequência capítulos mensais, tendo que realizar somente algumas pausas ao longo do ano, e assim entregar um conteúdo constante aos seus leitores. Para quem não sabe, World Trigger era um mangá da Weekly Shonen Jump que teve um anime produzido pela Toei Animation. O mangá acabou sendo transferido para a Jump SQ por causa de uma doença crônica do autor.
Muitas vezes, essas transferência resultam em quedas em vendas, mas as vendas de World Trigger continuam altas mesmo assim. A obra é o mangá que mais vende na Jump SQ e está no TOP 10 Shonen mais bem vendidos do mercado, por isso, mesmo com o hiato, mesmo com várias pausas e mesmo com a transferência World Trigger mostrou uma força que poucas obras conseguiram ter na história.
Em décimo primeiro lugar, tivemos Sousei no Onmyouji comemorando 10 anos: A história de Sousei no Onmyouji na revista é bem interessante. O mangá assim que lançado conseguiu agradar bastante o público-alvo, principalmente pela sua temática de exorcista que estava muito na moda na revista (a causa do sucesso de Ao no Exorcist, ausente nessa semana). As suas vendas eram altas, começou a ser licenciado para vários países e muitos realmente esperavam que Sousei no Onmyouji se tornasse um novo pilar da Jump SQ, contudo, dez anos depois o mangá está em uma situação completamente diferente.
O anime produzido pelo Pierrot não deu certo, e assim as vendas de Sousei no Onmyouji começaram a cair, vendendo atualmente 39 mil cópias – a série acabou sendo superada por Kono Oto Tomare!, Kemono Jihen e agora por Gokurakugai -, e assim pouco a pouco perdeu a sua relevância, se tornando agora somente um mangá de meio de tabela. Não é que Sousei é um “FLOP”, muito pelo contrário, vende bem para os números do mercado, mas sabemos que com um bom anime e com melhores decisões no roteiro, poderia estar vendendo acima de 100 mil cópias.
Com página colorida, na décima terceira colocação, tivemos Shin Tennis no Oujisama que lançou seu novo volume, que continua vendendo igual a sempre. Shin Tennis no Oujisama é já um clássico, tendo atualmente 41 volumes lançados pela Jump SQ, mas antes era lançado na Weekly Shonen Jump, no qual durante o começo dos anos 2000 se tornou um pilar da revista. Shin Tennis no Oujisama, deste modo, deve continuar até quando o autor se cansar, o que não parece que não vai acontecer tão cedo.
Em décimo oitavo lugar, tivemos Phantom Busters que teve boas vendas iniciais, mas nada de espetacular, já que não conseguiu nem superar 10 mil cópias no primeiro volume. Porém, entre os novos lançamentos, é um dos mais promissores em vendas e tem vários mangás na revista que vendem menos que Phantom Busters, por isso os editores devem sim apostar nesse Battle-Shounen que une fantasma com comédia, o Ghostbusters da Jump SQ. Na próxima edição, a série irá receber uma página colorida.
Na última colocação, tivemos Sensou Kyoushitsu, que não está em último lugar por nada: Eu não estou lendo os capítulos atuais de Sensou Kyoushitsu, por isso não sei quanto a série pode estar próxima ao seu encerramento, mas quando o assunto são suas vendas, é inegável que Sensou Kyoushitsu é um dos mangás que menos vendem na Jump SQ (com menos de 2 mil cópias por volumes), e todas as tentativas de divulgação, incluindo páginas coloridas e estandes na Jump Festa deram errado. Assim, é questão de meses para os editores levarem Sensou Kyoushitsu a ter um encerramento precoce parecido com aquele de This Communication.
Para a sorte dos leitores da obra, a Jump SQ é muito menos severa que a Weekly Shonen Jump, por isso mangás menos populares conseguem sobreviver por mais tempo, entretanto, tudo tem seu limite. E eu acredito que Sensou Kyoushitsu tenha chegado em seu tempo máximo de vida, e muito dificilmente conseguirá superar o ano de 2024. Se conseguir, será mais por termos continuamente fracassos na revista, como Kodomo no Kuni, do que por boas vendas de Sensou Kyoushitsu, que claramente não consegue convencer o público japonês.