Uma semana até simples da ToC, mas que teve como grande destaque uma obra específica: Mokushiroku no Yonkishi, então focarei nela na seção de destaque! Mas claro, chequem a ToC inteira para mais uma avaliação semanal da segunda maior revista shonen do Japão. Vamos à ToC:
- Mokushiroku no Yonkishi (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 138
- Megami no Café Terrace Ch. 140
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 82
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 166
- Banjou no Orion (Página Colorida) Ch. 06
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 317
- Ao no Miburo Ch. 113
- Mayonaka Heart Tune (Página Colorida) Ch. 19
- Edens Zero Ch. 275
- Kakkou no linazuke Ch. 192
- Blue Lock Ch. 251
- Brave Bell Ch. 33
- Kanan sama ha Akumade Choroi Ch. 84
- Akabane Honeko no Bodyguard (Página Colorida, Anúncio de Filme) Ch. 68
- Kuroiwa Medaka ni Watashi noKawaii ga Tsujinai Ch. 122
- Sentai Daishikkaku Ch. 128
- Fumetsu no Anata e Ch. 183 – 2
- Hajime no Ippo Ch. 1448
- Yowayowa Sensei Ch. 60
- Gachiakuta Ch. 85
- Jyushin no Katana Ch. 14
- Mononoke no Ran Ch. 16
Ausências: Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 126, Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiatus)
Na capa temos uma atriz dessa vez, mas abrindo a sessão de mangá, as primeiras páginas coloridas ficaram com Mokushiroku no Yonkishi que terminou as vendas de seu novo volume mantendo ou até crescendo um pouco do anterior, além disso trouxe mais informações a respeito do seu anime em andamento. Falarei bem mais da série, seu papel na revista e o legado do mega sucesso Nanatsu no Taizai no destaque!
A segunda posição da ToC é merecida para Megami Café Terrace, que ao contrário das outras grandes romcom da revista (Kanojo Okarishimasu e Kakkou no Iinazuke), está mantendo suas vendas. Muito disso se deve claro ao anime que teve uma temporada ano passado e já está passando PVs para sua continuação, mas acredito também que uma boa recepção aos arcos mais recentes e o desenvolvimento da história auxiliam nisso. É possível que o mangá logo se torne o maior do gênero em vendas na Magazine.
Terceira colocação vai para outro mangá em ótimo estado, o grande hit “novo” da revista, Seitokai ni mo ana wa aru. Quase todas as séries da revista já passaram do seu pico, mas Seitokai continua crescendo a cada volume mesmo sem um anime ainda. Na quarta colocação vai para Shangri-La Frontier, para assim uma “Elite Quatro” na abertura da revista. Tivemos quatro dos maiores sucessos da Shonen Magazine nas primeiras colocações. Shangri-la Frontier também teve um episódio recente no anime com excelente recepção, a adaptação está entregando tudo que fãs do mangá queriam e trazendo novos espectadores.
Banjou no Orion aparece com o quinto posto ainda naquele período de promoção de uma série nova. A dinâmica do par principal é realmente um ponto forte do mangá, mas até agora não parece ter conquistado muitos leitores novos. Já o sexto lugar Kanojo Okarishimasu continua ali na frente pela sua popularidade, que está muito aquém do seu ápice, mas ainda o coloca como um dos sucessos atuais. A progressão do arco atual pode quem sabe implicar uma proximidade de sua parte final? Além disso é interessante ressaltar que a outra obra do autor Reiji Miyajima, Shiunji-ke no Kodomo-tachi da revista Young Animal, teve uma adaptação em anime anunciada — com menos de 2 anos — e só mostra que o mangaka é realmente alguém com confiança da indústria.
Ao no Miburo no sétimo lugar novamente na parte da frente por questões de Promover O Anime, tenho curiosidade para saber se o mangá despencará na lista após a exibição do mesmo, mas tem muito tempo até lá. Mayonaka Heart Tune é o oitavo na ToC, novamente promovendo um mangá recente que o editorial CONFIA apesar das vendas só ok do primeiro volume. Essa edição também traz uma entrevista sobre a série com a super popular dubladora Ayane Sakura, que fez vozes no PV do mangá, o que ressalta o tanto de marketing que está recebendo.
Na nona posição, Edens Zero precisa de mais 25 capítulos para bater os 300, mas isso basicamente é meio ano. A marca dependerá da duração do arco final da série. O décimo da ToC, Kakkou no Iinazuke é outro daqueles mangá já muito aquém do seu ápice, mas que vende muito mais que qualquer novato ainda. Em décimo primeiro lugar e bem no centro da revista temos de novo O Pilar com P maiúsculo Blue Lock, ainda com muito potencial como franquia pela vinda de seu filme e futura segunda temporada do anime.
Brave Bell atipicamente aparece em décimo segundo nessa ToC. Talvez por terem anunciado uma série de TV de um outro mangá do escritor meeb, mas acho que é mais sinal de que talvez uma leva nova ainda esteja longe ou que só teremos Mononoke no Ran cancelado, mas seria só uma questão de tempo para Brave Bell ter o mesmo destino. Kanan-sama no décimo terceiro lugar fica acima de seu “rival” ecchi Yowayowa Sensei dessa vez, os dois mangá que aparentemente tem sua força no digital estão seguros.
Já Akabane Honeko logo abaixo em décimo quarto tem seu filme live action OFICIALMENTE anunciado — a adaptação já tinha sido vazada. O tempo que se demora para negociação de algo do tipo implica que o mangá realmente esteve sempre seguro por muito tempo e são coisas impossíveis de se prever que fazem acompanhar essas revistas algo excitante, quem esperaria isso de um mangá com baixas vendas e que nem tem muitos capítulos ainda?
Kuroiwa Medaka, o décimo quinto dessa ToC, é uma série de muito potencial para um anime, vendendo acima dos 20 mil por volume sem um anime e sempre sendo comparado com as outras romcom populares. Mesmo assim sem anúncio de anime mesmo com mais de 120 capítulos, demonstrando que o mercado em si não esperava ou demorou um pouco mais para reagir a esse sucesso.
Habemus Data! O décimo sexto lugar de Sentai Daishikkaku não apaga a boa semana da série, que teve a data de seu anime anunciada para Abril, já na temporada que vem! Além disso o mangá já está prosseguindo o roteiro com um arco novo, nada de final apressado por aqui.
Fumetsu no Anata e dá as caras numa posição um pouco acima de seu normal, dessa vez em décimo sétimo. O mangá teve uma queda de vendas acentuada na sua segunda metade, mas vai continuar normalmente. Já o décimo oitavo lugar de Hajime no Ippo é outra posição de variação padrão da Shonen Magazine.
Yowayowa Sensei e Gachiakute, décimo nono e vigésimo na ToC respectivamente, vão mais para o final dessa vez, mas sem muita preocupação. Essa parte mais para baixo costuma ter mais mangá sem anime em exibição mesmo, mas quem sabe ambos os mangá recebam as suas em 2025?
As duas últimas colocações vão para Jyushin no Katana, que vai precisar crescer no segundo volume para sair desse fundão, e Mononoke no Ran, um mangá que já vejo como apenas um zumbi ou time cumprindo tabela depois de ter sido rebaixado com rodadas de antecedência.
Destaque: Mokushiroku no Yonkishi
Como suceder um colosso? Mokushiroku no Yonkishi é um mangá atípico por ter seu ápice em vendas no primeiro volume de uma forma que é praticamente impossível retornar a esse patamar. A razão é óbvia para quem conhece a série: ser sucessor de Nanatsu no Taizai.
Falar de Nanatsu é falar de sucesso, é uma das obras mais icônicas da história da Weekly Shonen Magazine. Com apenas dois volumes, o mangá já tinha um milhão de cópias em circulação e terminou sua serialização com mais de 37 milhões em 41 volumes. São inúmeros incontestáveis, é uma das obras mais icônicas junto de Fairy Tail nos anos 2010 e um sucesso que foi além das fronteiras, com a série sendo um dos carros chefes da ala de anime do Netflix.
Era inevitável que os editores quisessem que Nakaba continuasse na revista, eles prezam muito por seus autores e não deixariam um dos seus maiores sair por muito tempo. O final de Nanatsu em si já prepara o leitor para uma continuação deixando algumas pontas soltas e potencial para explorar outros aspectos do mundo da obra — Mokushirok uo Yonkishi, uma história continuação no mesmo mundo começou em Janeiro de 2021, nem um ano depois de Nanatsu ter acabado.
Então esse é o óbvio, Mokushiroku no Yonkishi herdou as ótimas vendas de seu predecessor, que ainda vendia mais de 200 mil cópias ao mês por novo volume no final de sua serialização. Entretanto já é possível ver uma queda de leitores, já que o primeiro volume da continuação vendeu um pouco mais de 100 mil cópias.
Isso é TOTALMENTE normal porém. Se alguém não leu os posts do Nicolin a respeito de Boruto, recomendo darem uma olhada, mas o básico é: uma continuação inevitavelmente não venderá tanto quanto o anterior. Mangá geralmente tem picos para o meio e não ao final (tirando anomalias impossíveis como Kimetsu no Yaiba), então esse declínio padrão volume a volume continua. E tem muita gente que se dá por satisfeita só com o que leu e não liga para uma continuação por n motivos — talvez tenham se contentado com o final, perderam o interesse, só gostavam do Meliodas como protagonista, etc.
Claro, o mangá ainda é escrito de uma forma que novos leitores possam começar por ali, mas acho que é difícil disso acontecer até pela fama de Nanatsu no Taizai. Muita gente não leu, mas conhece e já se assustaria com a idéia de ler 340 capítulos de algo para curtir um mangá novo com todo o contexto. Vamos ser justos, muita gente lê Mokushiroku esperando personagens voltando e conexão com o roteiro de Nanatsu, o que é algo que também atrai leitores da série original. É uma faca de dois gumes porque garante uma base sólida de fãs já existentes, mas não vai trazer novatos.
O anime em exibição poderia ser esse ponto de entrada, mas a recepção japonesa é péssima, sempre estando perto do bottom do ranking de votos de usuários do Nicolive (stream) e sem engajamento nas redes sociais. Pensei que poderia ser legado das temporadas posteriores de Nanatsu com produção fraquíssima que não representam bem a excelente e incrível arte de Nakaba, um autor que sabe como trazer movimento e ação para o mangá de forma que poucos sabem…
Mas pelo visto a reclamação principal é sobre os dubladores. São todos novatos que começaram por volta de 2020 e com poucos papeis de destaque, com muitas críticas em relação a não se encaixarem nos personagens. O Percival particularmente é muito criticado por não ter uma voz mais “fofa” como esperado pelos leitores do mangá. São coisas da indústria japonesa, dubladores são um ponto de venda fortíssimo e o elenco de Nanatsu era estrelado por alguns dos maiores da indústria como Kaji Yuki de Meliodas, isso cria uma certa expectativa.
Mesmo assim é importante ressaltar que Mokushiroku no Yonkishi é importantíssimo para a Shonen Magazine, vendendo ainda 60 mil cópias por novo volume ao mês. O anime não fez o mangá crescer muito, mas estancou o declínio de vendas, agora mantidas iguais ou em crescente por três volumes já. Além disso, a franquia é amada pela Netflix como já falei e deve continuar recebendo apoio, já que continuam produzndo material todo ano e até um mangá antigo cancelado do Nakaba como Rising Impact vai ganhar anime. A importância do autor e de Mokushiroku no Yonkishi é inegável, não dá para se comparar tudo com seus ápices, mas sim o contexto de sua existência.