Chegou o momento de termos uma nova leva, dessa vez com DUAS NOVAS SÉRIES: Choujun! Choujo Senpai (Shun Numa) e Dear Anemone (Matsui Rin). Vamos comentar assim sobre cada um deles.
Choujun! Choujo Senpai (Shun Numa)
Começamos com “Choujun!”, o novo mangá de Shun Numa, o criador de “Samon-Kun wa Summoner”, que esteve na revista entre 2015 e 2017. O mangaká é um autor de comédia e, na minha opinião, um dos melhores da nova geração. O humor de “Samon-Kun wa Summoner” era de altíssima qualidade, e os personagens eram carismáticos. Shun Numa também conseguia entregar uma arte moderna, bonita de se ler, mas ao mesmo tempo capaz de transmitir expressões faciais hilárias.
Quem acompanhava o “Analyse It” em 2016-2017 sabe que tínhamos o Quarteto Não-Fantástico: “Samon-Kun wa Summmoner”, “Sesuji wo Pin! to”, “Hinomaru Zumou” e “Kimetsu no Yaiba”. Eram quatro séries que vendiam mal, mas se mantinham na revista devido à sua qualidade e por serem amadas pelo nicho dos fóruns/rede sociais japoneses. O “Não-Fantástico” vinha justamente do fato de que, por mais que fossem bem avaliadas pela crítica, as vendas estavam LONGE de serem fantásticas.
O quarteto acabou sendo desfeito em 2017-2018, quando “Kimetsu no Yaiba” começou a vender bem (acima de 100 mil cópias, antes mesmo do anime estrear), e também após os términos de “Sesuji wo Pin! to” e “Samon-Kun”. “Hinomaru Zumou” veio a encerrar em 2019. Com o retorno de Shun Numa para a revista, o único mangaká que não retornou após fazer parte do quarteto mais icônico da década passada é Gotouge, criador de “Kimetsu no Yaiba”. Quando será que Gotouge retornará?
Indo para “Choujun!”, o mangá será uma comédia investigativa sobrenatural, ambientada em uma delegacia – o que me lembra um pouco tanto “Kiruko-San” quanto “Kochikame”. O one-shot lançado no ano passado teve uma ótima recepção, na qual os leitores japoneses elogiaram muito o timing da comédia de “Choujun!”. Por isso, os editores não perderam tempo e em menos de um ano (tempo considerado bem curto para uma serialização) decidiram tornar a obra uma série.
Então, o que podemos esperar da série? Uma comédia TRADICIONAL, por isso não esperem que seja algo parecido com “Kill Ao” ou “Witch Watch”. “Choujun!” está jogando em um OUTRO CAMPEONATO, será mais próximo do que é “Boku to Roboco” hoje em dia. É um mangá que tende a não agradar os ocidentais, que, ao crescerem vendo somente Battle-Shounen e mangás de esporte, tendem a não gostar de comédias tradicionais, que têm um humor mais regionalizado, com piadas também mais localizadas. Já os japoneses crescem consumindo essas comédias e, por isso, gostam de obras como “Choujun”. Atualmente, a revista tem apenas um mangá desse gênero, que é justamente “Boku to Roboco”, por isso ter mais um entre 20-21 não é um grande problema.
Deste modo, eu não duvidaria que a série consiga ter uma boa recepção no Japão, mas uma terrível recepção no ocidente. Assim como acontece HÁ MAIS DE DEZ ANOS no Twitter e em outros fóruns ocidentais, algumas pessoas vão começar a acusar os japoneses de terem um gosto ruim – como se a visão delas fosse o parâmetro objetivo da qualidade de uma obra. Já vimos essa fita, é repetitiva, e peço para não trazer essa negatividade aqui para o site. É justo criticar e dar a própria opinião, mas também é justo entender que culturas e indivíduos terão visões diferentes sobre uma obra de acordo com a própria experiência. Não vamos desvalidar a opinião dos outros.
Dear Anemone (Matsui Rin)
O segundo mangá é do autor novato Matsui Ruin, que lançou o One-Shot intitulado “Anemono” na Jump GIGA Winter 2020; no entanto, esperem uma mudança muito grande em relação a esse mesmo One-Shot.
Antes, vamos conhecer o autor: Matsui Rin é um mangaká novato que lançou dois grandes One-Shots até agora. O primeiro sendo “Black Milk”, no qual seu traço era uma mistura entre esse atual e “Boku no Hero Academia”, o que levou algumas pessoas a suspeitarem que o autor tenha sido um assistente do Kohei Horikoshi (informação ainda não confirmada). Matsui Rin tem somente 22 anos, e seus mangás preferidos são: “One Piece”, “Boku no Hero Academia”, “Fool Night”, “To Your Eternity”, “Haikyuu” e “Shingeki no Kyojin”.
Em “Dear Anemone”, o autor se distanciou da arte estilo “Boku no Hero Academia” e desenvolveu mais o seu traço próprio, criando assim uma arte que leva a sua assinatura. O One-Shot conta a história de um mundo no qual a maioria das pessoas tem um poder nativo, no qual podem perder o controle, transformando-se em criaturas mais aterrorizantes. O One-Shot dialoga bastante com o terror; no entanto, esses quatro anos indicam que provavelmente o One-Shot teve ter sido rejeitado em várias reuniões.
Assim, o que veremos é provavelmente uma versão alterada que modificou vários elementos daquele One-Shot lançado na Jump GIGA 2020, talvez com elementos Battle-Shounen para assim agradar o público que gosta mais de ação. Mangás mais voltados para o terror muito raramente dão certo na revista, por isso, dar uma amenizada e adicionar mais elementos pode ser a decisão mais inteligente mesmo. “Dear Anemone” será uma aposta muito interessante.
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