Com um leve atraso de alguns dias (somente 20 dias), trago a vocês a TOC #02 da JUMP SQ, uma TOC importante principalmente para Ao no Exorcist.
Abrindo a revista, tivemos Ao no Exorcist, que ganhou essa capa para comemorar o lançamento da terceira temporada do seu anime. Tem dois mangás da revista que sempre estranhei nunca terem ganho novas temporadas: Owari no Seraph e Ao no Exorcist. Pelo menos, o segundo teve a possibilidade agora de lançar sua Season 3. Ao no Exorcist é um dos principais pilares da revista, o terceiro mangá que mais vende, e aquele que mais vende entre os mangás que nasceram na Jump SQ (já que World Trigger e Rurouni Kenshin derivam da Weekly Shonen Jump). Por isso, é muito importante esse anime para assim Ao no Exorcist continuar no holofote nessa sua reta final e também manter a Jump SQ em destaque.
Em primeiro lugar na TOC ocidental, mas segundo na classificação completa, Dark Gathering, que atualmente está vendendo 27 mil cópias após o bom rendimento do seu anime. Pode parecer pouco 27 mil para quem segue somente a Weekly Shonen Jump, mas é um resultado bom para uma revista como Jump SQ, principalmente se levarmos em conta que Dark Gathering conseguiu aumentar em 150% suas vendas com o anime. Dark Gathering é um mangá que une terror com aventura (e comédia também), e eu acredito que o ponto forte da série seja justamente o design das suas criaturas.
Em segundo lugar, tivemos Yuukoku no Moriarty: The Remains, um spin-off de Yuukoku no Moriarty que está em hiato. O mangá não vende tão bem quanto o original, mas é completamente normal; nem todos os leitores compram spin-offs ou continuações. Atualmente, The Remains vende 32 mil cópias, metade do que Yuukoku no Moriarty vendia. Continuando, em terceiro lugar, tivemos Kawaisugi Crisis, que é uma das comédias que melhor vendem na revista e também tem uma boa recepção interna, o que realmente importa para uma comédia. Por isso, mesmo tendo vendas consideradas baixas para a revista (2.800 cópias), está bem segura.
Em sexto lugar, tivemos Owari no Seraph; em décimo primeiro, Sousei no Onmyouji; e em décimo segundo, Kemono Jihen. Esses três mangás têm boas vendas, sendo Owari no Seraph aquele que vende mais, com 69 mil cópias por volume. Acho realmente injusto que Owari no Seraph nunca tenha recebido uma segunda temporada, mas parece que a Wit Studios preferiu se concentrar em outros projetos, por isso, Owari no Seraph acabou caindo no esquecimento. Já Sousei no Onmyouji e Kemono Jihen tiveram o “azar” de terem uma adaptação de qualidade ruim, principalmente Sousei no Onmyouji, com uma adaptação abaixo do esperado realizada pela Pierrot. Mesmo assim, eles ainda vendem bem, com Kemono Jihen vendendo 67 mil cópias e Sousei no Onmyouji, 39 mil cópias.
Em décimo terceiro lugar, tivemos Rurouni Kenshin, que é um caso bem polêmico. Todo mundo sabe sobre a condenação por pedofilia por parte do autor. Contudo, no Japão, essa tipologia de crime não é punida severamente, e o autor pôde continuar a publicar Rurouni Kenshin, que atualmente é o segundo mangá mais lucrativo da revista, perdendo somente para World Trigger. Como o caso está solidificado, e não teremos nenhuma mudança na decisão da SQ, resta a vocês escolherem se ler o mangá ou simplesmente ignorá-lo. Como eu já tinha dito na época, ainda em 2019, não tenho interesse em continuar lendo. Independente da minha visualização, Rurouni conseguiu se manter muito bem nas vendas, vendendo incríveis 172 mil cópias por volume atualmente. São resultados realmente espetaculares.
Em décimo sexto lugar, tivemos Show-ha Sho-ten!, mangá desenhado por Obata, artista de Death Note, Bakuman, Hikaru no Go, e muitos outros mangás. Eu gostaria de ver o Obata retornando à Weekly Shonen Jump, mas parece que o autor, que já tem 54 anos, não tem mais tantas condições de seguir o ritmo semanal. Inclusive, eu acho que a arte dele em Show-ha Sho-ten não está sendo tão espetacular como era nos seus mangás anteriores. Deste modo, levando em conta a sua idade e também como se encontra confortável no departamento editorial da Jump SQ, acho correto a sua permanência na revista.
Em décimo sétimo lugar, tivemos Sensou Kyoushitsu, o mangá de guerra medieval que continua vendendo muito mal. Por isso, eu diria para os leitores estarem preparados para um cancelamento neste ano. Os editores claramente querem manter Sensou Kyoshitsu, talvez por apreciar a qualidade da série ou por o mangá ter uma recepção interna melhor que seus concorrentes que vendem também mal. A prova é que levaram o mangá para a Jump Festa. Contudo, é inegável que Sensou Kyoshitsu não está conseguindo vender nem 2 mil cópias por volume, e isso é meio vergonhoso. Até quando os editores vão ignorar as vendas baixas e manter o mangá? Não sabemos, mas se preparem para a possibilidade de um cancelamento neste ano.
Em décimo oitavo e vigésimo lugar, tivemos This Communication e Datenshiron, respectivamente. Eu acho que os editores estão cansados das vendas baixas desses dois mangás. Deste modo, eu vejo Datenshiron sendo o próximo cancelado, com This Communication lutando contra Sensou Kyoushitsu pela sobrevivência. This Communication é um mangá sci-fi de ação que nunca conseguiu realmente convencer em vendas e atualmente vende 1.600 cópias por volume, uma quantidade bem abaixo do aceitável para a revista. A luta assim pelo cancelamento é bem acirrada, e ambos os mangás têm chances de serem cancelados em 2024, mas somente um deve ser cancelado ainda neste primeiro semestre.
Em último lugar, tivemos Yuugen Sekai no Einsof, que vendia muito mal e assim terminou sendo cancelado. Vai estrear em seu lugar Kentoushi AtoZ, de um roteirista experiente com um artista que não encontrei nada de relevante na sua carreira. Estou curioso para saber se será uma aposta válida ou mais um grande fracasso da Jump SQ.
Por fim, peço desculpa pelo atraso, eu estava com a cabeça tão cheia que tinha certeza que já tinha escrito a análise da Jump SQ desse mês, mas na verdade era o mês passado. Vou estar mais atento na próxima vez.