Celebrando a vitória de Blue Lock como o manga mais vendido do ano na Oricon, vamos falar mais uma vez de Shonen Magazine pela sua ToC!
TOC Weekly Shonen Magazine #52 (29/11/2023)
- Edens Zero (Página Colorida de Abertura) Ch. 266
- Mayonaka Heart Tune Ch. 10
- Brave Bell Ch. 24
- Blue Lock Ch. 242
- Megami no Café Terrace Ch. 131
- Sentai Daishikkaku Ch. 120
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 76
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 130
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 308
- Jyushin no Katana Ch. 05
- Kakkou no linazuke
- Asassin Sensei no Jonan (Two-shot especial, capítulo 1 de 2)
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 114
- Ao no Miburo Ch. 104
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 74
- Akabane Honeko no Bodyguard Ch. 59
- Yowayowa Sensei Ch. 52
- Hajime no Ippo Ch. 1442
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 118
- Gachiakuta Ch. 79
- KIMURAXCLASS Ch. 22
- Fumetsu no Anata e Ch. 181 – 1
Ausências: Mononoke no Ran Ch. 08, Usayama Joshi Koukou 2-nen 1-gumi!! Cap. 27, Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 158, Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiatus)
Como de hábito, capa de modelo, mas indo para os mangás, temos algo diferente dessa vez: Edens Zero em primeiro lugar foi a única série atual a ganhar página colorida nessa edição, com as outras indo para o two-shot da edição. Isso pode soar que só tiveram páginas coloridas a menos nessa edição, mas Edens Zero teve duas spread coloridas, e como as páginas de ensaios de modelos são coloridas geralmente, tivemos menos páginas para outros mangás além de Edens Zero. Vendas fracas não impedem a revista de celebrar um dos seus maiores autores em Mashima, que com certeza já está planejando a longo termo como será seu próximo manga.
Segundo lugar foi para Mayonaka Heart Tune que teve um break semana passada pela rotação da revista e volta agora numa posição bem alta preparando o terreno para o lançamento do seu tão esperado volume 1, que já teve até capa revelada. A série tem forte apoio editorial que continua encontrando romcom populares que logo se tornam franquias de anime.
A terceira posição para Brave Bell é algo inesperado, mas significa que pode sobreviver simplesmente pela questão dos consecutivos fracassos da Shonen Magazine em achar novas séries de ação populares. KimuraXClass sendo cancelado agora, abre espaço para Brave Bell poder sonhar em sobreviver. Os editores justificaram a posição pela boa recepção no Twitter após o capítulo 1 ter sido postado lá inteiro e de graça — algo que havia comentado antes aqui que poderia ajudar o mangá, já que realmente teve um bom número de interações –. Agora é esperar pra ver se irá se refletir em aumento de vendas para os volumes ou em uma melhor recepção da série entre leitores da revista.
Quarto lugar temos Blue Lock, o vencedor do Ranking Anual da Oricon. A primeira vez que uma série da Shonen Magazine conquista o top desde 1998, vou falar mais abaixo, mas não se esqueçam de conferir também o vídeo do Analyse It sobre essa conquista por uma perspectiva de mercado.
Megami no Café Terrace em quinto: série estabelecida, vendas altas, autor famoso – é o de hábito -. Diferente de Sentai Daishikkaku em sexto que mesmo com um autor veterano continua com vendas fracas, mas é bom aparecer mais pra cima de vez em quando já que tem o anime em produção e seu arco atual está em seu clímax. Kanan-sama na sétima colocação seguindo a variação padrão da revista. Abaixo em oitavo temos Mokushiroku no Yonkishi que é comum de estar nessa primeira metade já que tem vendas boas. Mesmo caso para Kanojo Okarishimasu em nono.
Décimo lugar para o quinto capítulo de Jyushin no Katana. Como sempre falo, ser autor veterano é um privilégio imenso na Shonen Magazine simplesmente pela força dos fãs já estabelecidos do autor que novatos não tem ainda, mas é importante também ressaltar a questão de profissionalismo — diferente de outros novatos, Jyushin no Katana pode não reinventar a roda, mas parece saber o que seus leitores querem e como executar suas técnicas em questões de roteiro e de arte. É a força de uma autora com décadas na indústria e que conhece seu público na Kodansha. Não garante que as vendas serão ótimas, mas uma provável sobrevivência na revista.
Para o décimo primeiro lugar, Kakkou no Iinazuke que segue na revista até a autora cansar das peripécias desse harém. Abaixo de um two-shot, Kuroiwa Medaka se apresenta em décimo terceiro com ainda a expectativa de um anúncio de anime no ar. Muita gente espera desde o capítulo 100 e pelo tempo que as outras romcom receberam anúncios de suas adaptações, o anúncio pode ocorrer a qualquer momento para Kuroiwa Medaka, mas ainda não há nada confirmado ou sequer um rumor forte de credibilidade. Eu chutaria que deve acontecer logo na primeira metade do ano.
Décimo quarto para Ao no Miburo que continua fazendo anúncios constantes de seu anime, que não gerou boost algum para as suas vendas. Logo embaixo para o décimo quinto posto, Seitokai ni mo ana wa aru! que já parece ter alcançado seu pico atual de vendas e só deve voltar a crescer de forma significativa se aparecer em algum programa de TV ou ter um anime anunciado, mas que ainda assim tem resultados muito bons para um gag primariamente em 4koma.
Akabane Honeko em décimo sexto continua recebendo uma boa promoção dos editores, sem crescer basicamente nada. Sem chance de cancelamento ainda a não ser que bata a loucura e decidam cortar umas 4 ou 5 séries de uma vez. Yowayowa Sensei na décima sétima colocação para deixar balanceado com Kanan, um ecchi na primeira metade da revista e outro quase ao fim.
Juro que queria ter coisas mais interessantes para falar de Hajime no Ippo, esta semana em décimo oitavo lugar. Mas é aquilo, é a cara da Shonen Magazine, vende bem com seu volume novo, com já em 50 mil cópias vendidas em duas semanas e continua numa saga mais introspectiva e madura atualmente de uma forma rara para um spokon (mangá de esporte) shonen, que pode ter até afastado alguns leitores, mas demonstra como o autor tem moral na revista para escrever a obra como quiser.
Amagami-san é a última romcom da edição em décimo nono, mas ganhará páginas coloridas semana que vem promovendo de novo o anime que está chegando. O potencial é difícil de estimar, o sucesso em anime é muitas vezes aleatório e a produção não parece nada exorbitante, mas Amagami-san alcançou resultados bons como um mangá de um novato e agora passa por um declínio em vendas – é difícil dizer a trajetória futura da série nesse momento, mas é claro que todo mundo espera que ao menos as vendas voltem a subir.
Gachiakuta volta de um break de rotação, ficando em vigésimo, logo acima do vigésimo primeiro, cancelado e encerrando na próxima edição KimuraXClass, outra tentativa falha do editorial em conseguir algum sucesso que fuja do romcom. E como sempre, em último lugar vemos Fumetsu no Anata E, posição padrão que raramente é trocada.
Destaque da Semana: Blue Lock
Já que o vídeo do Nicolin analisou bem as circunstâncias da indústria de mangá que levaram Blue Lock a vender 10 milhões de cópias em um ano e alcançar o topo do ranking Oricon de vendas de volumes, que tal falarmos um pouco de como mais a fundo o anime ajudou nesse resultado?
Primeiro, é importante deixar claro que Blue Lock já era um mangá popular: no ranking Oricon de 2022 Blue Lock já tinha ficado em sétimo lugar com 3.5 milhões de cópias vendidas! Ou seja, a história, os personagens, designs do mangá já eram de apelo popular massivo.
O anime serviu como uma forma de conectar possíveis fãs à obra, gente que poderia gostar de Blue Lock, mas não segue mangás tanto assim. Isso é demonstrado pela maioria das vendas vir dos volumes anteriores, que estão sendo comprados em massa por novos leitores. Uma produção do estúdio 8bit, Blue Lock é também prova mais uma vez que uma adaptação não precisa de uma animação absurda para ser um sucesso. Não é um anime ruim, mas a direção, uso de cores, efeitos são todos usados de forma inteligente para manter uma produção mais simples, mas com ainda um estilo visual forte e característico da série.
Blue Lock já teve 2 cours, mas em Abril 2024 terá um filme e a segunda temporada em poucos meses depois. Tanto a Kodansha quanto o comitê de produção sabem que é importante que o anime continue vivo na mente dos fãs já que vendas de mangá só alcançam níveis assim quando muita gente nova compra volumes antigos. Agora dependerão de manter esses leitores comprando novos volumes. Por isso também é improvável que Blue Lock repetirá esse resultado, só ver como o próprio Jujutsu Kaisen perdeu o primeiro lugar durante sua segunda temporada já que as vendas de volumes anteriores secaram ao atingir seu ápice natural, mas é provável que Blue Lock ainda será uma das séries mais vendidas do ano e que continuará como o grande título mainstream da Shonen Magazine.
O anime chegará agora em arcos que os fãs do mangá gostaram ainda mais do que os iniciais, como o U-20 e pode continuar de forma saudável seu reinado sobre sua revista e o gênero spokon, que está sendo uma dor de cabeça para as publicações shonen em geral. O ego continua crescendo. Deixo abaixo o vídeo do Nicolin que comenta sobre outros elementos que transformou Blue Lock no mangá mais vendido do ano: