O ano de 2024 começa também para a Jump SQ, uma das mais importantes e influentes revistas shonen do mercado!
- Escrito por Leonardo Nicolin
Capa: Shin Tennis no Ouji-sama
Página Colorida de Abertura de Kodomo no Kuni
Aqui estou eu, Leonardo Nicolin, trazendo mensalmente a análise da TOC da Jump SQ, a segunda revista que mais coleciono e conheço, depois da Weekly Shonen Jump. Para quem não sabe, a Jump SQ, também conhecida como Jump Square ou Monthly Jump Supreme Quality, é uma revista shonen mensal fundada em 2007 após o encerramento da Monthly Shonen Jump. Sua propaganda baseia-se principalmente na melhor qualidade das páginas e, aparentemente, na maturidade das séries lançadas, destinadas a adolescentes e jovens adultos com mais de 16 anos.
No entanto, nos últimos anos, a Jump SQ tem enfrentado uma grande crise criativa, encontrando poucas séries de sucesso. Sua Line-Up está repleta de mangás com mais de dez anos de vida, como Owari no Seraph, Ao no Exorcist, Shin Tennis no Ouji-sama, Kono Oto Tomare!, Sousei no Onmyouji, World Trigger, Rurouni Kenshin e Gag Manga Biyori GB, este último é o mangá que está há mais tempo na revista. Portanto, a revista inicia 2024 com o claro objetivo de encontrar novas séries de sucesso para renovar sua Line-Up.
Página Colorida de Kodomo no Kuni
Para isso, a Jump SQ decidiu dar na Edição #01 de 2024 a página colorida de abertura ao primeiro colocado da TOC, Kodomo no Kuni. A nova série é um mangá Battle-Shounen sobrenatural que lembra um pouco World Trigger, visando atrair a atenção dos leitores da série. No entanto, é prudente esperar a recepção do público japonês antes de comentar sobre suas reais chances de sobrevivência. Em segundo lugar, tivemos Yuukoku no Moriarty – The Remains –, que vendeu 32 mil cópias no seu primeiro volume, contra os 77 mil que vendia a sua série principal. Apesar de ser importante para a revista, esse Spin-off da franquia Yuukoku no Moriarty não tem a força para sustentá-la na ausência das séries veteranas, destacando a necessidade de novas séries.
Em terceiro lugar, temos Owari no Seraph, que vendeu 69 mil cópias no último volume, um número notável para uma série com mais de dez anos. Mesmo que Owari no Seraph possa parecer esquecido para algumas pessoas no ocidente, dado que seu anime não teve continuação e suas vendas diminuíram, é importante notar que todo o mercado experimentou uma redução nas vendas. Owari no Seraph continua entre as 50 séries shonen mais vendidas, superando mais de 10 mangás da Weekly Shonen Jump, quase todos da Magazine (exceto Blue Lock, Shangri-La e Hajime no Ippo), e a maioria dos mangás da Shonen Sunday (perdendo apenas para Detective Conan, Sousou no Frieren, Yofukashi no Uta, Komi-san e Major 2nd). Portanto, a importância de Owari no Seraph para a revista ainda é significativa, mesmo não sendo mais um pilar.
Página Colorida de Oshi wo Katachi ni suru Shigoto
Com uma página colorida (acima) em quarto lugar, a nova série de comédia Oshi wo Katachi ni suru Shigoto, que provavelmente lançará capítulos duplos a cada edição. Em quinto lugar, o clássico Battle-Shounen de exorcismo, Ao no Exorcist, que vendeu 156 mil cópias, mantendo-se entre os vinte mangás shonen mais vendidos de todo o mercado. Então, o mangá entre as séries autóctone da revista é aquela que mais vende, já que os dois primeiros colocados e pilares (World Trigger e Rurouni Kenshin, ausentes nessa semana) são originários da Weekly Shonen Jump. E mesmo sendo um dos mangás mais velhos continua sendo um pilar importantíssimo. Inclusive ganhará a sua terceira temporada agora em janeiro, que pode ajudar a série a voltar a aumentar em vendas, já que vai voltar a colocar a série em destaque nacional e internacional.
Em sexto lugar, temos Ookami Otoko to Nurikabe-chan, outra comédia semelhante a Oshi no Katachi – os editores lançaram duas novas para proporcionar uma leitura mais leve. O público shonen aprecia a leitura de comédias para relaxar a mente entre leituras mais densas. Em sétimo lugar, temos Show-ha Sho-ten, um mangá sobre uma dupla que sonha em se tornar uma grande comediante, uma profissão muito venerada no Japão por adultos e jovens. Apesar das vendas não espetaculares (16 mil cópias), especialmente considerando que é desenhado por Obata (o artista de Hikaru no Go, Death Note, Bakuman e Platinum End), Show-ha Sho-ten continua sendo uma das séries de maior sucesso lançadas nos últimos três anos.
Em oitavo lugar, temos Gag Manga Biyori GB, lançado desde 2000 e o mangá de comédia mais clássico da revista. É a única série que está presente desde a criação da revista em 2007, após o cancelamento da Monthly Shonen Jump. Gag Manga Biyori GB mudou de nome algumas vezes, mas entre os mangás “salvos” pelos editores, é o único que continua lançando capítulos, uma vez que Rosario to Vampire, Claymore e Tegami Bachi encerraram suas publicações. Aliás, devo expressar minhas saudades dessas séries na revista. Logo abaixo, na nona colocação com uma página colorida (abaixo), temos Akanabe-sensei wa Tereshirazu, uma comédia romântica-ecchi recém-lançada na revista.
Página Colorida de Akanabe-sensi wa Tereshirazu
Em décimo lugar, Shin Tennis no Oujisama entrega uma capa espetacular, uma das melhores da série. O mangá, que vende 39 mil cópias, é o oitavo mangá mais vendido na revista, mesmo sendo antigo, estreando na Weekly Shonen Jump em 1999. Para quem não conhece, Shin Tennis no Oujisama é um dos mangás mais influentes na história, essencial na popularização dos mangás de esporte entre o público feminino, tornando-se um pilar na Weekly Shonen Jump no início dos anos 2000. Atualmente é o único mangá de esporte da Jump SQ. Em décimo primeiro lugar, temos Houkago no Ouji-sama, uma comédia que parodia a série de tênis.
Pulando para a décima terceira colocação com uma página colorida (abaixo) temos This Communication, que vendeu 1.660 cópias, uma quantidade modesta que coloca o mangá em risco de cancelamento. Embora existam mangás que vendem menos, a situação de This Communication não é simples, dependendo mais do fracasso das novas séries para assim continuar a sua jornada na revista. Eu vejo não chances da série melhorar suas vendas, por isso é complicado que consiga superar o ano de 2024 ou 2025.
Página Colorida de This Communication
Em décimo quarto lugar, temos Kawaisugi Crisis, que acaba de ganhar um anime e também é lançada na Jump Plus. Mesmo com essas promoções, vende apenas 2.800 cópias, uma quantidade relativamente baixa. O mangá não corre risco de cancelamento, uma vez que os editores enfrentam dificuldades em encontrar novas séries de sucesso, tornando Kawaisuigi Crisis um dos mangás estreantes mais bem-sucedidos em termos de vendas.
Com uma página colorida (abaixo) temos em décimo quinto lugar Kemono Jihen, que possui ótimas vendas, totalizando 69 mil cópias. Apesar de ter quase 8 anos de existência, não podemos mais considerá-lo um novato, mas ainda é um dos poucos grandes sucessos lançados após 2014. Talvez o maior problema de Kemono Jihen é que seu anime não teve o sucesso que os animes de Sousei no Onmyouji, Owari no Seraph e Ao no Exorcist tiveram, assim negando a série de se tornar um dos pilares da revista. Mesmo assim, a série continua sendo um dos principais mangás da revista, correndo zero risco de ser cancelado.
Página Colorida de Kemono Jihen
Em décimo sexto lugar, temos Datenshirou, que não consegue vender nem 1.600 cópias. Os editores provavelmente tentarão uma última promoção antes de decidirem cancelar a série ainda este ano. Em décimo sétimo lugar, temos Gokurakugai, que pode parecer mal classificado à primeira vista. No entanto, a TOC da Jump SQ difere da Weekly Shonen Jump. Os editores tentam criar uma revista o mais equilibrada possível, colocando até mesmo mangás populares junto com mangás menos populares nas últimas páginas, na esperança de estimular os leitores a explorar títulos menos conhecidos. Embora essa estratégia nem sempre funcione, é uma abordagem comum em várias revistas. O Battle-Shounen Gokurakugai, mesmo com apenas 2 volumes, já é o quarto mangá mais vendido na revista, sendo um dos maiores sucessos dos últimos anos da Jump SQ. Seu desempenho é espetacular, e os editores certamente têm grandes expectativas em relação a ele.
Em décimo oitavo lugar com uma bela página colorida (abaixo), temos Phantom Busters, que, assim como Kemono Jihen e This Communication, recebeu uma página colorida para promover o volume lançado em dezembro. A diferença é que Phantom Busters está lançando seu primeiro volume, que vendeu um pouco acima de 2600 cópias na primeira semana. Embora não seja um novo sucesso que a Jump SQ precisa, é suficiente para garantir sua sobrevivência por enquanto. Em décimo nono lugar, temos Danbooru Bachelor, que lançará seu primeiro volume no próximo mês.
Página Colorida de Phantom Busters
Em vigésimo lugar, temos Kono Oto Tomare!, o sexto mangá mais vendido na revista, com 67 mil cópias por volume, superando Yuukoku no Moriarty, Shin Tennis no Oujisama, Sousei no Onmyouji e muitas outras obras. Seu desempenho é espetacular para uma série musical com quase 12 anos de existência. Em vigésimo primeiro e vigésimo segundo lugares, temos duas séries que vendem muito mal: Sensou Kyoushitsu e Yuugen Sekai no Einsof, respectivamente. Os editores as posicionam nas últimas colocações, provavelmente indicando que são as próximas a serem canceladas. Talvez Sensou Kyoushitsu tenha um apoio editorial maior, o que poderia salvá-la, mas como são as duas séries menos vendidas da Jump SQ, é provável que o cancelamento ocorra ainda este ano.
Na próxima edição, incluirei a tabela dos mais vendidos da revista para proporcionar uma visão mais clara da situação. Não a adicionei nesta edição, pois ainda estou trabalhando na tabela. Eu espero que vocês tenham gostado do retorno da Jump SQ. Agradeço a Júlio por ter se disposto a escrever nos meses passado. A partir desse ano (2024) vou voltar a publicar continuamente essa revista que eu gosto tanto. Até o próximo mês, no qual teremos capa de Ao no Exorcist, como divulgado na imagem promocional abaixo:
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*No momento da criação do questionário o escritor da Jump SQ era o Júlio, agora sou eu Leonardo Nicolin, responder a pergunta sobre a Jump SQ baseado nos textos passados e não esse.
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