Em uma semana no qual se comemora 700 mil cópias em circulação para Seitokai, a Shonen Magazine entregou uma TOC de alta qualidade!
- Artigo escrito por Lucca
TOC Weekly Shonen Jump #47 (25/10/2023)
Capa: Modelo Japonesa
1. Seitokai ni mo ana wa aru! (Página Colorida de Abertura, celebrando 700 mil cópias em circulação) Ch. 69
2. Mokushiroku no Yonkishi Ch. 126
3. Kanojo, Okarishimasu Ch. 303
4. Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 109
5. Mayonaka Heart Tune (Página Colorida) Ch. 06
6. Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 153
7. Soredemo Ayumu wa Yosetekuru Ch. 222
8. Hajime no Ippo Ch. 1437
9. Blue Lock (Página Colorida) Ch. 238
10. Mononoke no Ran (34 páginas) Ch. 03
11. Megami no Café Terrace Ch. 126
12. Akabane Honeko no Bodyguard Ch. 54
13. Kakkou no linazuke Ch. 178
14. Yowayowa Sensei Ch. 47
15. Amagami san Chi no Enmusubi (Página Colorida) Ch. 113
16. Edens Zero Ch. 261
17. Gachiakuta Ch. 74
18. Brave Bell Ch. 19
19. Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 71
20. Sentai Daishikkaku Ch. 115
21. Ao no Miburo Ch. 99
22. KIMURAXCLASS Ch. 17
23. Usayama Joshi Koukou 2-nen 1-gumi!! Cap. 26
24. Fumetsu no Anata e Ch. 179 – 1
Ausências: Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiato)
Estamos de volta para a cobertura de mais uma ToC da Shonen Magazine. A grande novidade da semana é o anúncio de uma autora veterana voltando na próxima edição: Akimine Kamijyo, autora de sucessos anteriores da Magazine como Samurai Deeper Kyo e Code Breaker, está voltando para a revista com Jyushin no Katana, outra série de batalha. Mas por enquanto, vamos olhar o que essa edição nos trouxe.
A capa foi para uma modelo como de hábito, mas a primeira página colorida foi para Seitokai ni mo ana wa aru!, mangá de comédia que como já falei antes, assumiu o posto de comédia de Seitokai Yakuindomo e tem uma recepção muito boa e recebeu vários prêmios, com menos de 70 capítulos. Geralmente é um mangá que fica pro fim da ToC já que os editores gostam de ter uma comédia mais para o final para trazer uma leveza aos leitores, mas recebeu uma boa promoção essa semana pelos 700 mil volumes em circulação. É um mangá que tem tudo para ficar por anos na revista.
Em segundo e terceiro lugar temos Mokushiroku no Yonkishi e Kanojo Okarishimasu, que são dois dos mangá mais populares da linha atual e se revezam com outras séries estabelecidas ali na frente de vez em quando. Mokushiroku no Yonkishi porém é importante de ressaltar que realmente não parece estar crescendo de forma significativa com seu anime, fazendo uma comparação direta com outra série de batalha da revista na mesma temporada de anime, Shangri-la Frontier está emplacando vários volumes anteriores no Shoseki, enquanto Mokushiroku só consegue um ou no máximo dois por dia. É visível a diferença da recepção dos dois anime e o quanto isso implica em conquistar novos fãs.
O quarto lugar foi para Kuroiwa Medaka que só espera pelo anime. Em quinto lugar está Mayonaka Heart Tune, que continua com uma forte recepção e teve uma página colorida que já havia sido anunciada com semanas de antecedência. É um mangá que tem uma recepção muito maior em volume de engajamento que as outras estreias recentes, e até agora parece que está se firmando como outra romcom forte da Magazine. Em sexto lugar tivemos Shangri-la Frontier, valendo lembrar que ele já era o mangá de batalha sem anime que mais vendia na revista, acima até de algumas séries com adaptações. Esse potencial claramente implicou na excelente produção do anime que o mangá recebeu, que está agora conquistando novos leitores.
Em sétimo lugar temos Soredemo Ayumu, com uma página colorida anunciada para a próxima edição. É um ótimo tratamento para um mangá em seu final natural, demonstrando a boa relação do editorial com o autor, que tenho certeza que eles querem que volte com um mangá novo eventualmente. O clássico Hajime no Ippo ficou em oitavo lugar, e foi seguido de outro mangá de esporte, Blue Lock, que ganhou página colorida nessa semana. Falar do sucesso de Blue Lock é chover no molhado, mas só para ressaltar, a série deve ser o mangá que mais vendeu volumes em 2023, quebrando uma hegemonia da Shonen Jump que conseguiu esse posto consecutivamente desde 2006 com Death Note, One Piece, Kimetsu no Yaiba e Jujutsu Kaisen. O último mangá a vencer a Shonen Jump foi Nana em 2005. Apesar de One Piece ainda vender mais por volume, será uma grande conquista para a Shonen Magazine, a Kodansha e Blue Lock.
Página Colorida de Mayonaka Heart Tune
Em décimo lugar tivemos Mononoke no Ran, o novo mangá de mistério e batalha. Realmente não existe uma discussão na internet grande o suficiente para dizer como o público japonês está recepcionando a história no geral. Vi mais alguns elogios ao capítulo 2 ter um roteiro mais focado num caso realista que em batalha sobrenatural, mas ainda não se vê muito de Mononoke no Ran em redes sociais e fóruns. É importante dizer, no entanto, que no Japão muita gente lê mangá por volumes e não pelas revistas, então até o primeiro volume sair, é difícil cravar que o mangá sobreviverá ou não. Outro fator interessante de se analisar é que tanto Mayonaka Heart Tune e o novo Jyushin no Katana são séries com tradução oficial no K-Manga desde o primeiro capítulo, enquanto Mononoke no Ran por enquanto não dá nem pinta de aparecer – não se dá para falar muito da influência de um serviço como o K-Manga para a revista japonesa, mas é mais uma amostra de como os editores dão preferência aos autores veteranos em relação aos novatos, que realmente precisam se provar para sobreviver.
Megami no Café Terrace está em décimo primeiro lugar, começando assim um bloco de revezamento entre séries estabelecidas e outras que buscam espaço, já que Akabane Honeko vem logo abaixo, seguido do popular Kakkou no IInazuke, e por fim Yowayowa Sensei em décimo quarto lugar. Akabane passou dos cinquenta capítulos, mas não consegue crescer muito em vendas, já Yowayowa Sensei é ainda a romcom com menos vendas da revista, mas se mantêm na linha por superar alguns mangá de batalha e outros gêneros como o próprio Akabane.
Do décimo quinto ao décimo sétimo lugar temos três séries seguras: Amagami-san, que ganhou mais uma página colorida e uma colaboração com uma modelo continuando o apoio editorial pela sua popularidade, seguido de Edens Zero e Gachiakuta, mais dois mangá de luta que os editores provavelmente gostariam que vendessem mais, mas ainda vendem decentemente para o padrão atual do gênero na Magazine.
Página Colorida de Amagami-san
Brave Bell está em décimo oitavo lugar. É outra aposta no gênero de batalha lutando para sobreviver e que não recebe muita atenção na internet. Algo de interessante aconteceu nesta semana, entretanto, é que a página oficial da série no Twitter publicou o primeiro capítulo inteiro por imagens no site, com um link para os próximos capítulos na Magazine Pocket (a Jump+ deles) e conseguiu muito mais engajamento que qualquer outro post anterior sobre o mangá. Se isso vai ajudar em algo? Difícil de dizer já que os outros posts depois voltaram ao padrão, mas ao menos mostra que os editores não desistiram ainda de Brave Bell.
Kanan-sama aparece em décimo nono lugar, sem significar muita coisa, pois é o tipo de mangá (romcom mais puxada para o ecchi) que vive pulando de posições pela revista. Sentai Daishikakku logo abaixo em vigésimo lugar, uma semana depois de pegar a primeira página colorida. Isso não significa cancelamento, mas abaixo falarei mais da provável decepção do editorial com a recepção do mangá.
Por fim, tivemos o quarteto fechando a revista: Com Ao no Miburo que vai ganhar página colorida para comemorar 100 capítulos e um anime em produção, mesmo sofrendo para viver na linha dos 10 mil volumes vendidos. Depois tivemos KIMURAXCLASS, que está correndo sérios riscos de cancelamento já no capítulo 17, por causa das suas baixas vendas. Usayama que já vai sair da revista e por fim o mangá que reina no fundão da TOC Fumetsu no Anata e. Todas séries com problemas em vender volumes, embora Fumetsu fecha a revista provavelmente de forma intencional pelo tipo de história mais emocional que tem, deste modo estaria ali até com vendas mais fortes.
Destaque da Semana:
Sentai Daishikakku
Um nome que vocês vão ouvir falar muito nesses posts é Gotoubun no Hanayome. É simplesmente impossível de falar de Shonen Magazine atualmente sem falar na influência que a comédia romântica das quíntuplas teve no gênero e na revista por seu sucesso absoluto. Mais de vinte milhões de cópias vendidas em 14 volumes, uma série de anime de sucesso global, um filme que fez mais de 18 milhões de dólares nas bilheterias, vários videogames, etc. Foi essencial para a Magazine trazer o autor Negi Haruba de volta o mais rápido possível, dessa vez com o mangá Sentai Daishikakku.
Para quem não conhece, Sentai Daishikakku é um mangá de batalha de temática Super Sentai (a versão original japonesa no que Power Rangers se baseiam). Quase uma desconstrução do gênero, temos como protagonista um dos vilões pequenos genéricos que os Rangers costumam derrotar facilmente, que decide derrotar o grupo de heróis se infiltrando na organização. É uma história mais sombria no qual tanto heróis quanto vilões possuem moralidade mais cinza e um roteiro focado muito em lutas, que variam de heroísmo típico de Super Sentai para até cenas violentas e sombrias.
Mas é difícil não ver, de um ponto de vista de popularidade, como Sentai Daishikakku é um declínio imenso em relação a Gotoubun. O primeiro volume do mangá vendeu mais de 80 mil cópias em dez semanas, pela força do nome de Negi Haruba que até promoveu a série com artes colaborativas com as heroínas do seu trabalho anterior, mas logo foi despencando volume por volume, os mais recentes já estão bem abaixo de 20 mil e sem sinal de que essa queda vai parar.
A salvação do mangá é realmente o anime em produção. Inclusive muitos se perguntam se o arco atual, que tem um clima de final, é possivelmente o último. Particularmente duvido que vá acabar antes do anime e acredito que a série ainda tem gás no tanque para um ou dois arcos – embora seja importante lembrar que Gotoubun mesmo com todo seu sucesso teve um final com apenas 120 capítulos por decisão do autor e Sentai Daishikakku está no capítulo 115, então é possível que acabe em breve mesmo.
As vendas baixas podem ser atribuídas a alguns fatores: a mudança de gênero de romcom para batalha implica que muitos fãs não seguiram o autor para seu novo trabalho; o tom sério, violento que desconstrói Super Sentai não é tão bem visto por alguns fãs japoneses, é comum ver reviews criticando as cenas mais negativas dos Rangers, enquanto algumas das mais elogiadas são as que os Rangers demonstram heroísmo e cenas épicas de batalhas contra vilões. Existe um laço afetivo de muita gente com Super Sentai que ama a franquia por seu tom positivo e Daishikakku não consegue capturar essas pessoas. Mais um exemplo da dificuldade da Magazine de emplacar mangá de batalha e o ponto mais urgente para o editorial resolver.