E estamos aqui de novo para falar de Shonen Magazine, a segunda maior revista do gênero! Hora de ir à TOC para ver o que tem de novidade!
Análise escrita pelo Lucca
TOC Weekly Shonen Magazine #46 (18/10/2023)
Capa: Japonesa
1. Sentai Daishikkaku (Página Colorida de Abertura, Informações sobre o Anime) Ch. 114
2. Kanojo, Okarishimasu Ch. 302
3. Edens Zero Ch. 260
4. Gachiakuta (Páginas Colorida) Ch. 73
5. Mononoke no Ran (58 páginas) Ch. 02
6. Mokushiroku no Yonkishi Ch. 125
7. Mayonaka Heart Tune Ch. 05
8. Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 70
9. Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 152
10. Kakkou no linazuke Ch. 177
11. Blue Lock Ch. 237
12. Usayama Joshi Koukou 2-nen 1-gumi!! Ch. 25
13. Brave Bell Ch. 18
14. Megami no Café Terrace Ch. 125
15. Yowayowa Sensei (Páginas Colorida) Ch. 46
16. Akabane Honeko no Bodyguard Ch. 53
17. Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 112
18. Soredemo Ayumu wa Yosetekuru Ch. 221
19. Ao no Miburo Ch. 98
20. KIMURAXCLASS Ch. 16
21. Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 68
22. Fumetsu no Anata e Ch. 178 – 3
Ausentes: Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 109, Hajime no Ippo Ch. 1437, Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiato)
Capa da Weekly Shonen Magazine
Como quase sempre, a capa foi para uma modelo, então o grande destaque dessa semana vai para o mangá que pegar a primeira posição e as páginas colorida de abertura. Nesta edição foi Sentai Daishikkaku, criado por Negi Haruba (autor de Gotoubun no Hanayome), é um mangá de batalha com temática de Super Sentai que acabou de ganhar mais um trailer e informações para seu anime – a produção aparenta ser boa e tem um bom nome atrelado ao projeto: O diretor Keiichi Satou que já até dirigiu outros anime com temática de heróis, como Karas e Tiger & Bunny. O grande probelmas são dois empecilhos para um possível sucesso. O primeiro sendo o uso do 3D CG na animação, que sempre vai ser um ponto controverso entre fãs de anime, e o fato de que o mangá não é um grande hit em vendas, com o último volume só vendendo 14.805 cópias na última Oricon. Como vocês sabem, nome de autor não é garantia de que um mangá diferente vai herdar todas as vendas da obra anterior. Ainda assim, é uma promoção necessária da revista que torce para que essa adaptação alavanque Sentai Daishikkaku.
Após a duplinha estabelecida de Kanojo Okarishimasu e Edens Zero, a quarta posição está com Gachiakuta que ganhou página colorida para promover o lançamento do volume 8. Similar ao caso de Sentai Daishikkaku, Gachiakuta é outro mangá de batalha que tenta conquistar um espaço maior dentro da Magazine, hoje dominada pelo romcom. Dá até para dizer que esse é um dos temas da edição, já que das seis primeiras posições, cinco foram para séries de ação. É natural que os editores queiram sucesso em vários gêneros, todas as revistas fazem isso e constantemente tentam cobrir os buracos em suas lineup.
Continuando em quinto lugar tivemos a série nova de mistério e batalha sobrenatural, Mononoke no Ran. O seu capítulo dois está no pelotão de frente mesmo como promoção, como é o normal. A recepção até agora parece morna, mas vou deixar para falar mais sobre a obra na sessão de destaques.
Em sexto tivemos Mokushiroku no Yonkishi que está com o anime em transmissão. Não parece estar sendo tão comentado quanto outros shonen da temporada. Para trazer uma métrica mais palpável, existe uma enquete no site japonês de streaming: Nico Nico Douga, no qual os espectadores podem votar se gostaram do episódio, são cinco opções indo de “muito bom” para o que seria “ruim”, mas basicamente só o número de votos para “muito bom” importam já que a maioria dos votos vão nessa opção. Dito isso, o episódio 1 de Mokushiroku no Yonkishi conseguiu um péssimo número de apenas 52% dos votos indo para a opção de muito bom, colocando-o como uma das piores recepções da temporada. É importante frisar que o público do Nico Nico é mais otaku e que talvez espectadores casuais vendo pela TV ou Netflix possam gostar mais do anime, então vamos esperar também ver o impacto nos números das vendas do mangá.
Página Colorida de Gachiakuta
Abaixo na sétima colocação, tivemos Mayonaka Heart Tune e Kanan-sama, que são dois mangá seguros e de confiança para o futuro, inclusive Mayonaka Heart Tune vai estar ganhando página colorida semana que vem por causa da boa recepção. Logo após tivemos, consecutivamente, Shangri-la Frontier (que continua numa qualidade excelente para um anime de TV de 24 episódios), Kakkou no Iinazuke e Blue Lock, por isso outro bloco de mangás populares e bem estabelecidos. Semana que vem teremos página colorida para Blue Lock, já que pmangá popular é mangá popular, né? Sempre bom direcionar algumas páginas coloridas para os leitores que compram revista somente para ler Blue Lock, assim balanceando entre promover os mangás promissores e “presentear” os bem estabelecidos.
Depos tivemos Usayama em décimo segundo lugar, no qual até eu não teria nada para falar já que esse é o antepenúltimo capítulo do mangá, mas acho que é interessante apontar um elemento em sua classificação que é diferente do tratamento dos mangás cancelados da Shonen Jump, no qual o pessoal está mais acostumado. Usayama, como qualquer mangá cancelado, vai acabar por causa de vendas basicamente invisíveis e falta de interesse dos leitores, mas essa semana pegou uma posição de meio de revista e não foi direto para o fundo da ToC. É como os editores tivessem agradecendo e se despedindo do trabalho da autora. O mangá pode não ter dado certo, mas decidiram dar um sinal de que a autora tem um apoio do editorial.
Na décima terceira colocação tivemos Brave Bell, que basicamente mal existe nas redes sociais, sinal ruim para poder se salvar do cancelamento, levando em conta as vendas que tem. Em seguida tivemos Megami Café, que colocaram logo após Brave Bell para balancear um mangá irrelevante com um popular. Em décimo quinto lugar tivemos Yowayowa Sensei para promover o volume 4 com uma página colorida tematizada, algo bom para talvez chamar atenção de quem compra a Magazine pelas personagens femininas – que é realmente uma parcela grande da base de leitores -.
Seguindo a ToC, em décimo sexto lugar tivemos Akabane que continua sem mostrar muita força para crescer. Já logo depois tivemos Amagami-san que vai ganhar página colorida na próxima semana e tem mais de 1.11 milhões de cópias em circulação – tem tudo para aumentar com o anime. Em décimo oitavo lugar tivemos Soredemo Ayumu que está em seus capítulos finais e em décimo nono lugar tivemos Ao no Miburo que mesmo com um anime em produção continua sendo um dos mangá menos populares da revista.
Para concluir, temos o trio final: KimuraXClass continua pegando posições baixas e gera desconfiança, Seitokai ni mo ana wa aru! pega uma posição clássica de gag de fim de edição, mas próxima semana vai ganhar página colorida celebrando 700 mil cópias em circulação com quatro volumes lançados, mostrando o potencial altíssimo do mangá. E concluindo tivemos como (quase) sempre Fumetsu no Anata que já até cravou raíz no fundo da TOC.
Destaque da Semana
“Mononoke no Ran”
Li o primeiro capítulo (sem tradução ainda) e cacei comentários por aí para ver o que os leitores japoneses acharam desse começo. Sim, tive que caçar porque realmente não teve muita gente falando sobre… É preciso lembrar que diferente da Jump, os primeiros capítulos em outras revistas não chamam tanta atenção assim de cara, só pensar como séries novas não tem prioridade para a capa em comparação a modelos.
Isso significa que até a recepção que se acha online não é nem perto de tão representativa quanto as da Jump. É claro, existem séries que quebram essa barreira e isso implica que são hits logo de cara, um exemplo é Sousou no Frieren na Sunday que chamou muita atenção pelo seu incrível primeiro capítulo. De qualquer modo isso não quer dizer que o manga não tem chances. É a primeira série do autor que só tinha feito one-shots para a Shueisha por anos.
Mononoke no Ran foi promovido como uma série de mistério, batalha e sobrenatural e é exatamente isso que você encontra na série. O protagonista Shizuka é o herdeiro de um clã tradicional de ninjas, mas não vê o porquê de seguir esse caminho na pacífica sociedade japonesa atual. A história logo o move a um encontro com Kyouka, a herdeira de um clã de exorcistas que precisa de sua ajuda para impedir que um crime aconteça.
Sim, um que crime ainda não aconteceu.. Kyouka recebe informações de crimes futuros através uma mágica e precisa agir para impedir que eles aconteçam. O tom do mangá é estranhamente mais comédico do que se imaginaria pela premissa. Existem vários personagens secundários reagindo de forma engraçada a personalidade apática de Shizuka que só quer uma vida calma, mas até ele e Kyouka tem cenas de humor praticamente tiradas de um manzai, um tipo de comédia popular no Japão.
Ao fim do capítulo a honestidade da heroína faz Shizuka mostrar seu potencial numa luta direta sobrenatural com o vilão. Os poderes são exagerados e mágicos mesmo.
O capítulo funciona como apresentação e a premissa é clara desde o príncipio. Mas alguns pontos podem ser vistos como possíveis problemas, como por exemplo o tom flutuante da história. Comentei anteriormente sobre a série parecer um pouco de comédia, mas o meio do capítulo é escrito como se fosse um seriado de TV de mistério sério, com os personagens seguindo e investigando o suspeito. E em numa mudança mais brusca, o mangá entrega uma motivação sombria, citando casos sérios reais de violência em massa como inspiração para o vilão. Essa dualidade entre comédia e sombrio talvez possa causar reações de estranheza tanto de quem quer algo mais leve quanto quem quer algo mais sombrio.