O polêmico terceiro capitulo de Ogami Tsukimi, a recepção ruim de Shusseki Bangou e a situação de Tatari. O protagonista de Last Karte quebrou o braço? Tá faltando tinta na Shonen Sunday?
- Artigo escrito por DNSS
TOC Weekly Shonen Sunday #48 (26/10/2023)
Capa: Suzuhara Suzu (Gravure Idol)
Last Karte c77 (Página Colorida de Abertura)
02 – Shusseki Bangou 0-ban c04
03 – Major 2nd c266
04 – Ryuu to Ichigo c165
05 – Ogami Tsumiki Ki nichijou c03
06 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c89
07 – MAO c205
Oyaji to Nyankichi (One-shot especial, Sunday Web)
08 – Komi-san wa, Komyushou desu c428
09 – Yofukashi no Uta c189
10 – Red Blue c84
11 – Kimi wa 008 c282
12 – Tatari c26
13 – Maou-jou de Oyasumi c344
14 – Kimi to Warui Koto ga Shitai c47
15 – Maiko-san Chi no Makanai-san c284
16 – Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari c324
17 – Shiroyama to Mita-san c90
18 – Shibuya Near Family c76
19 – Super String: Isekai Kenbunroku c21
20 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c?
Ausentes: Detective Conan, Sousou no Frieren, Te no Geka, Tonikaku Kawaii (Hiato causado por Jujutsu Kaisen), Ad Astra Per Aspera (hiato), Magic Kaito (hiato).
Edição #48
Retornando a normalidade, recebemos em nossas virtuais mãos a tradicional Gravure Idol de capa. Importa saber quem é a jovem da vez? Não muito, portanto, prosseguiremos para o que é relevante, já que tenho muita coisa interessante a comentar sobre essa edição, e também sobre o que vemos além dela. Abrindo a revista encontramos na primeira posição da vez o Laste Karte, a história sobre os dois garotos que desejam se tornar veterinários. O mangá explora muito bem questões como o valor da vida, conflitos sociais, com pitadas de investigação e mistério, sempre com uma abordagem bem educativa. É uma história extremamente curiosa e emotiva, principalmente para quem se interessa por biologia e animais, e para aquele que não se interessa, é uma excelente porta de entrada para começar a se interessar. Seu quinto volume teve um aumento microscópico de 434 unidades, o que nunca é ruim, mas também não é muito relevante considerando que, infelizmente, são somente míseras 6 mil cópias vendidas por volume. Bem ruim pra revista, mas não é você perdendo dinheiro, então vá ler Laste Karte, uma fácil recomendação e um merecido destaque da semana.
Em seguida, já na segunda posição, o novato Shusseki Bangou 0-ban, que segue passando por dificuldades. O terceiro capítulo teve uma recepção ainda pior comparada com o segundo, e críticas negativas sempre ressoam 10 vezes mais do que as positivas. O fluxo de comentários sobre a Sunday em sua maioria são reduzidos (desconsiderando obviamente os titãs Conan e Frieren), por isso, é fútil levar essa minúscula métrica como decisão de qualquer julgamento, mas igualmente incorreto seria ignorá-la, já que é justamente ela nossa única medida de observação do momento. A recepção de Shusseki Bangou 0-ban certamente não é boa, mas também não é relevantemente ruim para decidir o futuro da série. A Sunday carece enormemente de um bom e velho battle-shonen de sucesso, a revista tem sua identidade bem definida, mas falta mais variedade, Shusseki Bangou 0-ban dando certo seria extremamente precioso para a Sunday, faz muita falta uma história no estilo Kekkaishi ou Magi. As atuais referências do gênero são Super String, Tatari e Kimi Wa 008, é uma situação totalmente assustadora. Torço bastante para que a inicial recepção ruim seja superada, a história tem potencial para fazer funcionar.
Na quinta colocação, nosso outro novato, Ogami Tsumiki Ki nichijou, esse segue vivendo a lua de mel, a antítese do seu parceiro de leva. Interessante de se observar como ele ganhou um bom engajamento de maneira tão rápida no ocidente, estão traduzindo a história no mesmo dia ou no seguinte ao lançamento oficial. O terceiro capítulo foi BEM polêmico por um motivo BEM bobo, cutucou o maior trauma de muito leitor ocidental, mas como o japonês é bem mais resistente a esse tipo de coisa (para não dizer fã), a comoção foi bem mais contida por lá.
Last Karte, Página Colorida de Abertura
Em sexto lugar temos Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi. A comédia romântica do meio da revista que mais cresce, lentamente, mas continuamente. Seu 4º volume vendeu 12 mil cópias, desde lá só cresceu, onde seu mais recente volume vendeu 27 mil, e não pretende parar. É uma história a se observar, bom também começar a acompanhar, para depois que surgir um eventual sucesso você ir lá comentar que já conhecia e era fã. Na oitava e nona colação, a turma da segunda prateleira, os peixes de médio porte, Komi-san wa, Komyushou desu e Yofukashi no Uta. Nada muito a comentar, fora o fato de que já reclamei da edição passada pela falta de destaque entregue a Yofukashi, que se encontra numa fase espetacular, e essa semana mais uma vez, sem página colorida (numa edição com uma única página colorida), recebeu outra posição mediana, e pior, na semana seguinte também não receberá página colorida. Acabou a tinta da Sunday senhor editor-chefe Kazunori Oshima? Pare de ser mesquinho.
Em 12º, temos o sobrevivente Tatari. Comentei há duas edições atrás que junto com Super String, Tatari era o mangá com o maior possibilidade de se despedir da revista. Não me parece mais ser esse o caso, não somente por ter largado nas duas ultimas semanas o fundo da revista, mas principalmente pela próxima semana, onde a história vai receber a capa de abertura da edição #49. Tatari é um dos poucos mangás que entregam uma variedade de gênero para a revista, mesmo que muito dificilmente a história vá se tornar comercialmente rentável, me parece importante o seu cultivo, para o bem da própria Sunday. Ainda assim, mesmo que seja impossível apontar atualmente um mangá prestes a ser cancelado, gostaria de categorizar alguns deles. Vou propor o entendimento da revista num sistema de três prioridades, definindo por consequência a situação de cada um deles.
A prioridade número 1, o “tier” da redundância. Frieren, Conan, Calls of the Night, Major 2nd e Komi-san. Aqui ficam todos que não possuem outro destino fora o encerramento natural, nem um bêbado cogita o cancelamento de qualquer um desses. Vendem muito e sustentam a revista. O perigo que essas histórias correm na verdade é o de alongar demais, buscando extrair o máximo do máximo de cada uma, estragando a qualidade artística da obra, uma tática corriqueira, talvez até em aplicação.
A prioridade número 2, o “tier” da calmaria, onde fica a maioria. MAO, Tonikaku Kawaii, Maou-jou Oyasumi, Maiko-san, Mikadono, Aozakura, Ryuu to Ichigo, Kimi wa 008, Shiroyama to Mita-san, Shibuya Near Family, Last Karte, Red Blue. São histórias variadas, de vendas medianas, vendas baixas, algumas veteranas, outras nem tanto. Seus principais pontos em comum são os fatores de possuírem tanto um bom apoio editorial como também público, são suficientemente consolidadas, o que garante sua vida útil na revista. Não serão canceladas pois não entregam indicativos de nada do tipo.
A prioridade número 3, o “tier” da incerteza. E incerteza não significa perigo de cancelamento, significa simplesmente que não sabemos o real futuro dessas histórias. Tatari, Super String, Te no Geka, Kimi to Warui, Shusseki Bangou 0-ban e Ogami Tsumiki Kinichijou. Os 3 primeiros são os sobreviventes da última leva de 5 mangás, onde Te no Geka é o mais promissor e que em breve estará na prioridade número 2, se nada se alterar. Os dois últimos são infantes, não podemos decidir nada. Já Tatari, Kimi to Warui e Super String, por consequência comparativa, estão no fundo da pirâmide, são os com menor prioridade. Interessante observar que mesmo sendo os três com as menores prioridades, nenhum deles possuem uma chance clara de cancelamento, pelo contrário, Tatari vem recebendo destaque nas últimas duas semanas e vai ganhar ainda mais na edição #49, com sua página colorida de abertura; a mesma coisa se aplica para Kimi to Warui, enquanto Super String é por natureza uma obra atípica, só sabemos que não sabemos sobre seu futuro.
Entretanto, a análise da TOC não é entendível a curto prazo, é sempre um processo de longa duração, avaliar o recente fluxo significa muito pouco para as longas tendências, e é por isso que mesmo Tatari recebendo um melhor tratamento, continua com a menor prioridade; e apesar de tudo isso, a Sunday – pelo menos por enquanto – não entrega indícios de estar planejando seu cancelamento. Agora, precisando remover uma história da revista, numa futura nova estreia, façamos um exercício. É de se esperar que qual história seja removida para o ingresso de uma nova? Por meio da observação das histórias prioritárias encontramos essa resposta. Que não é sempre certeira, mas é geralmente a mais apropriada. Espero que eu tenha explicado de maneira satisfatória, que mesmo tendo poucas previsões de cancelamentos, ainda podemos inferir e observar os indicativos de quem são esses mangás prioritários, e quem não são. E que na hora da mudança, se não couber tudo no carro, o que se tem menor prioridade acaba ficando pra trás. Quinta feira temos mais, um abraço.
One-shot: Oyaji to Nyankichi
Prévia da Weekly Shonen Sunday #49
Página Colorida de Abertura: Tatari
Página Colorida: Ogami Tsumiki Ki nichijou; Te no Geka.