E estamos de volta também com a Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista semanal “Shonen” do mercado japonês!
TOC Weekly Shonen Magazine #44 (04/10/23)
01 – Mokushiroku no Yonkishi (Capa e Página Colorida de Abertura) c123
02 – Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai c107
03 – Blue Lock c235
04 – Kanan sama wa Akumade Choroi c68
05 – Hajime no Ippo c1435
06 – Soredemo Ayumu wa Yosetekuru c219
07 – Mayonaka Heart Tune c03
08 – Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su c150
09 – Kanojo, Okarishimasu c301
10 – Brave Bell c16
11 – Kakkou no linazuke c175
12 – Sentai Dai Shikkaku c112
13 – Edens Zero c258
14 – Amagami san Chi no Enmusubi c110
15 – Akabane Honeko no Bodyguard c51
16 – Ao no Miburo c96
17 – Yowayowa Sensei c44
18 – Gachiakuta c71
19 – Megami no Café Terrace c123
20 – Seitokai ni mo ana wa aru! c66
21 – KIMURAXCLASS c14
22 – Usayama Joshi Koukou 2-nen 1-gumi!! c23
23 – Fumetsu no Anata e c178
Ausente: Ahiru no Sora c618 (Hiato)
Prévia da Weekly Shonen Magazine #45
Página Colorida de Abertura: Mononoke no Ran (Nova Série de Takeda Yousuke, 68 Pages)
Página Colorida: Megami no Café Terrace, KIMURAXCLASS
Olá, meu nome é Lucca e começarei a falar sobre a Shonen Magazine aqui. Esse primeiro post deve ser um pouco maior para apresentar um pouco da situação de cada série, mas espero conseguir suavizar os próximos comentários. Ao se falar da ToC da Shonen Magazine, é importante frisar que diferente da Jump, o posicionamento das séries importa menos já que não há um sistema de votação. As vendas por volume dos mangás são o principal fator para a permanência ou não de cada um. Entretanto, ainda assim essas posições podem indicar como o editorial encara cada série, tanto em popularidade quanto em “função”, como por exemplo mangás gag serem colocados mais perto do fim da revista geralmente.
Dito isso, vamos falar um pouco da ToC mesmo e o que se pode colher dela em relação à data que temos e a recepção dos leitores.
Em primeiro lugar tivemos Mokushiroku no Yonkishi ganhou uma rara capa (a maioria das capas da Magazine vão para modelos que fazem ensaios exclusivos para a revista). É uma promoção para a estreia do anime, que se passa no mesmo universo de Nanatsu no Taizai, a obra mais famosa do autor Suzuki Nakaba. Faz todo sentido para o editorial acreditar que um anime possa trazer esses fãs para o mangá, que embora tenha vendas boas para o padrão atual, vende muito menos que a série antecessora.
Em segundo lugar, Kuroiwa Medaka, a primeira romcom (comédia romântica) da Line-Up nessa edição. É o genêro mais comum na Magazine atual, que consegue emplacar muitos romcoms de sucesso, inclusive com adaptações em anime. Kuroiwa Medaka não está ainda no primeiro pelotão com as séries com anime já lançados ou anunciados, no caso os mangás que estão são: Kanojo Okarishimasu, Kakkou no Iinazuke, Megami no Cafe Terrace e futuramente Amagami-san, mas mantêm vendas decentes e deve ser preparada para logo receber um anúncio de adaptação em anime.
Em terceiro lugar tivemos Blue Lock, o grande hit atual e que será o mangá mais vendido do ano no mercado japonês. Em quarto lugar tivemos Kanan-Sama, uma outra romcom, mas essa mais puxada ao fanservice. As vendas não a colocam no grupo principal, mas é um mangá com boa recepção na internet, com um autor que tem uma presença forte em redes sociais e uma arte popular. Em seguida, Hajime no Ippo, que é basicamente o rosto da revista por ser sua série clássica com mais de 1000 capítulos e sem nem sinal de acabar. Já Soredemo Ayumu conquistou a sexta colocação, outra publicação consistente e que teve anime.
Em sétimo tivemos o terceiro capítulo de um romcom novo, Mayonaka Heart Tune. É uma forte aposta dos editores por se tratar de um autor veterano que já teve anime (Senryu Shoujo). Falarei mais sobre abaixo. Em oitavo tivemos para Shangri-la Frontier que teve uma forte estreia de seu anime, uma animação de qualidade altíssima e muito elogiada. Ainda precisamos ver como isso vai impactar as vendas do mangá, que já são boas, e podem decolar justamente quando a Magazine não tem mais muitos Battle-Shounens de muito sucesso – entretanto é importante lembrar que atualmente temos uma temporada de anime muito competitiva, com Frieren sendo o grande shonen do momento, e que isso pode tomar a atenção de Shangri-la Frontier.
Abaixo dele está Kanojo Okarishimasu, que recém terminou sua terceira temporada em anime. A série perde vendas a cada volume, igual a quase todas as serializações longas na indústria, mas ainda é a principal romcom da Magazine. Em décimo temos Brave Bell. que teve seu 1° volume publicado no último mês, vendendo em torno de 4.000 cópias nas duas primeiras semanas. Não é uma estreia forte, se assemelhando a outras estreias recentes canceladas ou transferidas como Dead Account, mas também não significa que tem seu fim decretado já. Precisamos ver o que os editores esperam, Brave Bell é um mangá de suspense e ação com bastante violência e foco em yakuza e gangues, é diferente da maioria da linha atual e pode ter sido uma aposta em ter algo similar a Tokyo Revengers, maior hit dos últimos anos e que já encerrou sua publicação.
Em seguida, Kakkou no Iinazuke, outra romcom de boa popularidade com um anime. Em décimo segundo lugar tivemos Sentai Dai Shikkaku, mangá de batalha do autor de Gotoubun no Hanayome e que logo vai ter uma adaptação também. Tem uma popularidade boa para moderada, mas que não é nem perto da série anterior do autor. Mesmo caso do mangá que aparece abaixo dele, Edens Zero, que é estável e não será cancelado por ter um dos autores mais populares da história da revista. Mas que possui vendas baixas para um mangá de batalha do autor de Rave Master e Fairy Tail, ainda mais com várias temporadas de anime.
O décimo quarto lugar foi para Amagami-san, romcom popular de um autor que foi assistente em Gotoubun e que já tem anime anunciado. A série tem ótima recepção entre os leitores pela sua história mais séria para um harém e pode ter um bom boost se sua adaptação for bem recebida por novos possíveis fãs. Abaixo está Akabane Honeko no Bodyguard, que já tem um ano e não consegue crescer, por isso corre perigo de cancelamento ou transferência. Depois vem Ao no Miburo que contra todas as expectativas vai sobreviver por ter um anime em produção. O mangá realmente nunca vendeu muito e ganhar esse anúncio com menos de 100 capítulos mostra o quanto o editorial valoriza trazer anime o mais rápido possível para todas suas séries estáveis.
Em seguida, Yowayowa Sensei, que tem um espaço similar ao de Kanan-sama com seu foco em fanservice, tendo vendas um pouco mais fracas que seu “rival”. Gachiakuta ficou em décimo oitavo lugar. É um mangá de batalha que tem uma fanbase até forte fora do Japão, mas que nunca decolou no mercado interno para tomar espaço como um dos principais da Magazine, como alguns esperavam de uma publicação vista como sucessora de Enen no Shouboutai. Contudo se mantêm estável. Em décimo nono lugar tivemos Megami no Café Terrace, romcom que está entre as mais vendidas e teve anime nesse ano. Também de um autor veterano de muitos hits (Seo Kouji).
Chegando quase ao final da ToC, Seitokai ni mo ana wa aru. Esse gag escolar recentemente venceu o prêmio prestigiado Next Manga Awards, está com vendas fortes e assumiu o posto de sucessor de Seitokai Yakuindomo, aparecendo numa posição similar mais ao fim da revista embora seja popular. Em décimo primeiro lugar tivemos KimuraXClass, série nova com 14 capítulos e premissa similar a Ansatsu Kyoushitsu, mas que não está engrenando com os leitores. Vai ganhar uma página colorida na próxima edição, então ainda há um certo apoio do editorial. Penúltimo lugar foi para Usayama Joshi Koukou 2-nen 1-gumi, comédia que não conseguiu ranquear seu 1° volume nem no Shoseki e tem vendas terríveis, apontando provável cancelamento.
Último lugar para Fumetsu no Anata e, que vive no bottom da ToC. É um mangá que não cresce de suas vendas medianas para baixas, mas que não vai ser cancelado por ter uma autora de renome e um anime com diversas temporadas.
Em destaque:
Mayonaka Heart Tune
Como citei antes, é uma nova romcom do autor de Senryu Shoujo. O editorial da Magazine se importa muito com promover seus autores veteranos e esse não é um caso diferente.
Uma obra que citei várias vezes no texto mesmo sem estar em publicação mais foi Gotoubun no Hanayome. É um hit enorme e que basicamente definiu como o editorial trataria romcom na revista, sendo o gênero que domina a linha atual e que está sempre tendo novos hits. Assim os mangás da Magazine se inspiram muito nos aspectos populares de Gotoubun, e Mayonaka Heart Tune não é diferente. Essa influência aparece logo de cara na proposta da história: o protagonista precisa descobrir qual das várias heroínas é a garota que, no passado, ele escutava numa rádio online.
As quatro garotas fazem parte de um clube de rádio na escola e possuem sonhos únicos baseados em profissões focadas em trabalho com voz: cantora, dubladora, v-tuber e locutora. Cada uma delas também tem uma característica em comum com a garota do passado que o protagonista procura, que ele não sabe o nome ou rosto real. O mangá é bem executado como esperado de um veterano e se diferencia por sua comédia ser mais próxima de um mangá gag em fazer referências e expressões mais deformadas, o que faz sentido considerando que Senryu Shoujo tinha mais comédia e não era um harém.