
Atrasei, eu sei, mas vocês não imaginam a dificuldade que é ler todos esse One-Shots, a maioria com mais de 40 páginas, e tentar entendê-los no máximo do possível, mas aqui estamos para a segunda parte. A partir da próxima edição irei trazer somente os 12 melhores de cada edição. Lembrando que na Jump GIGA WINTER 2023, tivemos 24 One-Shots. Isso mesmo, vinte e quatro. Não consigo escrever 24 One-Shots em uma matéria SÓ, seria terrível de se ler inclusive, por isso decidi dividir em três partes, cada um com OITO MANGÁS.
Como a segunda parte da revista é cheia de One-Shot ruins, com somente alguns bons, tinha um risco enorme da segunda parte ser TERRÍVEL de se escrever. Então eu decidi sortear quais One-Shot serão avaliados em cada parte, para termos três partes mais equilibradas. E concluindo, lembro vocês que serão disponibilizados algumas páginas desse One-Shot, o Analyse It não tem nenhuma relação com as imagens disponibilizadas no imgur :). Por motivos legais ÓBVIOS não podemos disponibilizar todas as páginas. Essa amostra serve para dar suporte a critica aos One-Shots.
One Shot avaliados nessa segunda parte:
- ‘Kinpatsu no Onmyoji’ de Fukuchi Yuto
- ‘Shirokami no Mai’ de Katakuna Ginji
- ‘Childhood Dream’ de Honjo Aito
- ‘Yoki no Shikabane’ de Shimasaki Reiichi
- ‘Viking Raconte’ de Minamino Tomiumi
- ‘Akashi Ayakashi’ by Mochizuki Jun
- ‘Uwasa no Kamisano-kun’ de Akiyama Takashi
- ‘Usotsuki Tachi’ de Hirukoshi Ame
Kinpatsu no Onmyouji
de: Fukuchi Yuuto
Como vocês já perceberam pelo nome, é uma história sobre exorcismo – mais uma – Porém diferente de alguns mangás dessa edição, como Gaki Pop, que tentaram entregar algo novo no gênero, Kinpatsu no Onmyouji segue o mesmo esquema de sempre, sem nenhuma novidade.
O mangá segue um garoto do colegial que desde pequeno consegue ver demônios e fantasma, por isso se sente “perseguido” por essas criaturas sobrenaturais. Tudo muda quando ele conhece uma garota da sua escola que também tem as mesmas habilidades, mas diferente dele, já é uma exorcista que vive em um templo. Juntos, eles conseguem salvar uma outra garota da escola que estava sendo possuída por um demônio.
A arte do mangá, na minha opinião, é ainda muito amadora, no quesito de ser muito inconstante. Mesmo o autor desenhando bem algumas páginas, tanto os personagens quanto os inimigos vistos, são extremamente genéricos, não mostrando nenhuma originalidade. Deste modo, nem a arte e nem o roteiro convencem, não justificando assim uma serialização. Espero que o autor retorne em uma outra GIGA com uma ideia mais criativa.
Nota: 1 / 5
Shirokami no Mai
de: Katakuna Ginji
Shirokami é um mangá com potencial, porém que precisa resolver alguns problemas para assim dar certo na revista. A história se passa em um mundo dividido entre os homens e animais antropomórficos, no qual os animais tendem a ser excluídos e migraram para a criminalidade.
A protagonista (ou o protagonista, pois não consegui identificar o seu gênero), acaba sendo condenada a 5 anos na mesma prisão do “camaleão” que matou os seus pais. Quando o encontra decide que irá usar os seus poderes psíquicos para assim se vingar do assassino dos seus pais. Ao longo do One-Shot, enquanto tenta matar o camelão, descobrimos que na verdade ele não é o assassino de seus pais, muito pelo contrário, o motivo do protagonista estar vivo é que o camelão decidiu não revelar o seu esconderijo no armário para o verdadeiro assassino, o seu companheiro de trabalho: O rinoceronte, que também está preso.
A protagonista encurralada e emocionalmente instável após ser atacada pelo rinoceronte, acaba liberando todo o seu poder, destruindo parte da prisão, permitindo tanto a sua fuga quanto do camelão. Os dois refletem sobre os crimes e sobre o passado da protagonista, e depois decidem parcialmente se perdoarem, porém mantendo uma rivalidade.
O mangá tem suas qualidades: A arte é boa, com espaço para melhorar ainda mais. O universo se bem desenvolvido pode acabar se tornando um dos pontos de maior qualidade da história, já que na Weekly Shonen Jump ultimamente não tivemos nenhum mangá com um universo parecido. Contudo eu acredito que o protagonista não seja um personagem muito carismático e isso pode pesar muito quando uma série for serializada. Deste modo, eu acho que Shirokami no Mai para dar certo, precisa mudar de protagonista.
Nota: 3.5 / 5
Childhood Dream
de Honjo Aito
O motivo pelo qual eu trago a Jump GIGA é para mostrar para vocês que os editores da Weekly Shonen Jump têm autores promissores em suas mãos, autores que podem entregar um conteúdo de altíssima qualidade. Childhood Dream é um mangá simples, mas que através de uma ótima arte entrega um conteúdo espetacular. O mangá, apresenta uma estudante do colegial, que é uma pintora amadora que está em busca de sucesso em uma área de trabalho complexa: As artes visuais. Enquanto ela treina em seu clube para se torna uma grande pintora, o seu professor tenta apoiá-la com dicas e trazendo materiais (como a tinta vermelha no começo do mangá). Esse mesmo professor no mesmo tempo que vai ajudando a jovem estudante, vai lembrando da sua infância.
O autor, assim, coloca no One-Shot um desenvolvimento interessante, no qual temos uma estudante esperançosa junto com um professor que se “conformou com a realidade”. O autor termina a história com a protagonista conseguindo realizar o seu sonho, fazendo uma exposição de arte com várias referências não só ao protagonista, mas também a outros personagens que aparecem no One-Shot.
Childhood Dream sabe muito bem trabalhar o drama, entregando um desenvolvimento tocante e inteligente de ambos os personagens principais e a sua arte, que também é de altíssima qualidade, consegue realçar o roteiro. Sem sombras de dúvidas, Childhood Dream é um dos mangás mais promissores dessa edição, se não for O MAIS PROMISSOR, e seria um grandíssimo erro se não fosse serializado na revista. É claro que a história precisa ser expandida para dar certo na Weekly Shonen Jump, mas o autor mostrou nessas páginas uma capacidade real de entregar um roteiro complexo, compatível com uma série de longo prazo. Childhood Dream merece uma chance na revista.
Nota: 5 / 5
Yoki no Shikabanede
Shimasaki Reiichi
Ambientado em um mundo fantástico, o mangá conta a história de uma garota que vive com o cadáver do seu irmão, que morreu após um acidente de trabalho. Como trabalho essa garota captura mortos (entregando para a Morte) e combate espíritos. Mesmo sendo como base um Battle-Shounen, as cenas de ação são mínimas no One-Shot, que vai mais desenvolvendo a relação entre a protagonista e seu irmão “zumbi”.
Deste modo, todo o roteiro gira em torno do “mal funcionamento” do irmão, que se mantém semi-vivo através de uma tecnologia que transfere energia ao cadáver. Essa tecnologia, porém, não é capaz de manter o cadáver realmente vivo, e sim em um estado de “zumbi”. Na história a protagonista está em busca de um modo de resolver esse mal funcionamento. A situação do irmão continua a mesma até quando a irmã é atacada por um desses espíritos, é nesse momento que ele recupera parte de sua consciência e utiliza poderes mágicos para salvar a irmã – para depois voltar a ser um simples zumbi -.
Yoki no Shikabane não é um One-Shot ruim, consegue entregar o básico e tem uma protagonista carismática (Elemento muito importante para a sobrevivência de qualquer modo). O seu maior problema é que a arte ainda é amadora, mostrando que o autor precisa de mais experiência, e as cenas de ação não são boas o suficiente para podermos classificar a série como um bom “Battle-Shounen”. O One-Shot, deste modo, resta em um limbo no qual não consegue se impor como no gênero que se propõe. Eu acredito que se for serializado sem que o autor tenha mais experiência ou uma mudança substancial no One Shot se tornaria um cancelamento quase certo.
Nota: 2.5 / 5
Viking Raconte
de Minamino Tomiumi
Não tem muito o que contar sobre Viking Raconte, pois segue um sistema muito básico de séries de aventuras. Temos o nosso herói, que nesse caso é um Vinking, chega em uma vila controlada por um tirano. Nessa vila temos uma personagem feminina que é vive na pobreza cuidando dos seus irmãos e o protagonista vai ao longo das páginas conhecendo um pouco dessa garota. Nas últimas páginas, o protagonista e seus companheiros (todos vikings) lutam juntos contra o exército do inimigo, que tem um design muito engraçado (parecendo um porquinho), salvando tanto a garota quanto a cidade.
Viking Raconte é um mangá mediano, sem nada de realmente interessante. Um shounen de aventura genérico que não entrega nada de novo no estilo. A sua arte também é bem mediana, e por exemplo a nova série, Ice-Head Gill tem uma arte bem melhor. Viking Raconte não é uma tragédia, passa longe disso, mas mesmo assim o autor parece ainda não estar pronto para integrar uma revista grande, seja a Weekly Shonen Jump ou até mesmo outras revistas menores.
Nota: 2.5 / 5
Akashi Ayakashi
de Mochizuki Jun
Então, Akashi Ayakashi como vocês podem ver pelo nome também é um mangá sobre espíritos e demônios, mas nesse caso espíritos que vivem nas espadas. Seguimos dois policiais do departamento especial que combate inimigos sobrenaturais. Eles são encarregados de parar um espadachim que está usando uma espada demoníaca que se torna mais potente cada vez que observe o sangue de uma vítima.
O resto é praticamente pancadaria pura com espadas – é um Battle-Shounen –. A série me lembrou muito Bleach, tanto na arte quanto na temática. Contudo o que mais me incomodou na série acabou sendo a sua arte; muito boa em certos momentos, mas extremamente vazia já que o autor não é bom em desenhar cenários. Todo o One-Shot é praticamente personagens lutando em um fundo branco. A história não me convenceu, mas é aquele feijão com arroz que se entrega boas lutas pode agradar. Eu não escolheria de serializar Akashi Ayakashi, temos One-Shots mais promissores na revista, contudo eu não diria que seria um fracasso certo caso fosse serializado, pois a série tem suas potencialidades.
Nota: 2 / 5
Uwasa no Kamisano-kun
de Akiyama Takashi
Um mangá da Shonen Magazine por enquanto acabou sendo publicado na Jump GIGA. Uwasa noKamisano-kun é uma comédia romântica no qual o protagonista, um normal estudante do colegial, recebe em sua escola uma grande influencer amada por todos os jovens do Japão. O protagonista se torna responsável por apresentar a escola e seguir essa nova garota, e por causa disso, os dois vão pouco a pouco se aproximando.
O clímax da história acontece quando os dois estão caminhando pelas ruas do Japão e dois “stalkers” começam a perseguir a influencer, e assim o protagonista deve utilizar sua força para afastar (e derrotar) os dois stalkers, solidificando a sua relação com a influencer. Voltando para a escola, o protagonista descobre que todos seus amigos viram o vídeo no qual ele vence os stalkers.. O mangá no geral é bem simples, com uma boa arte, apresenta um roteiro banal, mas que mesmo assim é muito popular com os jovens japoneses atualmente. Quem segue a Shonen Magazine sabe que metade da revista são mangás assim.
Atualmente na Weekly Shonen Jump não temos nenhum romcom, sendo Nue no Onmyouji (que é na verdade mais um Battle-Gag atualmente) o mangá que mais se aproxima desse gênero. Deste modo, mesmo eu achando insuportável a grandíssima maioria dos romcons, devo assumir que Owasa no Kamisano-kun teria chances de dar certo na revista, principalmente porque ambos os protagonistas são carismáticos e tem um design que eu acredito que agradaria muito os japoneses japonese.
Uwasa no Kamisano-kun seria uma aposta válida, no meu ponto de vista, mesmo eu não gostando tanto da obra. É importante, porém, a Shonen Jump não lançar mil mangás romcom, já que o mercado já está bem saturado de obras do gênero.
Nota: 3.5 / 5
Usotsuki Tachi
de Hirokoshi Ame
Seguimos um assassino que está cansado de trabalhar para a sua organização criminosa. O seu trabalho para a organização quando ainda era uma criança em um orfanato – O diretor desse mesmo orfanato prometeu uma vida melhor se o protagonista se juntasse a organização -. A história começa com ele pensando em matar um dos principais médicos da organização, mas acaba sendo injetado com um veneno.
Daquele momento começa a enxergar o espírito da sua melhor amiga do orfanato. Juntos voltam a realizar missões, enquanto o protagonista pensa um jeito de se livrar dessa organização criminosa. Nas últimas páginas da história descobrimos que a garota não é um fantasma, mas sim está dentro de um cilindro, no qual realizavam experimento com elas. Utilizando as suas habilidades e a ajuda de um investigador, o protagonista consegue liberar tanto a sua amiga quanto as demais vítimas.
O mangá entrega uma boa arte – com vários momentos realmente muito bem desenhados – E na minha opinião é um autor que pode entregar uma história interessante. Usotsuki Tachi não é nada de espetacular, mas não é simplesmente mediocre, tem algo a mais: Quem sabe não pode evoluir para uma história mais complexa, com casos realmente interessantes. Eu ainda acho que é necessário realizar algumas mudanças na história para ter chances de ser serializado e também de sobreviver em uma revista de alto nível, mas como eu já disse, não é uma história ruim.
Nota: 3.5 / 5