Olha quem está de volta ao Analyse It, sim a análise DETALHADA da Jump GIGA WINTER 2023. Como vocês sabem, o Analyse It tem uma grande tradição em acertar quais autores tem uma maior possibilidade de ir para a revista, mas dessa vez não teremos a opinião dos japoneses, somente a minha – por isso nada de previsão de qual é a chance de serialização de um One-Shot – O motivo dessa mudança é que os dois sites que eu utilizava para ver a recepção dos japoneses simplesmente não realizam mais as votações, por isso não tenho mais os comentários japoneses e nem mesmo as estatísticas de cada One-Shot. Já os fóruns que utilizo para a Weekly Shonen Jump até comentam sobre a GIGA, mas são comentários velozes que não me permite ter uma opinião concreta dos leitores.
E antes tudo, como vocês sabem meu estudo do japonês é superficial – Sei chinês já que estudo a anos – mas eu tenho um amigo que sabe, por isso eu gosto de ler a revista junto a ele. É um processo lento, mas que me ajuda a entender um pouco o One-Shot. Antes eu tinha um amigo que sabia muito bem japonês, mas ele voltou a viver no Japão, agora tenho um amigo chinês que me ajudou nas traduções, contudo seu japonês não é perfeito, unindo nossos conhecimentos podemos talvez errar na interpretação de alguns diálogos e de pequenas informações, mas dificilmente da história.
Voltando para a Jump GIGA 2023, tivemos 24 One-Shots. Isso mesmo, vinte e quatro. Não consigo escrever 24 One-Shots em uma matéria SÓ, seria terrível de se ler inclusive, por isso decidi dividir em três partes, cada um com OITO MANGÁS.
Como a segunda parte da revista é cheia de One-Shot ruins, com somente alguns bons, tinha um risco enorme da segunda parte ser TERRÍVEL de se escrever. Então eu decidi sortear quais One-Shot serão avaliados em cada parte, para termos três partes mais equilibradas. E para encerrar, serão disponibilizados algumas páginas desse One-Shot, o Analyse It não tem nenhuma relação com as imagens disponibilizadas no imgur :). Por motivos LEGAIS ÓBVIOS não podemos disponibilizar todas as páginas.
One Shot avaliados na Primeira Parte:
- “Kinniku Jorei” de Yuki Kawaguchi (autor de Red Hood)
- “Gaki Pop Party” de S!on
- “Babel Prison” de EITI
- “Underground Party” de Kanatsu Maru
- “Azuki o Katta” de Kakumaru Genta
- “Hana to Shitai” de Fuji Umi
- “OWL” de Aoi Tora
- “Yumeki Baku” de Danjou
1. Kinniku Jorei (de Yuki Kawaguchi)
O mangá conta a história de Koshikawa Suzu, um jovem garoto que consegue atrair vários espíritos malignos (Sim, você já viu isso antes). A história começa com o protagonista indo para um templo para se livrar de uma dessas criaturas e nesse templo acaba conhecendo um fantasma que utiliza as artes marciais (luta livre) para exorcizar a maldição. O mangá praticamente gira em torno tanto da força fisica da protagonista quanto em torno da sua dedicação em exorcizar outras “maldições”, “fantasmas”, seja o que for.
Podemos considerar assim “Kinniku Jorei” um Battle-Gag, contudo que navega em mares já bem conhecidos, não apresentando nada de realmente original. A arte do autor, criador de Red Hood, continua muito boa e brilha nas cenas de Battle-Shounen no qual vemos a protagonista lutando contra um espirito maligno, para assim salvar Koshikawa Suzu, o segundo protagonista, mas diferente de “Red Hood” não apresenta um design único. O roteiro, infelizmente, é mais do mesmo e soa chato.
Nota: 2 / 5
Merece ser serializado? Então, eu acho que Kawaguchi tem um potencial maior que não seria muito bem aproveitado caso “Kinniku Jorei” fosse serializado, por isso eu PREFIRO que não seja. Mas eu vejo também pontos positivos nesse seu primeiro capítulo; a protagonista por exemplo é muito engraçada e carismática, o que poderia acabar agradando muitos leitores. Por isso, eu não descartaria por completo a sua serialização ou um re-lançamento do One-Shot na Weekly Shonen Jump.
*Lembrando que One-Shot “Kinniku Jorei” não pode ser votado, por ser de um autor veterano.
3. Gaki Pop Party (de S!on)
Kimetsu no Yaiba já começa a fazer escola e talvez não seja algo tão ruim assim – Se começamos a revista com um mangá sobre “exorcismo” realizado no PUNHO, agora migramos para um mangá no qual os fantasmas são vencidos através da ESPADA. Gaki Pop Party conta a história de duas garotas demônios que protegem uma cidade de outros demônios, só que sem a capacidade de controlar os próprios instintos famintos… Ou quase todos não tem a capacidade. Pois a vilã desse One-Shot é um demônio muito inteligente que estava propositalmente aumentando o número de demônios.
O mangá apresenta duas protagonista com um ótimo design, principalmente a ajudante que parece vir da “Cartoon Network” (Hello Kitty se encontra com as Meninas Super Poderosas), além de ter uma ótima química (que gira em torno muito sobre a “FOFURA” de uma delas). Os inimigos já apresentam um design mais comum, às vezes próximo a Kimetsu no Yaiba, outras vezes a Jujutsu Kaisen.
O que chama atenção da série, porém, além da ótima personalidade e design das duas protagonistas, é a sua habilidade de desenhar boas cenas de ação – S!on ainda tem muito a melhorar como autor, mas esse é o seu primeiro One-Shot que vejo na Jump GIGA e já me causou uma boa impressão inicial -. É um(a) mangaká com uma grandíssima potencialidade que os editores provavelmente já notaram, já que colocaram a série em terceiro lugar na ordem de leitura, por isso, em uma posição prioritária entre aqueles que não receberam uma página colorida. Se melhorar a sua capacidade de criar um roteiro único, pode ir longe.
Nota: 4 / 5
Merece ser serializado? Eu acho que merece – eu acho que o One-Shot tem dois elementos que são essenciais para transformar uma série em um sucesso: uma boa arte e protagonistas carismáticos. E isso não devem mudar, MAS devem melhorar o universo, criando um mundo mais interessante e menos genéricos. Se isso for resolvido, eu acho que Gaki Pop Party pode ser serializado e pode inclusive se tornar uma série de sucesso.
Conhecendo o Autor (a): S!on nasceu no dia 12 de maio e é um mangaká estreante, lançando o seu primeiro One-Shot nessa Jump GIGA WINTER 2023, previamente tinha somente vencido um torneio de menor relevância com a sua arte. O seu mangá preferido é “Dragon Ball” e não tem o costume de desenhar personagens deformados, como o vilão dessa história, por isso acabou sendo um grande desafio para o autor.
4. Babel Prison (de EITI)
O mangá conta a história de um assassino que é condenado a morte, que nesse universo seria ser jogado ao interno das ruínas da Torre de Babel, ruínas que vão até o interno da terra, mas na verdade o nosso “herói” quis ir propositalmente a prisão, pois está a procura de uma pessoa. Dentro da prisão, após a quesa, encontra um prisioneiro que o leva até o “Chefe Religioso da Prisão”, uma espécie de anjo caído. Nisso, personagem principal descobre que a pessoa que procurava, Rita (Traduzi assim), está morta, mas sua filha está viva – uma pequena criança que agora ele terá que defender de todos os perigos -.
O autor após isso apresenta nesse One-Shot um universo muito rico, voltado mais as questões biblicas – algo que poucos autores da Weekly Shonen Jump se arriscaram nos últimos anos. A série, em certos momentos, lembra um pouco os mangás da Jump SQ justamente por isso. As cenas de ação não brilharam tanto assim, mas foram mesmo assim muito boa – o autor sabe criar uma boa coreografia de pancadaria, não sendo dependente assim de “super poderes” para criar bons quadros. Gostei MUITO do que eu li.
Nota: 5 / 5
Merece ser serializado? Esse é o segundo One-Shot de EITI – eu não li o seu primeiro – mas tenho que dizer uma coisa, que One-Shot BOM, os editores devem ser muito estúpidos para não serializar esse mangá, pois todas as qualidades estão ali presente: um bom protagonista, uma arte de alta qualidade, um universo rico (apresentando já por exemplo clãs, como o Clã do Sangue, no qual participa o protagonista) e um roteiro cativante.
Conhecendo o Autor (a): EITI estreou na revista pela primeira vez na Jump GIGA Summer 2022 – o seu primeiro One-Shot convenceu os editores que deram ainda mais destaque ao seu segundo One-Shot, lançado nessa edição -. O mangaká faz aniversário dia 5 de maio e tem como suas obras preferidas “Adventure Time” e a comédia “Pyu to Fuku! Jaguar”, lançada na Weekly Shonen Jump entre 2000 e 2010. O seu “hobby” é colecionar objetos de cor marrom.
8. Underground Party (de Kosako Kawari)
Underground Party é ambientado em um mundo no qual os robôs realizavam todos os trabalhos possíveis – resultando assim em pontos positivos, mas também negativos como o aumento da pobreza -. O nosso herói é um pobre garoto que vive de bicos, mas que vê sua vida mudar quando tenta salvar uma garota de ser atropelada por um caminhão. O garoto perde seu corpo nesse ato heróico, restando somente a cabeça, contudo a menina salva, que tem uma ligação com uma grande coorporação tecnológica, substitui o seu corpo por de um robô. Agora nosso herói vai usar seu novo corpo para mudar o mundo.
O mangá apresenta uma arte ainda amadora, que não consegue dar tanta emoção as cenas de ação – além disso o seu mundo distópico mesmo sendo legal, não é por nada interessante, é realmente o básico de um mundo futuristico, sem nenhuma peculariedade. Deste modo, Underground Party entrega um roteiro mais que do básico, chato.
Nota: 1.5 / 5
Merece ser serializado? Sinceramente não. Eu espero o sucesso para todos os autores do mundo, pois são seres humanos que estão tentando sobreviver com a própria arte em um mundo que ignora os artistas, mas Kosako Kawari precisa ainda evoluir muito para chegar no nível da Weekly Shonen Jump. Eu acho que precisa trabalhar mais tempo como assistente ou procurar uma revista menor.
Conhecendo o Autor(a): Kosako Kawari nasceu em 14 de Novembro de 1996, tem como “hobby” caminhar a meia noite e suas obras preferidas são: HUNTER X HUNTER, Mob Psycho 100, Eyshield 21 e Berserk. Essa é a sua primeira publicação e após ver “Metropolis” decidiu desenhar um mangá sobre robôs, dando origem assim ao One-Shot de “Underground Party”.
14. Azuki o Katta (de Kakumaru Genta)
O mangá parte do conceito da “Irmãzinha” que trás para casa animais de estimações que não podem ser mantidos, como gatos e cachorros de rua, mas a protagonista da história exagerou um pouco, e trouxe para seu irmão com um “robô alienigena de destruição em massa” para ser animal de estimação. Toda a comédia parte da ideia de que agora o irmão mais velho vai ter que encontrar um jeito de manter esse robô (ou de se livrar dele) para assim não fazer sua irmãzinha chorar.
É um One-Shot simples, que pode ser uma série com grande potencial, mas o importante é que pelo menos esse primeiro capítulo teve boas piadas (ao menos aquelas que conseguimos entender, é sempre complicado trabalhar com comédias). A arte do autor também é boa para uma comédia e entrega cenas de ação simples, mas bem legais, o mangaká Kakumaru Genta tem potencial. Azuki o Katta não muda a vida de ninguém, não cria hype, mas é uma leitura muito agradável.
Nota: 4 / 5
Merece a Serialização? Então, temos One-Shots mais interessantes nessa edição. Azuki o Katta no meio de tantos outros acaba sendo esquecido, mas entre aqueles de comédia, é um dos melhores na minha opinião, por isso se o autor apresentar três bons capítulos aos editores, eu acho que merece sim ser serializado.
Conhecendo o Autor (a): Genta nasceu no dia 16 de Fevereiro e tem como suas obras preferidas COJI-COJI. O mangaká participou do centésimo “Tezuka Awards” em 2020, no qual ganhou uma “menção honrosa”. A sua especialidade é justamente as comédias.
18. Hana to Shitai (de Fuji Umi)
Quando eu vi a arte de Hana to Shitai pensei que seria um mangá de comédia besta, e por um momento o mangá me enganou. Pensei que seria um mangá mais reflexivo, com momentos de comédia, mas a partir da sua segunda parte, se tornou comédia pura, entregando uma cena de ação completamente sem sentido, que até te faz dar algumas risadas, mas na minha opinião, não convence.
Nota: 1.5 / 5
Merece a Serialização? Eu acho que tem comédias melhores nessa edição e nas edições anteriores – o autor tem seu potencial, mas eu acho que ele daria mais certo em uma outra revista, uma Big Spirt Comics, por exemplo – Mas posso estar errado, aliás espero, pois se ele estrear na Weekly Shonen Jump, vou estar mesmo assim torcendo para o seu sucesso.
Conhecendo o Autor (a): Fuji Umi nasceu no dia 23 de Abril e tem como seus mangás preferidos This Communication e Tennis no Ouji-sama.
22. OWL (de Aoi Tora)
Serei rápido em relação à “OWL”, é um One-Shot que gosta a história de um assassino que perdeu o seu corpo em um experimento e agora vive enfaixado, pois se não, seria invisível a olhos humanos. O mangá alguns pontos bons, a relação entre o assassino e a cliente (a garota) vai se desenvolvendo ao longo do One-Shot e vai criando uma maior camada – a arte do autor também é boa e consegue entregar boas cenas de ação -. Contudo, eu não acho que o mangá entregue nada de realmente diferente e interessante.
Nota: 2.5 / 5
Merece ser Serializado? Como eu não posso prever se um manga será serializado ou não – não tenho mais os instrumentos para tal – Posso só dizer se merece, e na minha opinião, não merece. Eu espero estar errado caso a série seja serializada, mas para mim pareceu somente um mangá de ação qualquer. Daqueles que terminam cancelados após 2 volumes, por isso eu acho que não vale a pena serializar.
Conhecendo o Autor: Aoi Tora nasceu no dia 31 de Julho e tem como seus mangás preferidos ONE PIECE, Kekkai Sensen, Boku no Hero Academia e Fullmetal Alchemist. O autor teve como objetivo nesse One-Shot adicionar todos os elementos que ele gostava – e de acordo o mesmo, conseguiu!.
23. Yumekui Baku (de Danjou)
Yumekui Baku é um mangá muito interessante, escrito e desenhado por um novato. Conta a história de uma dupla (um ser “humano” e uma ovelha que parece que saiu diretamente de Katekyou Hitman Reborn) que cura pessoas dos seus pesadelos. O caso desse One-Shot é a irmã de uma garota que está sendo consumida pelo monstro do seu pesadelo (relacionado a um “bullying” que ela sofria na escola), assim os heróis entram no pesadelo da garota para salvá-la.
Eu gostei do que li, por dois motivos. É uma história diferente para a Weekly Shonen Jump, que pode ter bons elementos Battle-Shounen – não é nada de inovador, mas mesmo assim não cai nos mangás clichês da revista – Eu também gostei do poder do protagonista, que abriu o seu peito e comeu o “pesadelo inimigou” nas últimas páginas do One-Shot. Uma grata surpresa que deixou a leitura ainda melhor. Contudo a arte do autor, mesmo sendo muito boa, ainda é amadora. É uma arte instável, que entrega quadros bonitos e outros muito simples, mal desenhados. É preciso evoluir no quesito da arte.
Nota: 4 / 5
Merece ser Serializado? Eu acho que o autor precisa de um pouco mais experiência, por isso eu diria de re-lançar esse mesmo One-Shot na Weekly Shonen Jump daqui a 6/8 meses e deixar, nesse tempo, o autor trabalhando como assistente por ao menos 1 ano – de preferência assistente de um mangaká que tenha um estilo de arte parecido -. Danjou tem potencial, mas acho que ainda não está pronto para a revista. De qualquer modo, esse One Shot tem bons potenciais, por isso merece ser serializado, mas não agora.
Conhecendo o Autor (a): Nascido no dia 17 de junho, tem como um dos seus mangás preferidos Boku no Hero Academia. Com apenas 15 anos ganhou o “New World Manga Awards” e assim entrou nos olhares da Weekly Shonen Jump. Agora estreia na Jump GIGA com um One-Shot de 45 páginas.
Quais desses One-Shots você gostou mais?