A Weekly Shonen Jump anunciou esses quatro novos mangás e são:
- “Tenmaku Cinema” de Yuuto Tsukuda e Shun Saeki
- “Kiru Ao” de Tadatoshi Fujimaki
- “Dri Tri” de Jun Kirazaka
- “Nue no Onmyouji” de Kouta Kawae
Nesse artigo eu irei apresentar para vocês uma rápida história sobre os autores, a possível temática desses mangás e para encerrar, as chances de sucesso se baseando nas poucas informações dadas (por isso é uma previsão pouco exata). Sem mais delongas, vamos conhecer essas quatro novas séries!
WSJ #19: Tenmaku no Cinema
Começamos com o único mangá que não temos nenhum One-Shot para avaliar, Tenmaku Cinema, mas que pelo menos conhecemos muito bem os autores. O mangá será escrito pela dupla Yuuto Tsukuda e Shun Saeki, autores de Shokugeki no Souma. O roteirista Yuuto Tsukuda começou sua carreira na Akamaru Jump, antiga Jump GIGA lançando o One-Shot “Fang ni Naru” em 2006, porém só veio receber uma chance em 2010, quando lançou na Weekly Shonen Jump o mangá de futebol, “Shonen Shikku”. Contudo, a regra é clara, se seu mangá se chama Shonen será cancelado, e assim “Shonen Shikku” durou apenas 2 volumes.
O autor voltaria a lançar um One-Shot somente em 2011, porém dessa vez com um colega, o desenhista Shun Saeki, que tinha lançado um One-Shot ecchi na Jump NEXT de 2011, revista que era a sucessora da Akamaru Jump e predecessora da Jump GIGA. Contudo, diferente do seu companheiro roteirista, Shun Saeki já tinha uma grande experiência com mangás, pois vinha do mercado dos hentais. Essa experiência foi essencial para a produção tanto do One-Shot de Shokugeki no Souma em 2011 quanto na serialização do mesmo em 2012. Para quem não conhece, Shokugeki no Souma é um mangá de competição culinária que une elementos de drama com ecchi, criando uma história divertida, única e sensual. O mangá teve 36 volumes, sendo lançado na revista entre 2012 e 2019, e vendendo 20 milhões de cópias, uma média de 555 mil cópias por volume.
Após a serialização de Shokugeki no Souma, a dupla continou trabalhando junto, lançando o Spin-Off de ONE PIECE, “Shokugeki no Sanji” e depois lançando o One-Shot “Yugen’s All-Ghouls Homeroom”.
Agora os dois voltam para a revista com o mangá “Tenmaku no Cinema” que conta a história de Hajime, um estudante que sonha em se tornar um grande cineasta e que tem como seu ajudante uma fantasma roteirista. Não temos mais informações, mas conhecendo os autores, a série deve ter elementos “ecchi” e não deve ter elementos Battle-Shounen, restando mais no drama mesmo. O primeiro capítulo terá 62 páginas, um número acima do comum, demonstrando que os editores tem grande expectativa sobre esse mangá.
Chances de sucesso: Média. A arte de Shun Saeki ainda é moderna, por isso vai continuar agradando os leitores da revista. A temática de cinema também é algo que parece estar dando certo ultimamente, vendo o sucesso de Oshi no Ko e de Act-Age, por isso eu diria que se bem construída, a obra tem boas possibilidades de dar certo, contudo sabemos que muitas vezes os autores veteranos tem uma liberdade muito grande, que acaba resultando em séries problemáticas (vide “Build King” e “Samurai 8”). Isso acontece principalmente nas séries que nem tiveram um One-Shot, que seria exatamente o caso de “Tenmaku no Cinema”, por isso mesmo sendo entre todos os novatos, aquele tem maior chance de sucesso, não colocaria como certeza.
WSJ #20: Kiru Ao
O segundo mangá dessa leva será escrito e desenhado pelo veterano Tadatoshi Fujimaki, considerado por muitos, um dos maiores autores de esporte da década passada. Fujimaki lançou em 2009 o mangá “Kuroko no Basket”, serialização do One-Shot de mesmo nome lançado em 2007 na Akamaru Jump. O sucesso de “Kuroko no Basket”, mangá que como vocês podem perceber pelo nome, é sobre basquete, foi gigantesco e voltou a popularizar o esporte que estava sendo gradulamente esquecido pelos japoneses.
De fato, Kuroko no Basket foi o maior sucesso do gênero desde Slam Dunk e conseguiu alcançar números enormes, principalmente após o lançamento do anime produzido pela I.G Production. Um grande diferencial de Kuroko no Basket, em comparação aos demais mangás de esporte, era a capacidade de atrair o público feminino por causa do seu traço mais “fujoshi”. Na época, criou-se uma polêmica enorme sobre ter mangás mais “fujoshi” na Weekly Shonen Jump, polêmica que graça a Deus já morreu. “Kuroko no Basket” durou de 2009 até 2014, lançando 30 volumes e vendendo 31 milhões de cópias (por isso, uma média um pouco maior de 1 milhão de cópias por volume).
Fujimaki retornou a revista em 2017, com o mangá de golf: “ROBOT x Laserbeam” que teve uma boa recepção inicial, mas após o primeiro volume se viu uma queda de popularidade e depois uma perda de público. O autor tentou salvar a série com um “TIME-SKIP”, o que não deu muito certo e resultou assim no encerramento precoce do mangá, com apenas 7 volumes lançados. Assim restou a Fujimaki voltar a lançar One-Shots, lançando um em 2020 e um segundo em 2022, esse último é o que veio a se tornar a nova série, Kiru Ao.
O One-Shot de Kiru Ao contava a história de um Yakuza que morreu e retornou a vida como um adolescente do colegial – a série une comédia com ação, se tornando um “Battle-Shounen Borderline” – E segue um esquema bem comum. A recepção do One-Shot acabou sendo positiva, mas mesmo assim nada de espetacular.
Chances de Sucesso: Eu considero média, mas menor que a de “Tenmaku no Cinema”. É um autor veterano que sabemos que tem capacidade de lançar bons mangás, contudo é a sua primeira experiência FORA do mundo dos esportes, por isso pode acabar entregando um mangá de péssima qualidade, mesmo que no campo da comédia eu acredito que o mangá irá acertar, já que o Fujimaki sempre teve um bom “timing” para o humor. Recomendo não ter grandes expectativas, mas eu espero que dê certo.
WSJ #23: Dri Tri*
*Weekly Shonen Jump #21-22 será dupla e normalmente não lançam novas séries nessas edições.
O quarto autor que retorna a revista é Jun Kirarazaka, roteirista e desenhista de “Bone Collection” – mangá lançado em 2019 que foi cancelado após dois volumes – A qualidade de “Bone Collection” era bem duvidosa, contudo o autor retorna a revista para uma segunda chance por outros dois motivos. Primeiro os seus One-Shots precedentes a serialização de “Bone Collection” tinham tido uma boa recepção, indicando que o mangaká tinha potencial para agradar o público.
O segundo motivo é que após a serialização de Bone Collection, Jun Kirarazaka lançou um One-Shot de boxe intitulado “Kokoro ga Tsuyoenda” que teve uma boa recepção e por isso acabou se tornando essa sua mais nova série “Dri Tri”, que será um mangá de boxe ambientado no pós-guerra. É sempre positivo ver um mangá de esporte retornando a revista – e melhor ainda um mangá de boxe, que é um gênero que ultimamente acabou sendo um pouco esquecido -. A qualidade do One-Shot é boa e estou curioso para ver esse mangá.
Chances de sucesso: Baixíssimas. Jun Kirarazaka está lutando contra as possibilidades, pois, nos últimos 13 anos, tivemos somente dois mangás de esportes olímpicos ou tradicionais que deram certo na Weekly Shonen Jump: Haikyuu!! e Hinomaru Zumou. Por isso a possibilidade que “Dri Tri” se una a todos outros que deram errado é altíssima, mas mesmo assim se não tentarmos achar um novo mangá de esporte, nunca vamos achar um novo sucesso. É uma tentativa válida e que espero que dê certo.
WSJ #24: Nue no Onmyouji
Encerramos com o novato Kawae Keta, que lançou vários One-Shots de Battle-Shounen nos últimos 4 anos, sendo o primeiro em 2019, intitulado “Tabidachi no Yoru” e o último sendo “Nuenchi” na Weekly Shonen Jump #15 de 2022, esse último serviu de base para essa serialização. Nue no Onmyouji é um Battle-Shounen de exorcismo que traz batalhas frenéticas e cenas de ação grandiosas, mas com uma arte que muitas vezes é instável, podendo desagradar alguns leitores (aqueles mais visuais).
Chances de sucesso: Baixas. Outro gênero que está com uma grande dificuldade em encontrar um novo sucesso é o Battle-Shounen. O mercado se saturou e ainda não se recuperou da saturação dos últimos anos. Além disso, Kawae Keta está lançando um sub-gênero que está ainda mais saturado, que são os mangás de exorcismo. O mangá para conseguir dar certo nessa área precisa ter um grande diferencial: uma arte espetacular ou uma história complexa. Algo que o One Shot de Nue no Onmyouji não entregou.
Eu não diria que a série é uma certeza fracasso, pois somente lendo o primeiro capítulo podemos ter a resposta. Eu acredito que o autor para conseguir dar certo com esse mangá vai ter que ser muito talentoso, acima da média dos demais autores novatos, mas quem sabe, Kawae Keta não é um desses mangakás? Eu espero, pois estou rezando para um novo mangá Battle-Shounen de qualidade na revista.