É o momento de vocês saberem o que os japoneses estão achando das novas séries da Weekly Shonen Jump, começando pelo Ichinose-ke no Taizai, obra que conta a história de uma família que teve amnésia e agora terão que retornar a normalidade, ao mesmo tempo que tentam lembrar quem eram.
O mangá mistura drama com comédia e estreou sem muito hype, porém, agora que já completou nove capítulos, os leitores começaram a notar uma boa posição na TOC e assim começaram também a se perguntar se essas posições são por causa de uma boa recepção ou se são somente divulgação dos editores. Vou deixando claro que é bem provável que seja somente divulgação dos editores e que a partir de Fevereiro ou Março (após a nova leva), Ichinose-ke começará a ser ranqueado em colocações mais baixas.
Digo isso, pois a recepção da série, no geral, acabou sendo bem negativa nos dois fóruns que acompanhei, principalmente a partir do terceiro capítulo com o desenvolvimento do arco do “Bullying”, que acabou sendo muito polêmico e acendeu uma estranha rivalidade: Um público majoritário que está odiando completamente a obra, e passa seu tempo a criticá-la nos fóruns e um público minoritário que espera que a série seja um sucesso entre o púbico mais casual (que não frequenta os fóruns) para assim jogar na cara deles a qualidade de Ichinose-ke.
Os leitores que odiaram a série, que parecem ser a grande maioria (entre 60% e 80% dos leitores) não tem uma opinião realmente coesa sobre o motivo pelo qual não gostam do mangá. As críticas variam bastante dependendo da discussão, do capítulo e do fórum, por isso são vários pontos diferentes que acabam sendo criticados:
- Criticam o exagero do autor em retratar os problemas escolásticos e problemas comuns: É comum vermos piadas sobre como o próximo capítulo vai ser ainda mais exagerado. Se percebemos como os leitores acabaram se apaixonando por Ao no Hako, Ruri Dragon e Akane Banashi, podemos ver uma tendência de sucesso com obras escolásticas menos “dramáticas”. Ichinose-ke vai contra essa tendência.
- Criticam a personalidade do protagonista que no primeiro capítulo parecia simpático, mas se desenvolveu de modo mais cruel, não agradando tanto os leitores. Perderam a empatia pelo protagonista e isso acaba pesando muito. O arco do “Bullying” acabou sendo muito criticado pelo seu conteúdo e seu desenvolvimento.
- A comédia acabou não convencendo a maioria das pessoas também, mas acham a Shiori uma personagem muito fofa – é a única que despertou empatia dos leitores -.
- Mesmo sendo muito dramático vi duas críticas pesadas sobre a formatação da série. Criticaram o excesso de quadros largos e os longos diálogos em segundo plano, que dão a sensação que a série não esteja avançando – “é muito parada”, muitos dizem – e do nada explode em – “cenas dramáticas exageradas demais” -. Isso acaba rendendo a leitura não fluída.
- E tem a discussão sobre “Qual gênero esse mangá quer ser?”. Alguns dizem que é um mangá para a Shonen Magazine, outros dizem que é um mangá Seinen e outros dizem que é correto para a Shonen Jump e as pessoas estão reclamando por reclamar. É uma discussão complexa.
Tudo indica um cancelamento para Ichinose-ke, mas algo ainda pode salvá-lo. Não, não é uma mudança de roteiro repentina: O público mais “hardcore” já pegou birra com o mangá. Não gostam do protagonista, não gostam da narração, não gostam da intesidade, não gosta da dramaticidade, não gosta do ritmo, não gostam da comédia. Gostam somente de alguns personagens e da proposta.
O que pode salvar a série é o público mais casual que não frequenta esses fóruns de discussão ter gostado. Normalmente tanto o público hardcore quanto o casual concordam sobre a qualidade uma série, e nos últimos cinco anos discordaram somente com Phantom Seer (amado pelo público mais casual, odiado pelos “hardcore”), contudo, quem sabe, Ichinose-ke não seja mais uma dessas exceções.
Vamos ver as cenas dos próximos capítulos para ter uma respostas se o público casual gostou.