Os Melhores e Piores de 2020.
O ano de 2020 FINALMENTE terminou, e está na hora de começarmos a MARATONA MELHORES MANGÁS DE 2020: Que incluirá os melhores capítulos de 2020, os melhores novatos de 2020, os melhores arcos da Weekly Shonen Jump e o Analyse It Awards. Nada melhor do que iniciarmos o período “TOP 30”, não exatamente com o TOP 30, mas com os novatos que marcaram a Weekly Shonen Jump deste ano. Eu irei ranquear TODAS as estréias da revista de 2020:
18. Bokura no Ketsumei
O pior novato do ano não poderia ser outro: Bokura no Ketsumei. O One-Shot da série havia revelado um grandíssimo potencial e a sua temática deixou todo mundo do Analyse It eufórico: Depois de anos, teríamos um mangá Battle Shounen de Vampiros… E… DECEPÇÃO! A série pode até ser um mangá Battle Shounen de Vampiros, mas o primeiro capítulo sozinho já é um desastre. Os autores tentam unir exorcismo com elementos vampirescos, criando uma narração caotica e genérica.
O segundo capítulo é um grande “Filler”, e os capítulos seguintes até são melhores, porém a série mesmo assim sofre com personagens nem um pouco carismáticos, decisões narrativas fáceis e previsíveis, um universo sem graça e uma arte que ainda deve ser aperfeiçoada. As batalhas, por exemplo, não conseguem impressionar justamente por causa da arte “vazia”, que não consegue expressar bem os movimentos e as emoções. Bokura no Ketsumei é um grande fracasso.
Nota: 3 / 10
17. Build King
O segundo mangá do ano é de um autor veterano: Build King de Shimabukuro. Algumas pessoas torciam para que o One-Shot que originou a série fosse serializado, mas eu torcia pelo contrário. Um One-Shot problemático normalmente resulta em séries problemáticas: O nome de Shimabukuro, como acontece muito na revista, não foi o suficiente para transformar Build King em uma série interessante.
Talvez o ponto que mais desagradou o público acabou sendo tanto o humor já antiquado e a arte, que não chega nem aos pés da grandiosidade de Toriko. Aliás, Shimabukuro parece que regrediu com Build King. Ainda é cedo para sabermos se a série será um sucesso ou um fracasso, mas os 6 capítulos lançados em 2020 acabaram sendo decepcionantes, sem sal e muito mal desenvolvidos. Uma pequena, pois o universo criado é muito interessante.
Nota: 3.5 / 10
16. ZIPMAN!!
A primeira série de 2020 também estreou com um bom “HYPE” – O seu One-Shot “ZIP” tinha sido muito bem recepcionado na Jump GIGA, mas suas similitudes com fizeram os editores obrigarem o autor a mudar muitos dos elementos presentes na história: Incluindo o protagonista, que antes era um jovem garoto nerd simpático. O resultado acabou sendo desapontador: A série perdeu todos os elementos interessantes do seu One-Shot.
Mas o que mais decepcionou mesmo em Zipman!! acabou sendo o desenvolvimento patético do seu universo, além de um protagonista sem carisma algum. As batalhas também não eram tão emocionantes como esperávamos. Talvez fosse melhor que o autor tentasse lançar uma obra parecida com Boku no Hero Academia, mas que fosse mesmo assim boa, do que uma obra diferente, mas ruim (e mesmo assim, com muitos elementos genéricos).
Nota: 4 / 10
15. Bone Collection
Em décimo quinto lugar temos uma série que já no seu anúncio, o público do Analyse It pedia o seu cancelamento: Bone Collection era mais uma série de exorcismo, quando a revista já estava lotada de obras do gênero. Somada a sua arte ainda amadora, não conseguiu convencer muitos leitores. Eu não digo que Bone Collection era uma série ruim, na minha opinião a sua comédia é de qualidade e o autor tem uma narração curiosa.
Porém, a série sofre com um problema grave: Suas cenas de ação não conseguem entusiasmar: São todas mornas. O motivo são dois: O autor em nenhum momento conseguiu criar um inimigo que realmente deixasse os leitores preocupados. Além da, já criticada, arte, não conseguir transmitir uma emoção necessária para uma série de ação. Eu ainda acho que o autor tem possibilidade de melhorar, porém, Bone Collection como série, era ruim.
Nota: 4.5 / 10
14. Majo no Moribito
Majo no Moribito também despertou a curiosidade de muitos leitores, em teoria tinham mais pessoas interessadas em Majo no Moribito, que em MASHLE ou Undead Unluck, mas da sua leva, o único que acabou dando errado foi justamente Majo no Moribito: A série de magia até entregou um universo interessante e uma arte bonita, porém, sofreu de outros problemas que acabaram cancelando a série.
Talvez o maior problema de Majo no Moribito acabou sendo a sua falta de originalidade, que levou muitos leitores a terem constantes “Deja Vus” enquanto liam suas páginas. O desenvolvimento dos personagens também era horrendo: Mesmo sendo simpáticos, o autor não conseguia dar profundidade a nenhum deles. A verdade é que Majo no Moribito não acabou sendo uma obra ruim, simplesmente foi uma obra nem um pouco memorável.
Nota: 5 / 10
13. Kokosei Kazoku
Kokosei Kazoku é uma simples série de comédia com um traço muito tradicional: Enquanto o estranho traço do autor combinava com a temática de Isobe Isobee Monogatari, com Kokosei Kazoku, muitas vezes parece estar limitando o potencial da série. O resultado é uma série divertíssima em alguns capítulos, outros são 10 páginas chatas, que não te levam a rir em nenhuma série. A montanha russa que é a comédia de Kokosei Kazoku é o motivo da sua posição ruim.
Nota: 5 / 10
12. Shakunetsu no Nirai Kanai
O segundo autor veterano que decepcionou em 2020 acabou sendo: O Ryuhei Tamura com Shakunetsu no Nirai Kanai. Enquanto Beelzebub acabou sendo uma série de comédia divertíssima que conquistou vários leitores, a obra sucessiva (Hungry Marie) do autor já apresentavas alguns elementos problemáticos, que denunciavam que o seu humor não estava mais tão pontual quanto estava em Beelzebub.
Shakunetsu no Nirai Kanai sofre com vários problemas sérios, que rendem a leitura da série pesada e frustrante. Primeiro é uma qualidade que o autor não consegue aproveitar muito bem: O seu universo interessantíssimo. Todo mundo quer conhecer mais sobre as criaturas maritimas que compõe a ilha, porém, Tamura se recusa a desenvolver o seu universo. Decide simplesmente continuar a presentar capítulos vazios, com uma comédia sem graça, que não agrade quase ninguém. Não é por nada que vendeu tão pouco.
Nota: 5 / 10
11. Time Paradox Ghostwriter
Em décimo primeiro lugar temos o POLÊMICO Time Paradox Ghostwriter: Amor de muitas pessoas, a série acabou sendo cancelada, levando o Twitter a se enfuriar com a Weekly Shonen Jump. O conceito do mangá é interessantíssimo: Uma mangaká que recebeu uma Weekly Shonen Jump do futuro, e assim decide copiar uma série de sucesso que ainda deve ser lançada – Porém, a série sofre de cruciais defeitos. Não estou dizendo sobre a acusação da história ser uma apologia ao plágio.
O seu grande defeito é na verdade a indecisão do roteirista (a) em desenvolver bem a sua própria história: Em seus dois volumes não consegui em nenhum momento entender se é uma história era sobre viagem no tempo, sobre a criação de um mangá ou sobre o que nos rende alegre. Na verdade é sobre tudo isto, mas é tão mal desenvolvido, que deixa os leitores sem um real norte. Cada capítulo apresenta um elemento totalmente novo, um salto temporal gigantesco que desloca o leitor. Se a história tivesse um pouco mais de calma e fosse desenvolvida com maior cuidado, talvez teria mais chances de sobrevivência.
Nota: 5.5 / 10
10. Agravity Boys
Em décimo temos Agravity Boys, que conta a história de um grupo d quatroe astronautos que devem salvar a humanidade da extinção: Todos os homens morreram, somente eles… Deste modo devem escolher um dos integrantes para se tornar uma mulher. Olha, é um conceito que só de pensar comecei a rir, e devo dizer que os primeiros capítulos de Agravity Boys são realmente bem divertidos. A série é uma grata surpresa.
Contudo, sofre com um antigo problema de muitas séries de comédia: Não consegue renovar muito bem as suas piadas, e a partir do vigésimo capítulo, a série começa a se arrastar. Apresentando vários capítulos tediosos, com somente alguns capítulos realmente engraçados. Agravity Boys, além disso, vendeu pouco, mal conseguia superar a marca de 11 mil cópias por volume, resultando assim em seu cancelamento. Porém, certamente o autor receberá uma nova possibilidade.
Nota: 5.5 / 10
09. Shinrin Ouja Moriking
Em nono lugar temos uma comédia muito fofinha, que porém não deu muito certo na revista. Shinrin Ouja Moriking conta a história de um besouro que se tornou humano para assim conquistar o reino dos insectos. A série é uma comédia que nos primeiros dez capítulos funciona muito bem, mas que depois começa a soar repetitiva. As piadas, que no começo faziam rir, pararam de surgir efeito, resultando assim em uma comédia estática e sem graça. Os novos personagens adicionados também não foram o suficiente para salvar a série. O cancelamento, que ainda não aconteceu, é questão de poucos capítulos.
Nota: 6 / 10
08. Sakamoto Days
Em oitavo lugar temos Sakamoto Days, que poderia estar em uma posição bem mais altas, se tivesse lançado mais capítulos em 2020, foram somente 5 capítulos, porém esses cinco capítulos foram muito engraçados, com destaque para o seu primeiro, que apresentou de modo hilário os dois protagonistas. Sakamoto Days é uma comédia absurda, que une muito bem a comédia com cenas de ação relativamente violentas. Quem não gostaria de ver um pai de família assassino de aluguel metendo a porrada em todo mundo?
Contudo por ter pouquíssimos capítulos em 2020, não posso dar uma nota muito alta para Sakamoto Days – O primeiro capítulo é digno de 9, sinceramente, enquanto os demais parecem notas altas, mesmo que não tão altas. Eu diria que devo restar com 6.5, e quem sabe aumentar seu voto, se nos primeiros dois volumes manter a sua qualidade.
Nota: 6.5 / 10
07. Ayakashi Triangle
Se Shimabukuro e Tamura retornaram a revista com mangás RUINS, o autor de Ayakashi Triangle: Kentaro Yabuki, retornou com uma série polêmica, mas que mesmo assim carrega várias qualidades em seu gênero. Depois de ter lançado duas obras de sucesso na revista: Black Cat e To Love Ru, Yabuki retornou com mais um mangá ecchi de adolescentes, que porém, trazia elementos mais Battle Shounen (como Black Cat).
O resultado acabou sendo um mangá que imediatamente conquistou os leitores amantes do gênero e que vendeu boas unidades já no seu primeiro volume. Os personagens carismáticos e sua ótima arte, acabaram sendo os pontos mais positivos. O autor, no segundo volume, se deu espaço inclusive de desenvolver um bom arco de ação, com uma ótima cena de luta. Contudo, ainda não é certa a permanência da série: O seu segundo volume não teve um aumento em vendas, o que é preocupante. Eu não gosto de Ayakashi Triangle (por isso a minha nota pessoal seria bem mais baixa), mas não nego suas qualidades no mundo do ecchi.
Nota: 6.5 / 10
06. Boku no Roboko
Em sexto lugar temos Boku no Roboko, que achei o primeiro capítulo terrível, porém com o passar dos capítulos, mais a série se tornava engraçada; assim que o leitor se acostuma com os personagens, o humor de Boku no Roboko começa a funcionar. O autor, a partir do quarto capítulo mergulha inclusive na paródia, zombando de várias séries da revista. Vimos piadas relacionadas à One Piece, Boku no Hero Academia e Haikyuu!!… Eu diria que é uma série muito engraçada que vale a pena ser lida.
Nota: 7 / 10
05. Honomieru Shounen
Em quinto lugar temos uma série que teve um começo lento, problemático e que muitos acreditavam que levaria a série ao cancelamento. Todavia, a partir do quarto capítulo a qualidade de Honomieru Shounen vai aumentando capítulo após capítulos, e a dupla de autores conseguiu construir um universo interessante e muito bem desenhado. Talvez a maior qualidade de Honomieru Shounen seja justamente a sua arte:
Enquanto a roteirista imagina cenas bem criativas para as batalhas, o desenhista consegue materializar muito bem essas cenas, criando assim batalhas dinâmicas, com inimigos levemente assustadores e interessante. O ponto mais alto da série até o momento, na minha opinião, é justamente o confronto ao interno dos espelhos. Honomieru Shounen, porém, não conseguiu entrar no TOP 3, pois mesmo sendo uma série interessante, ainda não apresentou algo de único, que ressalte a série. Podemos dizer que Honomieru Shounen continua a ser um mangá clichê.
Nota: 7 / 10
04. Hakaishin Magu-Chan
Hakaishin Magu-Chan é uma série que eu não esperava que iria sobreviver por mais de 20 capítulos: Não pela sua qualidade, pois acredito que a comédia entregue pelo autor é muito boa, mas por ser um gênero que normalmente não dá certo na revista. A história é uma comédia muito leve com muitos elementos de “SLICE OF LIFE”. Somente SKET Dance, nos últimos 20 anos, conseguiu agradar estando dentro desse gênero.
Contudo, vamos ser sinceros, Magu-Chan tem algo de especial: Os personagens da obra são tão carismáticos e empáticos que é impossível não gostar. A série exala de todos os cantos uma simplicidade maravilhosa, que consegue agradar todos os amantes de comédias leves – Quem procura obras mais séries, certamente não vai gostar de Magu-Chan, mas quem quer uma leitura leve, descontraída, vai amar a série e seus personagens, ricos em personalidade e encanto.
Nota: 7 / 10
03. Burn The Witch
Porém, o autor veterano que lançou a melhor série em 2020 acabou sendo justamente o Tite Kubo: Enquanto Shimabukuro lançou uma série terrível. O Tamura decepcionou com sua incapacidade narrativa e Yabuki lançou uma boa série, mas muito polêmica, o nosso querido Tite Kubo lançou um mini-série no mesmo universo de “BLEACH”: Burn The Witch é um divertido mangá de ação que agrada quem procura uma leitura soave.
As duas protagonistas são ótimas e o seu universo tem o potencial para se desenvolver em um mundo muito rico e gigantesco: Obviamente, se Tite Kubo dedicar o tempo necessário para a série se tornar algo memorável na segunda parte. Foram somente quatro capítulos, porém, todos eles apresentaram TUDO que rendeu Tite Kubo um grande mangaká. É uma leitura (por enquanto) rápida, que você deve dar uma chance.
Nota: 7.5 / 10
02. MASHLE
MASHLE chegou tímido, como fosse somente uma paródia qualquer de Harry Potter, mas conquistou o coração dos seus leitores já no primeiro capítulo. Com um humor acertado, o autor conseguiu transformar uma comédia sobre o mundo das magias, em uma série de ação intrigante, que está, capítulo após capítulo, desenvolvendo os personagens circunstantes, mas nunca esquecendo da comédia que o rendeu tão amado.
Eu diria que MASHLE tem um potencial para se tornar um novo Gintama – uma boa comédia que parodia vários universos, e ás vezes até a si mesmo – Porém, ainda deve melhorar alguns pontos: Se separar ainda mais da influência de One Punch Man e melhorar suas batalhas, que tendem a ser muito repetitivas. MASHLE já entregou ótimos capítulos em 2020 e tem um real potencial para se tornar um dos principais mangás da revista.
Nota: 8 / 10
01. Undead Unluck
Em primeiro lugar eu TINHA que colocar Undead Unluck: A série do autor novato iniciou mal, com primeiros capítulos que apelavam ao ecchi de modo desnecessário, mas conseguiu evoluir muito bem nos capítulos seguintes. O autor, com seu ritmo frenético, desenvolveu de modo exemplar os dois protagonistas, enquanto apresentou vários personagens secundários espetaculares, que deixaram a série cada vez mais ricas.
Contudo, o que rende Undead Unluck um mangá muito promissor são dois elementos: O seu sistema de poderes criativo (baseado nas negações) e seu universo, que continua a ser expandido na velocidade da luz. E coloca universo interessante nisso: Com um inimigo principal muito inusitado, a história veem se demonstrando o melhor novato de 2020! Com certeza é um mangá que merece ser lido (Lembrando, porém, que os primeiros capítulos são problemáticos).
Nota: 8 / 10