É muito One-Shot para pouco espaço!
Vocês já conhecem o meu método de análise da revista: Eu tenho orgulho de acertar grande parte das serializações da revista, tendo, nesses últimos 7 anos, errado somente uma vez. Lembrando que nem todas as séries que considerei altas se tornaram séries, mas quase todas que eu coloquei como chance “baixas”, não se tornaram séries. É normal termos na revista alguns candidatos para a serialização, e somente um ou dois acabarem sendo serializados.
Como foram incríveis 21 séries, irei dividir a análise em três partes: A primeira com 6 séries, a segunda com 7 série e a terceira com 8 séries. O motivo desse crescimento escalar, é que, com o avançar da revista, mais One-Shots irrelevantes são apresentados. Porém para deixar um pouco mais “interessante” cada parte, irei colocar duas páginas coloridas na primeira parte, uma segunda parte e uma na terceira parte (não seguindo, por isso, na ordem de leitura as páginas coloridas).
1. I’M ARM (Autor: Kento Terasaka)
Como já é de tradição, a Jump GIGA começou com o retorno de um autor veterano: Desta vez Kento Terasaka, autor de Beast Children – Eu tinha acertado o seu One-Shot precedente, no qual comentei que mesmo tendo altas chances de serialização, precisava mesmo assim mudar muitos elementos para dar certo na revista. Eu acredito que terei que repetir o mesmo comentário que antes: “I’m Arm” é um One-Shot sobre “Queda de Braço”, um esporte não tradicional, que muitos já brigaram quando foram crianças.
O autor apresenta um protagonista destinado, que quer vencer a sua companheira de classe, uma professional em Queda de Braço. Todo o One-Shot percorre esse confronto “épico”, que termina, obviamente, com a vitória do protagonista e a formação de uma grande amizade entre os dois. A estrutura dá série é extremamente clichê e em nenhum momento tenta escapar do óbvio, todavia, a série aposta em dois elementos narrativos que podemos considerar “inovativos”: Primeiro ter a presença de uma personagem feminina em um esporte tão masculino; uma decisão corajosa que merece os nossos aplauses. O outro elemento é a própria temática da série, Quebra de Braço é um esporte não convencional e que chama atenção por si só.
A arte da série também é muito boa, devo dizer que o Kenta Terasaka conseguiu dar muito emoção em grande página do One-Shot. O autor saber também trabalhar muito bem com os músculos e com os movimentos dos personagens, ajudando assim nas cenas de “ação”. Contudo, o One-Shot mesmo sendo muito bem, não me deixou curiosidade em querer ler mais. Me deu a sensação que é uma ótima ideia de One-Shot, mas que não conseguiria ser traduzida em uma boa série – mais pelo fato que se tornaria cansativo e repetitivo – Deste modo, no caso seja serializado, o autor deveria trabalhar para destilar a emoção desse One-Shots em inúmeros capítulos… Complicado, mas não impossível!
Nota: 4 / 5
Chances de Serialzação: Altas. O One-Shot acabou sendo o segundo mais bem recepcionado da revista, por isso, eu acredito que os editores devem requerer ao autor os “três primeiros capítulos” – O que não me leva a colocar “I’m Arm” na categoria: Altíssima, é que eu tenho uma leva sensação que o autor terá dificuldades em superar a barreira dos três primeiros capítulos… Porém, no caso consiga apresentar um projeto de série interessante, eu acho que I’m Arm será serializado!
2. Typhoon Ikka (Autor: Ryuu Segawa)
O segundo One-Shot é de um autor que não consegui encontrar nas edições passadas, mas que porém, é um dos assistante de Gondaira-Sensei, autor de Yozakura-San Chi no Daisakusen, série de comédia-ação, atualmente em publicação na Weekly Shonen Jump. O autor é bem ativo no Twitter e eu acredito que os editores querem apostar em uma das suas obras, porém, talvez Typhoon Ikka não será o One-Shot que leverá o autor ao estrelato. O mangá conta a história de Yotaro, um jovem estudante que tem uma mulher amiga misteriosa: Ichihana.
Ichihana é uma garota silenciosa, que não tem muitas amigas no colégio, e que por algum motivo, sempre acaba se molhando na chuva (Esquece o guarda-chuva em casa ou o guarda-chuva quebra do nada). Ichihana é seguida por uma estranha serpente. Em uma noite, Ichihana desaparece e assim o protagonista, Yotaro, decide sair em procurá-la. A busca acaba sendo quase mortal para o protagonista, que sobreviver por pouco. Yotaro encontra a sua amiga, perto de um poço, tendo uma ligação estranha com uma serpente do seu passado. Quando pequena Ichihana acabou sendo picada por essa serpente do poço, que ao longo dos anos, continuou a “chamá-la” de volta ao poço.
Quando a garota estava preste a se jogar no poço, em uma cena bem artistica, o protagonista corre para salvá-la, conseguindo retirá-la do poço e salvando-a da serpente amaldiçoada. Typhoon Ikka, deste modo, é uma história bem desenhada, que consegue unir ação, romance e aventura: Dá para perceber que o autor teve uma pequena influência do Gondaira e também dá para perceber que é um autor que tem um grandíssimo potencial.
Nota: 3.5 / 5
Chances de Serialização: Medianas. Eu não vi uma grande recepção por parte dos japoneses – Muitos acharam o One-Shot extremamente dramático – Porém, eu posso estar errados (já que uso como referimento dois sites e a 2ch). Eu acho que mesmo assim os editores querem apostar no autor, já que posicionaram o One-Shot em segundo lugar em ordem de leitura e também colocaram o autor a ser um dos principais assistentes de Gondaira. Deste modo, existe uma possibilidade de Ryuu Segawa receber uma segunda chance na GIGA ou até mesmo uma chance com esse ou outro One-Shot, na Weekly Shonen Jump.
3. Akutenshi ga Tooru (Autor: Norihiro Norimura)
É a terceira vez que o autor aparece a Jump GIGA, e eu acredito que essa é a aparição mais forte do autor até o momento: O seu último, One-Shot “Tetsu no Futari”, lançado na GIGA Winter 2020 teve uma boa recepção, e assim, os editores decidiram dar mais uma chance para o autor: A sua nova aposta, Akutenshi go Tooru é uma clara evolução: Conta a história de um anjo que encontra um ser humano preste a se matar; e decide ensinar, de modo não muito educativo, a importância da vida. O personagem principal, mesmo sendo um anjo, é muito sádico e irônico, parecendo quase um vilão, enquanto os diálogos foram os pontos mais elogiados pelos japoneses: O primeiro capítulo discute sobre a vida e a morte de modo sublime e ao mesmo tempo divertido (já que é uma comédia).
Eu também gostei da arte do autor, que para muitos japoneses é charmosa, mas estranha – Já no seu One-Shot precedente, Norimura apresentou uma arte diferente e delicada, nessa nova obra não é diferente. Eu realmente espero que Akutenshi go Tooru se torne uma série na revista, pois é daquelas comédias que tem MUITO a adicionar: Além disso o autor já lançou TRÊS ONE-SHOT bem recepcionados, está na hora de darmos uma chance a ele, minha querida Shonen Jump.
Nota: 5 / 5
Chances de Serialização: Altas. É o quarto One-Shot mais bem recepcionado na edição, um pouco atrás de “Tsuki no Majo”, que vai estar na segunda parte da revista. Os japoneses elogiaram bastante o One-Shot e gostaram do humor sádico de Norimura, que já se tornou um autor veterano da revista. Eu não sei se os editores escolherão esse mangá para serializar, mas com certeza algum dos One-Shots ou até mesmo uma ideia nova do Norimura deve ser utilizado: Eu não ficaria surpreso em vê-lo na Shonen Jump ou na Jump Plus no próximo ano.
4. MONSTERS (Autor: Tou Midorimizu)
O quarto One-Shot, na minha opinião, é aquele mais fraco entre os mangás da primeira parte: O autor novato (Eu não lembro de tê-lo visto em outras edições) sofre de alguns problemas: O primeiro é a incapacidade de desenhar bem os cenários, o segundo motivo é os personagens não carismáticos. Além disso, Midorimizu tenta desenvolver uma temática de descriminação (os dois protagonista são, de certo modo, “monstros”, por isso muitos os descriminam), porém não consegue escapar do clichê: “Eu sou o excluído, mas mesmo assim decido fazer o bem, diversamente do vilão que similar a mim, mas decide fazer o mal”.
Eu vi muitas críticas por partes dos japoneses: Dizendo que os personagens pareciam chatos, que essas 47 páginas soaram extremamente longas, o excesso de cenários em branco também acabou incomudando muito. O mangá pode ter agradado o público mais casual, porém, pelo que tudo indica, MONSTERS não terá um grande futuro na revista. Vamos ver se o autor vai novas chances nas próximas edições.
Nota: 1 / 5
Chances de Serialização: Baixas. Foi um dos One-Shot com menos votos da edição, eu acho que é o segundo pior avaliado, então, como eu sempre digo: Pode ser que o público mais casual tenha gostado, porém, pelo que vi, daqueles que frequentavam os fóruns, a série teve uma recepção ruim, por isso suas chances devem ser baíxas. Eu não diria nulas, pois quase todos os autores que estão na primeira parte da revista tem um apoio editorial MAIOR dos autores que estão na segunda parte.
5. Unkoman (Autor: Gyousei Maruyama)
Chegamos na “estrela” dessa edição: Se nas edições passadas, os mais bem recepcionados tiveram páginas coloridas, nessa edição o mais bem votado acabou sendo um “timido” quinto colocado: Unkoman é uma pequena e simples história de super-herói, que porém traz alguns elementos bem divertidos: O nosso herói é um garoto normal, que junto com o “faxineiro” do colégio, tentam salvar o mundo. A arte da série é também espetacular: É suja, rabiscada e lembra um pouco algumas histórias em quadrinhos brasileiras. Unkoman, porém, mesmo sendo um dos One-Shots mais interessantes dessa edição, sofre com um problema:
Poderia realmente funcionar na revista? Eu acho que não, sinceramente, mas eu quero tanto estar errado, que eu espero que os editores deem uma possibilidade para Unkoman (O que provavelmente não vai acontecer): É muito provável que o autor ganhe outras chances, seja na GIGA, ou na Plus ou na Shonen Jump (como One-Shot), com uma obra totalmente diferente, que seja bem mais comercial.
Nota: 4.5 / 5.
Chances de Serialização: Altas. Eu tenho que colocar altas, por causa da sua ótima recepção, mas eu realmente acho que o autor receberá uma segunda chance com um OUTRO ONE-SHOT, quem sabe esse inclusive ganhando “Página Colorida”, como aconteceu com Norihiro Norimura. Eu não vejo, deste modo, Unkoman sendo serializado, mas se o segundo One-Shot do autor também for muito bem recepcionado, eu vejo o AUTOR lançando uma série na: Shonen Jump, na Jump Plus ou na Ultra Jump (Querendo ou não, seu estilo combina bem com a revista).
6. Lovers (Autor: KOJIRO).
Lovers é o segundo trabalho de KOJIRO, que se não me engano, lançou um One-Shot na GIGA de 2019 – Lovers é um mangá de investigação, no qual o protagonista, juntamente com uma amiga resolvem vários casos em uma cidade mágica: Os casos do One-Shot acabam se conectando, porém inicialmente parecem ser casos interessantes: Já a arte, eu acredito seja um dos pontos mais interessantes desse One-Shot – KOJIRO é claramente um autor que sabe organizar os quadros e sabe desenhar ótimas cenas de ação -.
Porém, a série sofre com alguns problemas também, por exemplo, os japoneses criticaram como o protagonista não tenha sido tão partecipativo nas investigações dos casos. Além disso, ele serviu mais como um suporte, do que realmente ser a “estrela” do One-Shot. Alguns também criticaram o fato do One-Shot não ser conclusivo, tirando uma sensação de “encerramento” na sua leitura: Certamente se Lovers se tornar uma série, os leitores saberão para onde leva a história, porém, o autor realmente deixou muitas pontas em aberto – pronto para uma serialização.
Nota: 4 / 5
Chances de Serialização: Possível. Eu acho que esses dois defeitos citados diminuiram bastante a chance de serialização de Lovers, contudo, o mangá ainda é uma grande aposta dos editores e ainda tem muitas qualidades, deste modo eu acredito que poderemos ver o autor retornando ou até mesmo essa história sendo reaproveitada. Eu não diria que Lovers está fora da disputada por uma vaga na revista.