NANA, a série que conseguia contestar ONE PIECE em vendas.
Escrito por Leonardo Nicolin.
Se eu perguntar quais foram os principais rivais em popularidade de ONE PIECE, a grande maioria responderá dois mangás: Naruto e Shingeki no Kyojin, enquanto uma minoria responderá Ansatsu Kyoushitsu, mas quase ninguém responderá os quatro mangás que conseguiram vender mais que ONE PIECE: Vagabond, Nana, Death Note e Nodame Cantabile. Somente essas quatro séries em algum momento de suas vidas conseguiram lançar um volume que vendesse mais que um volume de ONE PIECE – e dessas, somente uma se tornou um inimigo crônico da série criada por Eiichiro Oda – A série josei, NANA, no qual nos anos 2004, 2005 e 2007 conseguiu lançar o volume mais vendido do ano. E no ano de 2006, mesmo não lançando o volume mais vendido do ano, conseguiu restar mesmo assim na frente do nosso querido ONE PIECE. Vocês devem estar se perguntando: “Mas como ONE PIECE conseguiu perder para essas quatro séries?” e “Quais eram os seus diferenciais?” Bem, nessa RS #43 eu irei contar como ONE PIECE conseguiu ser derrotado por esses mangás e principalmente como Nana conseguiu superar por vários anos as vendas de ONE PIECE.
Quando ONE PIECE estreou em 1997, a série imediatamente se tornou um grande sucesso de vendas, entrando na lista dos mais vendidos desde o seu primeiro ano, entretanto, somente no ano de 2000 após o lançamento do seu anime (em Outubro de 1999), a série passou a liderar os de mais vendido em quase todos os anos. É importante dizer que ONE PIECE liderou quase todos os anos quando era assunto vendas GERAIS em um ano, por isso a soma das vendas de todos os volumes novos com os volumes antigos vendidos em um determinado ano, ONE PIECE acabou sendo derrotado somente uma vez desde 2000, mas quando o assunto é o ranking de vendas de “volume individual mais vendido em um ano”, ONE PIECE acabou sendo derrotado em vários anos, sendo superado por as quatro séries já citada. O motivo pelo qual isto acontece é bem simples: Uma série “X” pode até vender mais que uma série “Y”, porém, como “X” lança menos volumes em um ano (por exemplo Nana lançada dois volumes, ONE PIECE quatro), acaba tendo um resultado anual inferior à “Y”. Quem vende mais anualmente, uma série que lança um volume que alcança três milhões de cópias ou uma série que lança quatro volumes de 1 milhão de cópias cada em um ano? A resposta é óbvia. Por isso, para analisarmos a popularidade de uma série, iremos avaliar principalmente as vendas de cada volume individualmente.
Em 2000, ONE PIECE conseguiu pela primeira vez liderar o Ranking de vendas anuais, sendo a série mais vendida daquele ano. A série conquistou a medalha de ouro tanto em vendas gerais quanto em vendas dos volumes, que tinham uma tiragem inicial média de 871 mil cópias – não temos dados sobre quanto a série vendia realmente (somente sua tiragem inicial), porém provavelmente conseguia superar a marca de 1 milhão de cópia, a única obra em 2000 a conseguir realizar tal feito. O reinado solitário de ONE PIECE acabou sendo contestado já no ano seguinte, em 2001. Vagabond, mangá do criador de Slam Dunk, Takehiko Inoue, acabou se tornando o mangá mais vendido em 2001, superando ONE PIECE. Os dois mangás provavelmente já conseguiam superar a marca de 1 milhão de cópias por volume, porém, não temos dados concretos, pois os ranking de vendas até 2008 não revelava quanto uma série vendia, somente as suas posições e suas relativas tiragens iniciais (divulgadas em grande parte pelas próprias editoras). O ano de 2001 acabou sendo o único ano que Vagabond conseguiu peitar a série de Eiichiro Oda. O volume 10 e 9 conquistaram respectivamente a primeira e segunda colocação da classificação. O motivo pelo qual Vagabond não conseguiu acompanhar o ritmo de ONE PIECE é bem simples: A série de Eiichiro Oda simplesmente explodiu em vendas entre o ano 2000 e 2002, fazendo a obra alcançar números inacreditáveis em poucos anos, por esta razão nem Vagabond com um autor veterano conseguia acompanhar. Além disso, com o passar dos anos, por causa da inconsistência de Inoue, Vagabond acabou diminuindo drasticamente suas vendas.
Deste modo, no ano seguinte, ONE PIECE conseguiu novamente voltar a liderar o ranking de vendas, e desta com uma grande sobra em relação aos restantes dos mangás. Os quatro volumes de ONE PIECE lançados em 2002 restaram nas quatro primeiras colocações do Ranking, não dando nenhuma possibilidade de vitória para Vagabond, o segundo colocado (contando as somente as séries) e quinto (contando cada volumes). Os quatro primeiros colocados foram ONE PIECE, como dito anteriormente, já Vagabond, teve que se acontentar com as posições seguintes, mesmo ainda sendo uma série muito popular e querida pelo publico japonês. O grande destaque do ano acabou sendo do vigésimo quarto volume de ONE PIECE, que teve como tiragem inicial 2.6 milhões de cópias, que na época foi a tiragem mais alta da HISTÓRIA de todos os mangás, superando a marca de 2.5 milhões de tiragem de inicial do vigésimo primeiro volume de Slam Dunk, que por coincidência é do mesmo autor de Vagabond – A ironia do destinou levou Oda a destronar duplamente o Inoue em 2002 – Sobre quanto Vagabond vendeu naquele ano, a editora não relevou sua tiragem ou vendas concretas em 2002, mas como a série acabou sendo o segundo mais vendido (quando o assunto é vendas por volume), muito provavelmente, pelo menos o seu volume mais vendido naquele ano (décimo terceiro volume) superou a marca 1.5 milhões de cópias. Ainda em 2002, Nana já começava a aparecer no ranking anual de vendas. O seu quinto volume conseguiu ser o décimo terceiro mais vendido no ano e já superava a marca de 1 milhão de cópias vendidas. A série, porém, ainda estava muito longe de ONE PIECE, e precisava praticamente multiplicar 2.5 suas vendas para poder alcançar as vendas da série de Eiichiro Oda.
Mas então, já que Nana finalmente entrou no discurso, vamos dar uma pequena pausa, pois alguns de vocês devem estar se perguntando, “O QUE É ESSA NANA?”: Bem, meus amigos, NANA talvez foi a série de romance de maior sucesso da história dos mangás. Lançada em 2000 por Ai Yazawa, na revista Cookie, publicada pela Shueisha, a série acabou atraindo vários leitores, masculinos e femininos, principalmente por causa sua profundidade e arte diferenciada. Nana conta a história de duas garotas com o mesmo nome, que depois de várias coincidências, acabam se transferindo para o mesmo apartamento em Tóquio e tentam começar suas próprias vidas na cidade grande. A série mistura Rock (já que uma das protagonistas tem uma banda rock), romance e muito drama. Nana discute várias temáticas da vida atual: Uso de drogas, maternidade, julgamento da sociedade, a luta por seus sonhos, a complexidade das relações entre as pessoas e principalmente, traz uma discussão profunda sobre a perda, seja no sentido literal (a morte) quanto a perda no sentido romântico. E por mais que a história seja muito depressiva, não adapta para todas as idades, a obra conseguiu conquistar milhões de pessoas somente no Japão. Infelizmente, por motivos de saúde graves, a autora deixou a série paralisada a partir 2009, não retornando a ativa até os dias de hoje (2018). A sua doença é um mistério, mas alguns jornais e revistas noticiaram que ela estava sofrendo de uma doença crônica que não a deixava com forças o suficiente para segurar nem uma caneta.
Voltando as vendas anuais, em 2003, ONE PIECE continuou a ter vendas altas, mantendo suas vendas muito parecidas com as de 2002. O pico de “tiragem inicial” da série naquele acabou sendo um novo record, 2,650,000 milhões de cópias, 50 mil a mais que em 2002. Já Nana também continuou aumentando suas vendas, alcançando a marca de 1.300.000 milhões de tiragem inicial no seu nono volume, 300 mil a mais que em 2002 e somente 30 mil cópias a menos que Naruto, que já tinha lançado o seu anime e estava no ápice da sua popularidade. O oitavo volume de Nana, mesmo tendo uma tiragem inicial menor que a de Naruto e HUNTERxHUNTER (1.530.000 milhões), conseguiu se tornar o quarto mais vendido do ano, perdendo somente para o volume 27, 28 e 29 de ONE PIECE, que ainda restava soberano como o mangá mais vendidos do ano, dominando as três primeiras colocações. Por isso podemos dizer que em termo de séries, Nana acabou sendo a segunda colocada já em 2003. O sucesso de NANA pegou de surpresa tanto a sua revista (Cookie) quanto a sua editora (Shueisha), que a partir de 2003 começou a intensificar a propaganda da série, ajudando-a a ter um boost ainda maior no ano seguinte, um boost que mudaria a história dos mangás de romance e toda a indústria de mangás.
Em 2004, Nana alcançou uma posição inédita para uma série do gênero, lançando o volume mais vendido do ano, surpreendendo todo mundo. O décimo volume de Nana acabou sendo o mais vendido do ano, superando os volumes de ONE PIECE, que desde 2001 não era derrotado por nenhum mangá – mesmo que quando o assunto era soma de todos os volumes, novos e antigos, ONE PIECE continuou a liderar, mesmo por que, Nana lançava somente dois volumes ao ano, enquanto ONE PIECE lançava quatro volumes – O incrível resultado de Nana acabou despertando a curiosidade de muitos homens para a obra, atraindo-os à um gênero que era considerado somente para mulheres, o Josei (que são mangás Shoujo destinados à mulheres adultas. Josei seria o contrário de Seinen, que é destinado ao publico masculino adulto). Vimos um aumento em geral das vendas de mangás de romance, que acabou favorecendo todo o mercado de mangás, Nodame Cantabile, que também derrotou ONE PIECE, mas em 2006, acabou sendo um desses mangás favorecidos. Mesmo eu não tendo dados concretos sobre as vendas de Nana, levando em conta que a tiragem de ONE PIECE nesse período era superior a marca de 2.3 milhões, é bem provável que Nana já estava vendendo acima de 2 milhões de cópias em 2004, um resultado espetacular para uma série que ainda não tinha recebido nenhuma adaptação externa
Nana alcançou o seu ÁPICE em 2005, no qual no décimo terceiro volume, conseguiu ter uma tiragem inicial de 2.300.000 milhões de cópias, A QUINTA MAIOR TIRAGEM DA HISTÓRIA, e a maior tiragem de uma série que foi lançada dos anos 2000 em diante. Por exemplo, Nana conseguiu superar o ápice de tiragem inicial de Dragon Ball, que acabou sendo 2.2 milhões no volume 35. O resultado acabou sendo uma soma de várias fatores: a grandiosa publicidade da Shueisha, o crescente “hype” em relação a série, o fato da série se encontrar em um dos seus melhores arcos já escritos (para muitos, ainda o melhor), e por fim, o lançamento do seu Live-Action em Setembro, que por ter sido no fim do ano, influenciou pouco nas vendas, mas mesmo assim deu uma pequena ajuda. Aliás, o live-action de Nana acabou também sendo um sucesso, alcançando a marca de 43 milhões de dólares (corrigida para inflação atual), mais que qualquer filme de Naruto. ONE PIECE em 2005 teve um ano complicado, desde 2004 suas vendas estavam caindo, e sua tiragem em 2005 acabou sendo de 2.2 milhões, inferior à aquela de Nana, por isso muitos realmente acreditavam que Nana estava preste a roubar o trono de ONE PIECE, que estava perdendo leitores, volume após volume. Porém, ninguém na época sabia que 2005 iria ser o ápice de Nana, que a partir de 2006 começou a ter uma gradual queda de vendas, juntamente com seu colega em sucesso, ONE PIECE.
O ano de 2006 começou com um novo inimigo para as duas séries que estavam disputando como loucos o domínio do mercado dos mangás, estou falando do espetacular Death Note. ONE PIECE continuava a ter sua queda de vendas, e Nana depois de ter alcançado seu ápice em 2006, também começou a cair em vendas. Quem se aproveitou da fraqueza do rei e da rainha dos mangás, acabou sendo Death Note, que estava aproveitando o “hype” do seu encerramento e do lançamento do seu anime. Porém, é importante perceber que Death Note, mesmo tendo ganho um boost de vendas gigantesco em 2006, em sí não tinha condições de disputar nos próximos anos com as duas séries veteranas. Death Note chegou ao ápice em tiragem inicial no volume 7, no qual a série teve um “First Print” de 1.2 milhões de cópias, um ótimo resultado para qualquer série, mesmo não se paragonando com o sucesso de ONE PIECE e Nana. Porém, a série só veio liderar o Ranking de vendas, em 2006, com o seu décimo e décimo primeiro volume, que mesmo com uma tiragem inicial mais baixa, com as reimpressões e boost causado pelo seu encerramento, conseguiram vender mais que Nana e ONE PIECE. O motivo pelo qual a partir do volume 7 a série não teve uma tiragem inicial maior é que suas vendas, a partir daquele volume, começaram a cair. Com a morte de um determinado personagem (não digo para evitar spoilers), muitos leitores perderam interesse em Death Note e começaram a abandonar a série. Só vieram a recuperar o interesse com o lançamento do anime em Outubro de 2006, que estimulou o pessoal a comprar os volumes já lançados, fazendo que a série liderasse as vendas gerais, liderado desde 2000 por ONE PIECE, quanto o de volumes individuais, que desde 2004 era liderado por Nana.
Outro mangá que por causa do anime conseguiu dar um grande pulo em popularidade, superando Nana e ONE PIECE acabou sendo Nodame Cantabile, que tinha muitos pontos incomuns com Nana. Além das duas séries serem josei, Nodame Cantabile era também um mangá sobre a música, mesmo sendo mais relacionada a música clássica. Muitos acreditam que o sucesso de Nana estimulou o público feminino adolescente a comprar mais séries de romance adultas, ao mesmo tempo que estimulou o público masculino a comprar mangás josei e shoujo, sem sentir medo de sua masculinidade ser julgada. O gênero passou a ser conhecido como uma verdadeira casa de mangás sérios e bem escritos. É importante dizer que o sucesso de Nodame Cantabile é, principalmente por causa da sua ótima qualidade, porém, o portão aberto por Nana ajudou a série a alcançar um público ainda maior. Para encerrar, em 2006, Nana também lançou o seu anime, que acabou sendo um grande sucesso, mas como todo mundo já conhecia a série, acabou não tendo tanto impacto em suas vendas no Japão – Entretanto ajudou a popularizar a série na Europa e Estados Unidos, que a partir de 2006 virou definitivamente um sucesso mundial -. O anime também acabou sendo importante no ambiente musical do Japão, pois várias canções criadas para o anime, conseguiram ter um grande desempenho comercial no Japão. Principalmente a música Rose, que fingiam que era cantada pela banda rock da protagonista de Nana. O ano de 2006 pode ter sido protagonizado por Death Note e Nodame Cantabile, porém essas duas séries estavam nas primeiras colocações por vários motivos temporâneos e todo mundo sabia que a verdadeira luta era entre Nana e ONE PIECE.
Em 2007, Nana continuou sua dominação em cima de ONE PIECE, e pelo quarto ano consecutivo os seus volumes individuais venderam mais que ONE PIECE – Os dois mangás já estavam vendendo menos que 2 milhões de cópias, porém não tinha mangá no mercado que conseguia contestar as duas séries. Nodame Cantabile, Naruto e Fullmetal Alchemist podiam até superar a marca de 1 milhão de cópias por volume, mas mesmo assim não eram populares o suficiente para alcançar a marca de 1.7 à 1.9 milhões, que Nana e ONE PIECE vendiam. Em 2008, a situação continuou parecida, só que depois de quatro anos consecutivos, por uma diferença de 30 mil cópias, ONE PIECE conseguiu vender mais que os volumes de Nana, voltando a liderar tanto o Ranking Geral quanto o Ranking por Volume. Acabou sendo a primeira vez desde 2003 que ONE PIECE conseguiu liderar o Ranking de Volumes, uma grande vitória para a série, que a partir daquele ano, nunca mais abandonou a primeira colocação. Em 2009, Nana entrou em hiatos, encerrando a competição e dando a liderança do mercado de bandeja para ONE PIECE, que depois do “boost de vendas”, que levou a série a vender mais de 4 milhões de cópias por volume, não encontrou mais nenhum adversário à altura.
A competição entre Nana e ONE PIECE acabou sendo muito inesperada, pois ninguém acreditava que um josei se tornaria o mangá mais vendido por quatro anos consecutivos, e seu sucesso demonstra que qualquer estilo pode conseguir ser popular. Já tivemos shounens, seinens, shoujos, joseis, mangás de esporte e mangás de mistério entre os mais vendidos. Aliás os únicos mangás que conseguiram contestar ONE PIECE nesse período, não foram os B-Shounens, e sim mangás que escapavam desse gênero e atraiam um público diferenciado. Vagabond era um incrível seinen, Death Note um grandioso shounen mais voltado a investigação e mistério, Nodame Cantabile um espetacular josei, e o inimigo crônico de ONE PIECE, Nana, um dos melhores mangás de romance da história, se não, o melhor. Muitas pessoas tendem a “ultra-classificar” os mangás B-Shounens, como fossem o único modo que o autor pode ter para vender acima de 1 milhão de cópias, e realmente tivemos muitos mangás deste gênero que alcançaram uma média de vendas absurdas: Dragon Ball, Yu Yu Hakusho, Naruto, Shingeki no Kyojin, Fullmetal Alchemist, são alguns exemplos, porém também tivemos tantas obras de outros gêneros que conseguiam vender muito: Nodame Cantabile, Slam Dunk, Dr.Slump, Nana, Ansatsu Kyoushitsu, Tokyo Ghoul, Death Note, Chibi Maruko-Chan, Vagabond e etc.
Nana era conhecida por ser uma série bem mais séria, que tratava de temática que não poderiam ser tratadas por obras B-Shounen. Era um romance muito realista e com uma capacidade de envolver emocionalmente os seus leitores. Com certeza, internamente (na Weekly Shonen Jump), Oda estava preocupado em ser mais popular que Naruto, mas talvez o seu maior inimigo, em popularidade e capacidade de envolver o público em uma obra, acabou sendo justamente a Ai Yazawa. Era uma rivalidade muito saudável, os dois não estavam disputando o mesmo público, e talvez por isso que podemos considerar ONE PIECE o rei dos mangás e Nana a rainha dos mangás, pois, ao mesmo tempo que lutavam para ver quem vendia mais, podiam conviver tranquilamente, sem estarem concorrendo pelos mesmos leitores. A verdade é que eram rivais que não lutavam pelo mesmo prêmio. Quem sabe, se Nana retornar não poderemos ver o retorno dessa grande batalha de vendas, mas sejamos sinceros, parece improvável o retorno de Nana, levando em conta que próximo ano serão 10 anos de hiato. A autora quer retornar a escrever a história, inclusive já deu entrevista declarando seu amor pela série mas sua saúde frágil, nos leva a crer que não veremos nunca o seu encerramento: Eu, os ocidentais amantes da série e os milhões de japoneses que compravam religiosamente os seus volumes.
PS: Quando comentamos sobre uma tiragem de uma série, não significa que uma série vendeu mais que sua tiragem inicial. É muito comum que quando uma série chega ao seu “ápice de em vendas”, a sua tiragem acabe sendo maior que suas vendas reais. Por exemplo, Nana teve uma tiragem de 2.3 milhões nos volumes 13 e 14, mas nos volumes seguintes a sua tiragem acabou diminuindo, sendo 2.2 milhões no volume 15, isto significa que os volumes 13 e 14 provavelmente não alcançaram a marca de 2.3 milhões de cópias, a série deve ter vendido entre 2 à 2.1 milhões de cópias, um número enorme mesmo assim. O mesmo vale para ONE PIECE que alcançou o seu ápice em tiragem no volume 27 (2.63 milhões), mas como não conseguia alcançar esses números, acabou tendo sua tiragem diminuída. A tiragem de ONE PIECE depois do volume 27 continuou a diminuir, por isso, suas vendas estavam caindo, e os editores tiveram que reajustar suas tiragens constantemente. Em 2005 a série tinha uma tiragem de 2.2 milhões (Volume 38), 400 mil a menos que o volume 27. Não encontrei a tiragem da série em 2006 e 2007, mas sabemos que em 2008 a série vendia 1.6 milhões, por isso sua tiragem provavelmente continuou a diminuir, já que suas vendas continuaram a diminuir. Lembrando que em 2009, ONE PIECE voltou a ter um grande aumento de vendas, e sua tiragem retornou a aumentar, batendo vários records em tiragem. A tiragem é um ótimo parâmetro para sabermos as vendas ANTERIORES, se Nana teve uma tiragem de 2.3 milhões no volume 13, é muito provavelmente que o volume 12, alcançou AO MENOS, 2.2 milhões de cópias.