Análise: TOC Weekly Shonen Jump #29 (Ano 2017).

Tokyo Wonder Boys, para as pessoas desavisadas, é o maior mangá da história: o seu sucesso foi tão grandioso, que o estado japonês teve que intervir, proibindo o lançamento da série, pois tal série estava prejudicando o mercado (já que após uma pessoa ler TWB, tenderia achar qualquer outro mangá tão lixo, que nunca mais leria um outro mangá, além de TWB). A ONU aconselhou os demais estados a não traduzirem os mangás, e por respeito, a maioria dos países e até mesmo scans respeitaram, menos uma scan espanhola da Venezuela, pois sabemos a posição política do país. E além disso, foi criado uma lei que proibiu o lançamento de volumes da série (que só teve um volume, antes dessa lei entrar em vigor, e suas vendas não foram reveladas, mas ainda podemos encontrar um volume da série no mercado negro por, no minimo, cem mil euros). E para encerrar, a lei também proibiu os dois autores de trabalharem juntos novamente, assim, temos que nos satisfazer com somente um dos mitos, o desenhista da série, que acabou de lançar: Cross Account. 

Em uma TOC lendária e inesquecível, iremos fazer uma análise diferente das anteriores: ao invés de analisar cada série, como fazemos semanalmente, iremos comparar-las a aplicativos de celulares, e assim, entrando em temática com a série de um dos melhores autores da história (um dos melhores, pois ele divde o trono com o roteirista de TWB). Para quem não sabe, e está pronto para entrar no trem do “hype” que já partiu, e está quase alcançando a velocidade do som, Cross Account será um romance moderno, que unirá elementos da vida cotidiano dos jovens japoneses (e de certo modo mundial) com uma clássica história de “ecchi” e “amor”. O mangá tem grandes inimigos pela frente, mas pode acabar dando certo. 

Nessa edição também tivemos páginas coloridas para outras séries, para três séries: a novata Shuudan!, que recebeu o presente obrigatório, já que todas as séries ganham página colorida no segundo capítulo. Também tivemos a página colorida para Gintama que anunciou um novo concurso de popularidade, com resultado previsto para Setembro, o que pode significar o encerramento da série nesse período, como pode significar “nada”. E para encerrar, também tivemos página colorida para Kimetsu no Yaiba, que vai ser a capa da terceira edição da Jump GIGA desse ano, mostrando como os editores estão acreditando no potencial da série – essa capa não serve para fazer publicidade da série, muito pelo contrário, serve para ajudar justamente a revista. 

Em primeiro lugar tivemos Black Clover, que podemos comparar ao Instagram, um dos aplicativos mais populares para celular, mas odiado por muitos, por considerarem supérfluo (no caso, Black Clover clichê e vazio) e utilizado só por pessoas que não tem conteúdo, mas que mesmo tendo tantas pessoas que criticam tanto o aplicativo quanto os seus seguidores, a verdade é que a série tem um grande número de seguidores, que amam a série e estão dispostas a comprar todos os produtores. Se o Instagram tem um grupo enorme de pessoas que o utilizam todo dia, fazem suas selfies, fotos de paisagens, e não ligam para aqueles que só fazem criticar, Black Clover tem seus leitores que não se preocupam com crítica alheia e simplesmente, continuam a se divertir lendo a série. Não é por nada, que os editores colocarem a série em primeiro lugar essa semana.

Logo após tivemos ONE PIECE, que na próxima semana estará ausente para a nossa tristeza. De qualquer modo, é impossível não comparar a série ao Whatsapp, aplicativo de maior popularidade do mundo, sempre o mais baixado do ano (no caso de One Piece, o mais vendido), e que mesmo em alguns momentos recebendo duras de críticas de alguns (por arcos ruins), ninguém consegue viver sem a série / aplicativo. Logo após tivemos Haikyuu!!, que eu compararia ao Spotify, um aplicativo muito popular, que não foi criado para o público geral (por isso todos os tipos de usuários de celular), mas sim para um público específico (quem usa o celular para ouvir música / quem lê mangá de esporte) e de certo modo, tem um apelo muito maior com o público jovem e feminino. Spotify é um dos aplicativos mais importantes e mais utilizados, mesmo estando longe da popularidade do Whatsapp, e pelo que tudo indica, nos próximo ano deve manter sua popularidade bem alta.

Em quarto lugar tivemos Boku no Hero Academia, que é praticamente o “Telegram” da Weekly Shonen Jump (que pensando bem, podemos comparar a revista ao Google Play). O aplicativo vem crescendo em popularidade e agradando cada vez mais pessoas, mas mesmo assim, está muito longe de alcançar a popularidade do seu principal inimigo, o Whatsapp (ONE PIECE), e provavelmente não conseguirá superar a popularidade, mas isso não significa que não tenha muitos usuários que gostam loucamente do aplicativo / série. Em quinto lugar tivemos Yakusoku no Neverland, que eu compararia a Netflix, um aplicativo muito popular, que já chega a popularidade do nível do Instagram (ou até maior), que agrada muito aquele público “cult”, que preza por mangás que estimulam a inteligência dos seus leitores, mas que sejamos sincero, mesmo o público “cult” venerando por apresentar produtos inteligentes, o aplicativo / série acaba agradando também os leitores bem mais simples, que gostam de todos os tipos de mangás, até aqueles considerados mais fúteis. Yakusoku no Neverland é uma série inteligente, que consegue agradar todos os públicos. 

Em sexto lugar tivemos Yuragi-Sou no Yuuna-San, que é o Tinder, aplicativo que diz ser para namoro (ou romance), mas que na verdade é uma grande suruba. Acredito que não tenho que explicar mais nada sobre a relação entre Tinder e Yuragi-Sou, deste modo, vamos ao sétimo colocado, que foi Dr.Stone, aplicativo que foi lançado nessa época no qual muitos aplicativos nascem (tivemos levas de seis mangás por todos os cantos, por isso várias séries novas, como temos diariamente vários aplicativos novos), mas mesmo com essa alta concorrência de novos aplicativos, conseguiu se destacar, principalmente por ter por trás autores (produtores) com muita experiência. Deste modo, eu comparo a série ao aplicativo Super Mario Run, que mesmo não agradando muitas pessoas (por considerarem o aplicativo, mesmo que muito bem construído visualmente, incompleto e de certo modo, vazio) , é um sucesso principalmente por ser da criação da Nintendo, e logicamente ter o nome de Mario (ou melhor, BOICHI?) no produto. Sobre a situação da série na revista, é bem óbvio, que talvez seja o único mangá da leve de seis que os editores ficaram realmente satisfeitos com a recepção, os demais, pelo que as posições na TOC indicam, os editores estão insatisfeito, incluindo Boku-tachi que não deve acabar sendo cancelado, mas mesmo assim não está tendo nenhum real apoio editorial. 

Em oitavo lugar tivemos PSI Kusuo Saiki, que se aproxima mais ao aplicativo “Flash”, que é utilizado principalmente pelas pessoas para se divertir (já que é um aplicativo para se retirar fotos e colocar filtros divertidos), mas que mesmo tendo um bom número de usuários, não chega perto a popularidade dos aplicativos previamente citados. De qualquer modo o “Flash” não precisa alcançar um público maior, e sua popularidade é suficiente para trazer uma boa estabilidade aos seus criadores. Em nono lugar tivemos Hinomaru Zumou, que eu compararia à um aplicativo como “Official F1 APP”, que tem pouquíssimos usuários, pois é relacionado à um público de nicho (seguidores de F1) e ainda por cima tem um custo relativamente alto, mas no fim, consegue ser bem lucrativo e sobreviver por anos, pois os poucos usuários do aplicativos, são realmente fanáticos pela F1 / Hinomaru Zumou, e o acompanham quase semanalmente. Sobre a série em si, na próxima semana Zumou vai, oficialmente, começar o seu clímax, o que confirma o seu encerramento. Acredito que até Agosto ou Setembro, a série já terá sido encerrada naturalmente. 

Décimo lugar tivemos Shokugeki no Souma que me lembra muito “Pokemon GO”, aplicativo que conseguiu ter uma grandíssima popularidade no seu início, principalmente com a primeira temporada, mas que após sua explosão de popularidade, foi deixada um pouco as moscas, agradando mais o público de nicho. Além disso, por causa da sua grande explosão de popularidade, apareceram algumas pessoas que odiaram o sucesso da série, por isso a criticavam quase todos os dias (o número de “haters” de Shokugeki no Souma podemos considerar relativamente alto). Com o lançamento da segunda temporada (segunda geração de Pokemons), a sua queda de popularidade chegou a diminuir, mas mesmo assim Pokemon GO / Shokugeki no Souma continuou a perder usuários / leitores. De qualquer modo sua popularidade continua alta suficiente ao ponto de considerarmos uma série altamente lucrativa. Em décimo primeiro lugar tivemos Boku-tachi wa “Happn”, que é um aplicativo de namoro que vem crescendo lentamente, mas que para muitos nunca chegará a popularidade de aplicativos como o Tinder. Somente o tempo dirá. 

Em décimo segundo lugar tivemos Spring Weapon Number One que é o “Google Plus” da WSJ (Google Play), ninguém usa realmente, ninguém liga para essa rede social, foi um fracasso, mas mesmo assim a WSJ (Google) empurra como um sucesso e fazem de tudo parece que o público acredite que seja um sucesso. É o caviar da WSJ: nunca vi, nem comi, só ouço falar. Comentamos mais sobre a situação da série, acredito que Spring Weapon talvez consiga sobreviver por mais tempo na revista, chegando a completar um ano de vida. Digo isso, pois com a possibilidade de Hinomaru Zumou, Gintama, Harapeko no Marie e Robot x Laserbeam serem encerrados na próxima leva, a série de comédia pode acabar sobrevivendo novamente. Falando em Robot x Laserbeam, eu não vou comparar-lo à um aplicativo, mas sim ao “Windows Phone”, sistema operacional que tinha por trás uma grande empresa, mas que acabou não dando tanto certo, digo isso, pois a série novamente foi classificada em uma colocação baixa, o que me faz acreditar que talvez seja sim uma série popular (no sentido de manter muitos leitores), mas como o sistema operacional da Windows, não consegue agradar totalmente os seus usuários e de certo modo, é muito criticado. Parece que os leitores japoneses esperavam mais de Robot x Laserbeam, que caso o primeiro volume não venda bem, pode acabar sendo cancelado (caso venda bem, essa comparação entre Robot e Windows Phone pode ser retirada, já que Windows Phone foi um fracasso de vendas)

Em décimo quarto lugar tivemos Harapeko no Marie que só está esperando o momento certo para dar adeus a revista, suas chances de sobrevivência estão quase no zero, que irei comparar ao Vine – aplicativo que tinha por trás um importantíssimo nome na indústria, o “Twitter”, e que por um pequeno período consideraram até um sucesso (nos primeiros capítulos tinha gente que acreditava fielmente no sucesso de Harapeko no Marie), mas que logo se mostrou um fracasso, pois já tinha outros aplicativos no mercado que valiam mais a pena (no caso, outros mangás de comédia mais engraçados), e deste modo o resultado foi bem óbvio: Vine acabou sendo descontinuado, como Harapeko no Marie será descontinuado. Parece que ter por trás um produtor (autor) famoso não é certeza de sucesso. Em último lugar, na décima quinta colocação tivemos Poro no Ryuugaku-ki, que acabou sendo cancelado como já previsto por mim nas semanas anteriores, eu compararia a série a qualquer aplicativo de produtores novatos, que tentam a sorte nesse mercado super inchado, e acabam fracassando, mas isso não significa que eles devem desistir: do mesmo modo que o autor de Poro deve continuar seguindo seus sonhos, na minha opinião, quem lança um app que fracassa, deve sim continuar tentando novas ideias e seguindo o seu sonho.