Análise: TOC Weekly Shonen Sunday #20 (Ano 2017).

Depois de algumas edições onde nada vinha acontecendo, vimos um pouco de agito na edição anterior… mas o fim do sossego, pode-se dizer, está nessa edição, que é até agora uma das mais marcantes do ano. Tivemos o fim de Hayate no Gotoku!, a estreia do segundo mangá da leva de seis novas obras com uma temática bem interessante, além de ser a semana de estreia do vigésimo filme animado de Detective Conan… Mas se mesmo as TOCs mais monótonas não são tão simples de resumir, o mesmo pode-se dizer dessa edição, que não parou só nesses acontecimentos.

OBSERVAÇÃO: Vocês percebem que essa edição é atípica quando a análise dela sai em uma quinta-feira sem atrasos e não entre domingo e terça-feira.

– Novo Mangá: Youkai Giga (Título Provisório), por Satsuki Satou (autor novato)

– Novo Mangá: Koi (Título Provisório), por Tamiki Wakaki (Autor de Kami nomi zo Shiru Sekai* e Nanoha Yougashiten no Ii Shigoto)

* Também conhecido como The World God Only Knows.

TOC Weekly Shonen Sunday #25 (2017):
– Novo Mangá: Inseki Shoujo – Meteorgirl, por Riichi Ishiyama (autor novato)

O novato Tenshou no Quadrable está apenas em seu segundo capítulo, portanto não está sendo ranqueado. Tenshou no Quadrable recebeu páginas extras, o que fez com que seu segundo capítulo tivesse 32 páginas no total. Vale lembrar também de Sunday Hikagaku Kenkyujo, gag mangá que sempre encerra a revista e que, portanto, nunca é ranqueado nas formas de análise ocidentais das Table of Contents (TOCs) da Weekly Shonen Sunday.

Durante muito tempo Arata Kangatari e Gin no Saji foram praticamente os únicos mangás a entrar em hiato. Mas recentemente um novato decidiu fazer uma companhia provisória a esse dois: trata-se de Ryoko, que esteve ausente na edição anterior, está ausente nessa edição e não retornará na edição seguinte. O mangá, que por ora teve apenas 22 capítulos lançados, não conseguiu apresentar um rendimento expressivo nas vendas de seu primeiro volume, o que pode significar que a obra está em risco de cancelamento ou que corre riscos de não permanecer a um prazo muito longo.

O mangá de futebol Be Blues – Ao ni Nare também esteve ausente nessa edição, mas, ao contrário dos mangás citados anteriormente no parágrafo anterior, Be Blues está previsto para voltar a ser publicado regularmente já na próxima edição. Be Blues, que ainda merece ganhar uma adaptação em anime, já teve 285 capítulos e, assim como Joujuu Senjin!! Mushibugyo, está pertinho de passar a marca de 300 capítulos lançados.

E, somando as quatro páginas coloridas de Hoankan Evans no Uso 〜Dead or Love〜, as três páginas coloridas de Hayate no Gotoku! e uma página colorida de Joujuu Senjin! Mushibugyo… mais uma vez tiveos oito páginas coloridas na edição. É um número fascinante, pois no ano passado e no início do ano editorial de 2017 não foram poucas as vezes que só uma obra recebia uma página colorida. A primeira edição de 2017, por exemplo, só teve uma página colorida para Hatsukoi Zombie. A edição anterior também recebeu muitas páginas coloridas, no caso sete: três de Tenshou no Quadrable, duas de Maou-jou de Oyasumi e duas de Yugami-kun ni wa Tomodachi ga Inai.

Falando em Detective Conan, mais uma vez é dele o primeiro lugar entre os ranqueados. Seu vigésimo primeiro filme animado, Detective Conan: Crimson Love Letter (ou Meitantei Konan: Kara Kurenai no Rabu Retta), será lançado nos cinemas japoneses nessa semana, no dia 15 de abril. Mesmo com o longo tempo de existência a franquia de Conan continua em alta: o anime ainda rende uma boa audiência e o filme animado anterior, Detective Conan: The Darkest Nightmare (ou Meitantei Konan: Junkoku no Naitomea), se mostrou um sucesso de bilheterias, superando o desempenho comercial de seus antecessores. Vale lembrar que a obra está cada vez mais perto de ter seu milésimo capítulo publicado e também que na próxima edição, mais uma vez, Conan receberá a capa para a divulgação do novo filme… e como só ganhará a capa será ranqueado mais uma vez.

A segunda posição ficou para o novato Maiko-san chi no Makanai-san, cujas posições tem variado bastante na ordem de leitura. A recepção da obra não foi ruim, o que faz com que os editores acreditem que o mangá pode apresentar um rendimento, no mínimo, satisfatório. Mas só será possível saber se Maiko-san chi no Makanai-san será um sucesso (ainda que moderado) ou um fracasso aguardando as vendas do primeiro volume.

O terceiro lugar da edição ficou com o pilar Magi ~ The Labyrinth of Magic, que mais uma vez pega uma posição altíssima na ordem de leitura. Não falta muito para que Magi seja finalizado, e isso deve estar preocupando bastante os editores da Sunday, já que dos mangás lançados mais recentemente apenas Major 2nd apresentou um rendimento capaz de compensar a ausência de Magi quando este for finalizado. E mesmo assim o mangá de beisebol ainda não chegou ao mesmo nível de vendas exatamente.

Em quarto está um dos novatos promissores e de rendimento moderadamente positivo para os padrões da revista: Maou-jou de Oyasumi, que tem vendido em média pelo menos 40 mil cópias em média por volume, um bom desempenho para um mangá tradicional e de comédia curta, ainda mais considerando que Maou-jou estreou disputando espaço com Komi-san, que conseguiu um desempenho melhor mas não ofuscou a estabilização do mangá da princesa dorminhoca capturada pelo Rei Demônio.

Depois de ter ficado ausente nas edições #18 e #19, o pilar Major 2nd retorna nessa edição e como já é costume, aparece no Top 10 e numa posição elevada na ordem de leitura (quinto lugar). Inclusive, um dado interessante: o quinto volume da continuação do clássico mangá de beisebol Major conseguiu vender 480 mil cópias de seu quinto volume, praticamente o mesmo nível de vendas do vigésimo nono volume de Magi ~ The Labyrinth of Magic. E olha que Major 2nd ainda tem um bom potencial comercial a ser explorado futuramente, como através de uma adaptação em anime, por exemplo.

E na sexta colocação Amano Megumi wa Suki Darake!, que só caiu uma posição, tanto levando em conta as posições ranqueadas quanto considerando a ordem de leitura em si. As vendas de Amano são entre 50~55 mil cópias por volume, um nível bom para os padrões da Shonen Sunday. Comercialmente falando, Amano Megumi se mostra promissor e pode se expandir ainda mais se receber uma adaptação em anime mais pra frente. Lembrete: Amano Megumi receberá uma página colorida na próxima edição.

O sétimo lugar ficou para Aozakura – Bouei Daigakkou Monogatari, que continua tendo apoio dos editores e apresentando um nível razoável de vendas. A obra não se revelou um mangá com rendimento tão elevado, mas os editores parecem satisfeitos com o desempenho apresentado até aqui. O mangá não deve ser cancelado, pelo menos não a curto ou médio prazo. Em suma, Aozakura pode até não ser sinônimo de um grande atrativo de leitores (pelo menos por ora) mas ao menos conseguiu a estabilização.

A cada edição que passa fica mais nítido que Komi-san wa、Komyushou Desu。 (oitava posição), que conquistou mesmo os leitores da revista. As vendas do primeiro volume não foram das mais rentáveis, mas o mangá foi recebendo um boost relativo com o lançamento de novos volumes, o que demonstrou que o desempenho comercial de Komi-san é ascendente e não “estático”. Com o passar do tempo a média de vendas de Komi-san pode chegar até mesmo a 100 mil cópias em média por volume, antes mesmo que se discuta a hipótese de uma adaptação em anime.

Após ter aparecido no bottom na edição #19, nessa edição #20 Tenshi no Akuto!! dá uma subidinha e fica com o nono lugar entre os mangás ranqueados. As vendas de Tenshi passam longe de ser elevadas, tanto é que estima-se que a média de vendas dos volumes seja entre 35~40 mil cópias. Mas a boa recepção para os padrões do mangá, mais o baixo nível exigido de vendas do plantel, contribuem para que Tenshi não só permaneça na Shonen Sunday como também tenha pouquíssimos ou mesmo nenhum risco de cancelamento.

Na décima colocação, isto é, fechando o Top 10, está Souboutei Kowasu Beshi, cujo primeiro volume se tornou o 13º mais vendido entre os volumes em geral lançados pela editora Shogakukan, já tendo alcançado 180 mil cópias vendidas. A média de vendas de Souboutei é superior a 100 mil cópias por volume. Embora não haja aumento nas vendas com o lançamento dos novos volumes, o rendimento não deixa de ser muito acima da média da grande maioria das obras da line-up atual.

Na décima primeira posição  está o bem-sucedido gag mangá Dagashi Kashi, que tem variado mais as suas posições ultimamente na ordem de leitura das edições. Mas se por um lado as posições estão oscilando mais, as vendas continuam bem. Inclusive, Dagashi foi o quarto mangá mais vendido da Weekly Shonen Sunday, ficando atrás apenas de Detective Conan, Major 2nd e Magi ~ The Labyrinth of Magic. Em suma, a situação de Dagashi é deveras confortável.

Em décimo segundo está Hatsukoi Zombie, mangá de comédia romântica e ecchi que, como já explicado por inúmeras vezes, vende pouco mas vende o suficiente para se manter e continua sendo bem recepcionado pelos leitores, ainda que não seja uma recepção espetacular. Vira e mexe vemos Zombie ganhando páginas coloridas, mesmo quando não há lançamento de novos volumes. Isso significa que os editores demonstram estar satisfeitos com o mangá, pelo menos o bastante para destacá-lo eventualmente em detrimento a outras obras com rendimento melhor, como Hiiragi-sama e Tokiwa Kitareri!!.

Após retornar de uma breve pausa, Kyoukai no Rinne tem pegado posições medianas na ordem de leitura. Dessa vez ficou com a décima terceira colocação entre os mangás ranqueados. Rinne tem uma média de vendas de pelo menos 50 mil cópias em média por volume. Está longe de ser um nível de vendas fantástico, mas o anime conseguiu mesmo assim alcançar um bom nível de audiência, tanto que recentemente passou a ser televisionada a terceira temporada, que deve conter 25 episódios, como foram as duas temporadas anteriores.

Na porta do bottom, em décimo quarto lugar, tivemos a publicação do último capítulo programado de Zettai Karen Children antes de entrar em um hiato, sem previsão de retorno. Esse capítulo marca, segundo o autor Takashi Shiina, o fim da primeira metade do arco final da obra, que está cada vez mais próxima do fim… ou estava, considerando que não sabemos quando Zettai deve voltar de seu hiato. Pelo bom nível de vendas do mangá e considerando a moral que Takashi Shiina ganhou por décadas de serviço, Zettai provavelmente será encerrado pela forma como o autor considerar melhor.

Quem abre o bottom – na décima quinta posição – nessa edição é Hiiragi-sama wa Jibun o Sagashite Iru。 , obra que já tem mais de um ano de publicação e que vende em média 50 mil cópias por volume, uma boa quantidade para os padrões (baixos) da Weekly Shonen Sunday. Hiiragi-sama não ganha muito destaque por parte dos editores, o que se explica provavelmente devido à idade avançada do autor Hiroyuki Nishimori (autor de Kyou Kara Ore Wa!! e Tenshi na Konamaiki).

Depois de ficar um tempinho sem aparecer no bottom, na edição passada Tokiwa Kitareri!! aparece no bottom. E o feito se repete nessa edição, com o mangá de Syun Matsuena ficando com a décima sexta colocação. Apesar de não ganhar tanto destaque quanto no início de sua publicação, a situação de Tokiwa na revista continua estável e a obra não corre riscos de cancelamento, isso sem contar com as chances moderadas mas reais de uma expansão comercial a um prazo mais longo.

E mais uma vez o “irregular” Saike Mata Shite mo aparece no bottom, no décimo sétimo lugar. A obra ainda apresenta um nível de vendas razoável, mas é bem provável que o mangá esteja se aproximando cada vez mais do fim… o que faria sentido, visto que o autor Tsubasa Fukuchi, como já expliquei várias vezes anteriormente, só lançou um mangá com duração maior que 100 capítulos publicados anteriormente: Ueki no Housoku. Outras obras de sua autoria, como Ueki no Housoku Plus, Takkoku! e Anagle Mole tiveram duração mais curta.

Chafurdando no limbo do esquecimento, Keijo!!!!!!!! ficou com a décima oitava colocação da edição. Keijo!!!!!!!! não chega a correr riscos de cancelamento, isto é, o autor ainda poderá usar de seu tempo livre para finalizar o enredo da forma como achar melhor. Mas dificilmente esse mangá se manterá por muito tempo no plantel, ainda mais considerando o fracasso do anime e o baixo nível de vendas que o mangá apresenta, contando ainda os novatos que em pouco tempo de publicação já estão apresentando melhores resultados nas vendas de volumes (casos de Souboutei Kowasu Beshi, Komi-san wa Komyushou Desu e Maou-jou de Oyasumi, por exemplo).

No décimo nono/último lugar entre os mangás ranqueados (e em penúltimo na ordem de leitura) está o novato mais fadado ao cancelamento: Dameterasu-sama。 . Apesar da experiência do autor (é o mesmo de Hajimete no Aku) e de uma tentativa de dar um pouco mais de agito em capítulos recentes, Dameterasu-sama definitivamente não emplacou. É questão de tempo para esperar que o mangá enfim seja finalizado e saia do plantel.