Quando os editores decidem lançar um novo mangá pode-se dizer que eles estão apostando nele como um produto que pode vir a fazer sucesso. E, caso faça, também podem haver medidas por parte dos editores para expandir os mangás comercialmente, através de adaptações em anime ou dramas televisivos, spin-offs, produtos licenciados, etc. Em suma, os editores podem tanto apostar (no sentido de “acreditar no sucesso de alguma coisa”) em uma obra nova como também apostar em sua expansão comercial.
TOC Weekly Shonen Magazine #11 (2017):
Mai Shiraishi (Capa Física)
Nanatsu no Taizai (Capa Digital, Página Colorida de Abertura, 24 pg.) (capítulo 206)
Rankers High (Pré-Rank, 44 pg.)(capítulo 02)
01. Domestic na Kanojo (capítulo 129)
02. Baby Steps (capítulo 493)
03. Fuuka (capítulo 143)
04. Senryuu Shoujo (capítulo 19)
Enen no Shouboutai (Página Colorida) (capítulo 67)
05. Fairy Tail (capítulo 521)
06. Seitokai Yakuindomo (capítulo 411)
07. Acma:Game (capítulo 192)
08. Ahiru no Sora (capítulo 544)
09. Hoshino、Me o Tsubutte。 (capítulo 43)
10. Daiya no Ace – Act II (capítulo 68)
11. Yamada-kun to 7-nin no Majo (capítulo 242)
12. Hajime no Ippo (capítulo 1172)
Tsurezure Children (Página Colorida, Anúncio de Anime) (*)
– Página Colorida: Yamada-kun to 7-nin no Majo (Fim, 30 pg.)
– Páginas Extras: 8-gatsu Outlaw, Rankers High (34 pg.)
A capa física dessa edição foi estampada pela atriz e cantora idol Mai Shiraishi, do grupo Nogizaka46. Não é a primeira vez que ela estampa a capa física da revista e não deve ser a última, vide a popularidade que a moça tem ao estampar as capas da Weekly Shonen Magazine. Já a capa digital ficou para o pilar Nanatsu no Taizai, que ainda continua numa situação muito tranquila. As outras páginas coloridas foram para Enen no Shouboutai e Tsurezure Children, dois mangás em situação segura na revista. Inclusive, a página colorida dessa edição confirmou que Tsurezure receberá uma adaptação em anime pelo Studio Gokumi.
O novato Rankers High está apenas em seu segundo capítulo e por enquanto não será ranqueado. Isto é, Rankers High só passará a ser ranqueado a partir do oitavo capítulo. 6cm no Kizuna está em fase de pré-ranquemanto também e passará a ser ranqueado na próxima edição… mas mesmo assim sua situação já começa a se mostrar preocupante, visto as baixas posições que o mangá vem recebeu na ordem de leitura, nessa edição e na edição anterior. Está certo que as posições dos mangás variam muito nas TOCs da Weekly Shonen Magazine, mas obras que são canceladas precocemente começam a pegar posições baixas desde cedo (é o caso de Fullback, mangá de rúgbi cancelado com apenas 13 capítulos). É torcer para que 6cm no Kizuna não tenha como destino o cancelamento.
Após ter ganho uma página colorida na edição passada, Domestic na Kanojo fica com a primeira posição dos mangás ranqueados. Mas vale lembrar que o mangá ficou atrás de Nanatsu no Taizai e Rankers High na ordem de leitura. DomeKano ainda consegue apresentar um bom nível de rendimento, com vendas perto da casa das 100 mil cópias vendidas por volume. A situação do mangá ainda é segura, tanto a curto quanto a médio prazo.
Na segunda colocação está o mangá de tênis Baby Steps, cujo volume mais recente vendeu em média pelo menos 150 mil cópias (deve chegar a no máximo 200 mil). Isso pode ser sinal de alguma queda no nível de vendas de volumes por um lado. Por outro a situação de Baby Steps, mesmo que essa hipótese seja verdadeira, continua em uma situação bem tranquila na revista e dificilmente correrá riscos de ser cancelado, mesmo a longo prazo.
Em terceiro lugar aparece Fuuka, que por enquanto teve apenas um pequenino aumento nas vendas de volumes após o lançamento do anime, nada de impressionante. Porém ainda é cedo para dizer se o anime foi um sucesso ou um fracasso, visto que é preciso esperar a apuração das vendas dos DVDs e esperar por mais tempo para saber como será o nível do aumento nas vendas dos volumes. Mas o anime (ao menos na visão de vosso autor) consegue ser superior à adaptação animada de Kimi no Iru Machi, obra anterior do autor de Kouji Seo, autor de Fuuka.
Página Colorida: Nanatsu no Taizai
Após ter ficado com a terceira posição na ordem dos mangás ranqueados da edição passada, Senryuu Shoujo novamente aparece em uma posição alta, dessa vez o quarto lugar. As posições altas na ordem de leitura ou dos mangás ranqueados não garantem a estabilidade do mangá. O finado Desert Eagle (publicado entre 2015 e 2016) pegava posições altas com relativa frequência mas as baixas vendas e a recepção apenas razoável acabaram pesando para que o mangá fosse cancelado. Fica a torcida para que o primeiro volume de Senryuu apresente um bom nível de vendas.
Na quinta posição está Fairy Tail, que ainda é considerado um dos pilares da revista, mas segue com as vendas ddecaindo a cada novo volume lançado. Fairy Tail ainda tem muita popularidade no Japão, passados dez anos de publicação, porém o mangá entrou em um desgaste de popularidade e começou a ser menos rentável do que outrora. Mas ainda assim Fairy Tail ainda tem uma marca de importância para a editora Kodansha e o autor Hiro Mashima ainda está livre para seguir desenvolvendo o mangá como quiser (embora muitos leitores contestem suas decisões e desenvolvimento de enredo).
Na sexta colocação está o gag mangá Seitokai Yakuindomo, que, em comparação com a TOC anterior, subiu duas posições considerando a ordem dos mangás ranqueados (e, se consideramos a ordem de leitura, subiu uma posição). O rendimento de Seitokai continua muito bom para os padrões da revista e também considerando que o mangá tem quase dez anos de publicação e que um filme em anime de Seitokai vai ser lançado nos cinemas japoneses em julho. Pelo visto, mesmo após um bom tempo, o grupo editorial da Kodansha ainda vê potencial em Seitokai, o suficiente para apostar em um filme de animação.
No sétimo lugar aparece Acma:Game, que está em uma situação bem confortável na revista e de quebra deve completar quatro anos de publicação em abril. Apesar de não apresentar vendas muito altas de volume, em semana de lançamento de volumes Acma:Game consegue ficar entre os 50 mais vendidos do Ranking Oricon, sinal de que o rendimento da obra é sustentável enquanto a recepção for positiva e as vendas se mantiverem estáveis. Na oitava colocação aparece Ahiru no Sora, que continua em uma situação confortável na revista mas está vendo suas vendas de volumes começarem a cair aos poucos. Será que não é tempo de apostar em um anime? Isso ajudaria a conter a queda de rendimento e, de quebra, expandiria a marca do mangá comercialmente.
Na nona colocação está Hoshino、Me o Tsubutte。 , que mesmo apresentado um nível de vendas muito baixo ainda é mantido na revista. O mangá por ora vai se revelando uma aposta que até agrada, na opinião dos leitores… mas do público que compra volumes Hoshino não empolga o suficiente, por isso Hoshino atualmente é o mangá em situação aparentemente estável com menor nível de vendas. Inclusive o vangá tem vendido menos que Infection, mangá que foi transferido para a Magazine Pocket, que é uma vitrine muito restrita para as obras de seu plantel (ao menos para o exterior). Por ora Hoshino está seguro, mas a médio ou longo prazo é possível que o mangá corra riscos de não permanecer no plantel.
Página Colorida: Enen no Shouboutai
Fechando o Top 10 aparece Daiya no Ace – Act II. O mangá de beisebol Daiya no Ace fez sucesso enquanto foi publicado entre 2006 e 2015. Demorou um bom tempo para surgir uma adaptação em anime, mas quando ela veio rendeu um ótimo nível de audiência – aliás uma futura adaptação da continuação de Daiya não está descartada. Por outro lado Daiya no Ace – Act II foi lançado apenas poucos meses após o fim da primeira parte da obra. E o nível de vendas de volumes se manteve, então não foi difícil para Daiya no Ace – Act II se tornar um pilar da revista.
Yamada-kun to 7-nin no Majo não apenas está na décima primeira posição dessa TOC, como também está em seu último capítulo. O mangá será encerrado em definitivo na próxima edição, em que receberá uma página colorida. Apesar do fracasso no anime e das quedas nas vendas, Yamada-kun consegue sair de cena com um fim natural, uma vez que a autora Miki Yoshikawa não tinha muito para onde extender a obra (embora muitos apontem que ela protelou até demais com seu desenvolvimento). Como Yoshikawa já tem dois sucessos na bagagem (além de Yamada-kun tem também Yankee-kun to Megane-chan) é possível que mais pra frente ela tente lançar uma nova obra. Não seria surpresa se os editores apostassem em mais uma obra da autora.
No décimo segundo lugar está Hajime no Ippo, mais uma vez na parte do meio da ordem de leitura. Bem, é interessante dizer que Ippo foi talvez a aposta que definiu a carreira do autor George Morikawa (ou Jyoji Morikawa, se preferir), ainda mais após dois fracassos na carreira. Ele tentou fazer sucesso com o mangá de futebol Kazuya Now em 1986, e a obra durou só dois volumes. Depois lançou Signal Blue, mangá de automobilismo, isso em 1987. Também durou só dois volumes. Dois anos depois ele lançou Hajime no Ippo, que durou só dois volumes já tem 119 volumes lançados. Se o futebol e o automobilismo foram apostas que não deram certo, o boxe foi o tema que o fez criar o mangá que o levou ao sucesso. Quanto à situação de Ippo na revista, apesar do mangá estar sofrendo uma queda de vendas nos volumes, sua situação é estável. Vale lembrar que Ippo não é lançado digitalmente, por isso quando o mangá recebe páginas coloridas não conseguimos encontrá-las facilmente na internet.
E na décima terceira posição temos 8-gatsu Outlaw, que passa a ser ranqueado a partir dessa edição. Bem, essa posição na ordem de leitura por ora não diz muito sobre o futuro que o mangá terá na revista, mas caso o mangá comece a aparecer com frequência no bottom já é motivo pra desconfiar de que será cancelado em breve. Por enquanto, na disputa com o colega de leva 6cm no Kizuna, 8-gatsu parece que tem ligeira vantagem, visto que 6cm já está pegando posições muito baixas na ordem de leitura sem sequer estar sendo ranqueado. Mas só o tempo dirá se essa vantagem significa que o mangá vai permanecer na revista ou significa que vai durar só um tempo a mais que 6cm no Kizuna (caso esse seja realmente cancelado).
Na porta do bottom, em décimo quarto, está DAYS, que continua numa situação bem tranquila. Os editores apoiaram demais DAYS antes do mangá ganhar anime e vender acima de 100 mil cópias por volume. Valeu a pena pois a média de vendas do mangá teve um aumento razoável porém satisfatório: a média atualmente é de 200 mil cópias em média por volume. Uma continuação do anime está confirmada. Apesar de não ter recebido resultados fenomenais, DAYS conseguiu melhorar bastante sua situação (que já era estável antes).
Página Colorida: Tsurezure Children (Anúncio de Anime)
Abrindo o bottom da edição, Vector Ball foi ranqueado no décimo quinto lugar. O mangá, do mesmo autor de Zatch Bell!, foi uma das grandes apostas de lançamento para o ano editorial de 2016, assim como Fumetsu no Anata e. A recepção inicial foi positiva (e até agora está sendo mantida) mas nas vendas de volumes os resultados não foram fenomenais. Porém foram bons o bastante para melhorarem no lançamento de cada novo volume. Pode-se dizer que o mangá pode não ser um dos mais rentáveis da revista por enquanto, mas ainda assim foi aposta que está dando certo.
No décimo sexto lugar está Real Account, que segue sem aparecer no Top 10 e ainda aparece no bottom nessa TOC. O mangá já não aparece no Top 10 ou ganha página colorida há 10 edições e aparece cada vez mais em posições baixas. É curioso, pois a obra vende melhor que Acma:Game e Hoshino、Me o Tsubutte (que aparecem em posições altas eventualmente). Real Account era publicado na Bessatsu Shonen Magazine, mas foi transferido para a Weekly Shonen Magazine, onde passou alcançar um nível razoável de vendas, nível esse que continua sendo mantido e garante a estabilidade de Real Account. Pode-se dizer que transferir o mangá foi uma boa aposta do grupo editorial da Kodansha.
Após ter ficado ausente na edição passada, Kindaichi Shounen no Jikenbo R retorna nessa edição, aparecendo em antepenúltimo lugar na ordem de leitura. O mangá é uma das continuações da franquia de Kindaichi Shounen no Jikenbo, iniciada em 1992. Mesmo após décadas a franquia ainda é popular e consegue vender pelo menos 150 mil cópias dos volumes da fase atual, que aliás recebeu duas temporadas de anime que tiveram um bom nível de audiência (não está descartada – pelo menos não fortemente – uma terceira temporada mais pra frente).
Na décima oitava colocação está Area no Kishi, que mais uma vez dá as caras no bottom. É a terceira vez seguida que o mangá aparece entre os cinco últimos mangás da ordem de leitura. A verdade é que olhando o lado meio vazio o mangá está no limbo do esquecimento por parte dos editores e não deve receber muito destaque mais pra frente. Mas olhando pelo lado meio cheio os volumes recentes do mangá ainda mantém uma média de vendas superar a 100 mil cópias por volume (é quase o mesmo que o novato Enen no Shouboutai). Em 2012, Area no Kishi recebeu um anime… mas digamos que se a ideia era apostar que o veterano mangá de futebol teria um bom aumento nas vendas dos volumes e que o anime faria sucesso… bom, essa aposta não deu certo. Mas pelo menos o mangá ainda está em uma situação tranquila, passados cinco anos após o anime.
No décimo nono lugar, fechando a revista na última posição da ordem de leitura, aparece Fumetsu no Anata e… pela segunda vez em pouco tempo (Fumetsu já havia ficado em última na edição #09). O primeiro volume do mangá não está apresentando vendas de volumes muito altas por enquanto, mas consegue apresentar um nível considerado bom. Pode-se dizer que Fumetsu pode se mostrar uma aposta certeira mais pra frente, caso as vendas de volumes aumentem com o passar do tempo. Não vejo o novo mangá da autora de Koe no Katachi correndo riscos de cancelamento justamente em função desse nível estável de vendas e pela boa recepção que o mangá tem. Pode-se dizer que Fumetsu foi no fim das contas uma aposta que pode dar certo.
SITUAÇÕES DOS MANGÁS
– Pilares: Daiya no Ace – Act II, Fairy Tail, Nanatsu no Taizai
– Muito Seguros: Ahiru no Sora, Baby Steps, Hajime no Ippo, Kindaichi Shounen no Jikenbo R
– Seguros e Estáveis: Acma:Game, Area no Kishi, DAYS, Domestic na Kanojo, Fumetsu no Anata e, Enen no Shouboutai, Fuuka, Real Account, Seitokai Yakuindomo, Tsurezure Children, Vector Ball, Yamada-kun to 7-nin no Majo (*)
– Aparentemente Seguro: Hoshino、Me o Tsubutte, Senryuu Shoujo
– Em Busca de Estabilização: 8-gatsu Outlaw, Rankers High – Em Risco de Cancelamento: 6cm no Kizuna
Bem, pessoal, assim termina a análise da edição #11 da Weekly Shonen Magazine.