Análise: TOC Weekly Shonen Jump #11 (Ano 2017).

Sesuji wo Pin! to nessa edição, apresentou a sua última e definitiva apresentação: e como uma rainha amada pelo seus seguidores, a série saí da revista, de cabeça em pé, sabendo que por mais que não tenha alcançado vendas enormes e nem ter ganhado uma versão em anime, entregou uma história completa, deixando poucos pontos em aberto. deste modo, concluindo competentemente a sua simpática história. Em clima de “adeus”, vamos analisar mais uma TOC da maior revista de mangás do mundo!

Como já é tradição começamos pelos mangás não ranqueados, tivemos a estréia de U19, que pelo que tudo indica, será um dos três mangás B-Shounen da leva (Se colocarmos o mangá do autor de Beelzebub, como um B-Shounen voltado para a comédia). E de longe, parece ser o mangá que os japoneses tem a menor expectativa; por dois motivos bem simples:  o primeiro é que o autor não é muito desconhecido; o segundo motivo é pelo fato, de por mais ter uma sinopse interessante, levando em consideração que o mangá é um B-Shounen (pelo que tudo indica), não consegue despertar tanto interesse. Devemos ver como irá a série, já vimos muitos mangás que ninguém acreditava, surpreendendo e sobrevivendo, por exemplo: Samon-Kun wa Summoner, Black Clover e de certo modo, até mesmo Boku no Hero Academia. 

Também tivemos nessa edição várias páginas coloridas, destaque para duas séries veteranas: Haikyuu!! e Hinomaru Zumou, que são dois mangás que parecem estar muito seguros. No caso de Hinomaru Zumou, eu tenho quase certeza que veremos a obra sendo encerrada natural na próxima leva, que na minha opinião, deve estrear cerca de dois ou três mangás (dependendo se salvarão ou não, Spring Weapon Number 01, e se cancelarão algum desses novatos precocemente. Sobre a página colorida para Boku-tachi wa Benkyou, todas as séries recebem tal “presente” no segundo capítulo, por isso não é nada de novo para nós. De qualquer modo, vou deixar para semana que vem o comentário sobre a recepção do mangá, assim poderei dizer para vocês o que acharam dos dois primeiros capítulos da série, como fiz com Demon’s Plan e Ole Golazo.

Em primeiro lugar na TOC tivemos Black Clover, que deve ganhar nesse ano mais primeiras colocações nas próximas semanas. O seu anime está se aproximando, e acredito que todos estão ansiosos para saber como será a recepção do público: Os editores devem estar ansiosos para ver quanto o anime poderá ajudar a aumentar as vendas da Shonen Jump e da série, atraindo assim um novo público, o autor deve estar ansioso para saber a opinião do público geral sobre sua série e também para ver os pontos já citado na parte dos editores, o estúdio está ansioso para saber se conseguirá lucrar com o anime, os leitores estão ansiosos para saber se o anime terá uma boa qualidade, e os seguidores da Shonen Jump, como nós, estamos ansiosos para saber se a série se tornará um sucesso e  conseguirá, assim, se fixar como o quarto pilar da revista (ninguém nunca disse que devemos ter obrigatoriamente três pilares – se quatro séries conseguem ser importante igualmente a revista, teremos na revista, deste modo, quatro pilares). 

Em segundo lugar tivemos ONE PIECE que continua “soberano” na revista. Em terceiro lugar tivemos Yakusoku no Neverland, que vendeu 40 mil unidades em somente 3 dias. O resultado é muito bom, e a série deve conseguir alcançar em no máximo 1 mês, a marca de 100 mil cópias (acredito que alcance em sua terceira semana de vendas). Deste modo, já podemos considerar que o mangá não será, de nenhum modo, o substituto de Sesuji wo Pin! to no quarteto não-fantástico, já que a série vende o dobro das séries presentes nesse grupo. Se a série continuar aumentando suas vendas deve conseguir vender mais que Platinum End (que é lançado na Jump SQ, que inclusive postei algumas fotos hoje no Instagram, e postarei mais na próxima semana. Também postei no meu Instagram, dois vídeos mostrando o segundo volume japonês de Yakusoku no Neverland, que chegou nessa quinta-feira na minha casa), antes mesmo de alcançar o seu sexto volume. Repito o que sempre digo, o futuro de Yakusoku no Neverland, parece muito promissor. 

Em quarto lugar tivemos Shokugeki no Souma, que retornou a ser bem classificado pelos editores, mas não podemos dizer que voltou a sua antiga forma, pois suas vendas continuam caindo, e provavelmente daqui a algumas semanas os editores retornarão a classificar a série em colocações intermediárias ou baixas, como fizeram nas últimas três vezes que voltaram a classificar a série em boas colocações. Em quinto lugar tivemos Boku no Hero Academia, que lançou na semana passada o seu décimo segundo volume, que vendeu um pouco menos que o décimo primeiro, porém, ao mesmo tempo, vários dos seus volumes antigos voltaram a vender (não o suficiente para reaparecer no Ranking Oricon, mas uma quantidade boa o suficiente merecer ser citado). Como muitas séries venderam abaixo do esperado, exista uma possibilidade de ter sido problemas externos nas vendas a ter diminuído o número de cópias vendidas nessa semana. Deste modo, podemos considerar que as vendas da série chegaram à um momento que estão se estabilizando – A segunda temporada, que estreia em abril, deve ajudar ainda mais a série a se estabilizar na marca de 450 mil cópias por volume.

Em sexto lugar tivemos Kimetsu no Yaiba, que conseguiu alcançar a marca de 70 mil cópias vendidas no seu quarto volume. O resultado alcançado pela série é muito animador, mesmo que dificilmente o veremos se tornar um sucesso de vendas antes de ganhar uma adaptação em anime (o seu aumento é muito lento para que isso aconteça), ao menos, esse lento aumento, vai ajudar os editores a convencerem algum estúdio que vale a pena produzir um anime da série (com o discurso que sua popularidade continua aumentando exponencialmente) e mesmo que seja bem complicado convencer um estúdio famoso, não podemos duvidar da capacidade dos editores da maior revista de mangás do mundo. Lembrando que a Shueisha, ou melhor, a linha Shonen Jump, pode até bancar parte do anime, mas dificilmente conseguirá bancar toda uma produção, aliás, mesmo se pudessem (já que tem condição financeira disso), nunca fariam de uma série como Kimetsu no Yaiba, que mesmo tendo um bom potencial, terá que contar com múltiplos fatores para conseguir ter um anime de sucesso. É justamente por isso que os editores terão que trabalhar MUITO para conseguir convencer algum estúdio. Será interessante acompanhar o ano de 2017 da série, pois será importantíssimo para vermos se o mangá conseguirá ter um futuro ou não. Em sétimo lugar tivemos Yuragi-Sou no Yuuna-San, que ainda está esperando ansiosamente a sua segunda capa.

Em oitavo lugar tivemos Sesuji wo Pin! to, que depois de 86 capítulos chegou ao seu fim, para a nossa tristeza. Fiz um comentário na página do Analyse it no Facebook sobre a série, na verdade, não ter sido cancelada, como muitos declaram (eu tinha dito na semana passada que em minha opinião, os editores decidiram terminar a série precocemente, e não foi cancelado realmente, o que de certo modo é verdade), então vou postar aqui o que comentei: “Decidi dar uma rápida lida na série, após o anúncio do seu encerramento (eu tinha paralisado a sua leitura no capítulo 32, se não me engano. Desde lá só acompanhei as Raws), e vendo os comentários de alguns japoneses e de algumas pessoas que ainda estavam lendo a série, cheguei uma conclusão que confirmei ao ler os seus 81 capítulos traduzidos: a série, que teve ao todo 5 capítulos de epílogo, não foi EXATAMENTE cancelada pelos editores. Isso mesmo, quase todas as pontas da série foram fechadas, e o desenvolvimento dos personagens foram todos concluídos, principalmente o desenvolvimento das duplas secundárias, que ganharam um bom destaque nesse último arco.

A série tinha condições de continuar? Sim, pois se levarmos em consideração time-skip dos últimos capítulos, e o encerramento do campeonato nacional na edição #79, poderia ter todo um desenvolvimento da série pós torneio, mas é claro, levando em consideração o que eu li (tu podem ler até o capítulo 81 em inglês, e ver os cinco últimos capítulos através de uma Raw), a série depois de um importantíssimo capítulo 62, começou a caminhar para o seu fim. Pode ser tido uma decisão entre os editores e o mangaká o encerramento da série? Sim, as baixas vendas da série pode ter estimulado essa decisão, mas de qualquer modo os editores deram tempo o suficiente, mais de 6 meses, para o autor concluir todos os pontas abertas da série. Inclusive os últimos cinco capítulos foram todos focados no epílogo da série. Deste modo, não podemos considerar o fim de Sesuji wo Pin! to como um cancelamento – Talvez uma decisão mútua de encerrar a série em “X” período, como por exemplo aconteceu com Toriko, Reborn e várias outras séries, mas com certeza, a série acabar no capítulo 86, foi decidido muito meses antes, provavelmente (como uma pessoa comentou no MangaHelpers), quando a série estava no capítulo 40.”

Talvez o autor planejava fazer a série durar muito mais tempo, ou tinha mesmo previsão de encerra-la nesse período, nunca saberemos, mas a verdade é que Yokota Takuma sempre foi um autor que se propôs a lançar séries de curta duração, e Sesuji wo Pin! to não fugiu dessa regra. Ainda acredito que poderemos vê-lo retornando para a revista, com mais uma série focada no dia a dia dos seus personagens. Sesuji wo Pin! to pode não ter se tornado um grande sucesso de vendas, mas conseguiu entregando nesse quase dois anos de publicação, uma história que agradou os leitores da revista, e principalmente, agregou muito a revista, entregando-a um estilo de mangás que poderia atrair novos leitores, já que não tínhamos série “Slice of Life” na revista – Sesuji wo Pin!to, com o seu conteúdo diversificado, aproveitou o seu tempo na revista, como uma verdadeira “Dancing Queen”. Espero realmente que o autor decida retornar a revista cedo ou tarde, ou pelo menos, lançar mais uma série dentro da linha editorial da Shueisha, quem sabe na Ultra Jump ou Jump SQ, que pode ser duas revistas que combinem muito bem o seu estilo de narrativa.

Em nono lugar tivemos Samon-Kun wa Summoner, que atualmente é o mangá “estável” (todos os mangás que sobrevivem por mais de 8 meses, podemos entram nessa categoria, com raras exceções. Grandes sucessos imediatos, como Yakusoku no Neverland, também entram) que corre maior risco de acabar sendo cancelado nos próximos meses. O encerramento natural de Sesuji wo Pin! to, de nenhum modo, deixou a situação da série mais confortável. Em minha opinião, os riscos de Samon-Kun wa Summoner continuaram iguais; enquanto os editores não acharem séries que vendam melhor, o mangá tem grandes chances de conseguir ir sobrevivendo (eu diria, 80%), contudo, caso as novas séries foram conseguindo vender acima de 50 mil cópias, as chances de Samon-Kun wa Summoner irá diminuir drasticamente. O que poderia salvar o mangá seria justamente a sua popularidade interna, como acontece com Isobe Isobee Monogatari, contudo está óbvio que a série é um misto entre comédia tradicional e atual, o que aumenta a importância das vendas em sua sobrevivência; e segundo, mas não menos importante, a sua popularidade interna, mesmo que parece ter se estabilizado, é menor de quando os editores decidiram salva-lo do cancelamento. 

Em décimo lugar tivemos Gintama que essa semana foi mal classificado, mas sinceramente, não está correndo nenhum risco de cancelamento. Então, pode ser que a série seja encerrada na próxima leva, o que seria um grandíssimo golpe para a revista, mas acredito que com o pedido dos editores, a obra será estendida mais um pouco, chegando ao segundo semestre desse ano (aposto no seu encerramento entre Julho e Setembro, período no qual veremos também algumas dessas seis novas séries sendo canceladas). Os editores, nesse período complicado, precisam da presença de Gintama. Logo após, na décima primeira colocação tivemos PSI Kusuo Saiki, que ultimamente vem sendo classificado em posições baixas, voltando ao status que tinha no ano de 2015 e 2014, contudo, a série está passando longe de correr risco de ser cancelada. O mangá segue um estilo de comédia mais tradicional, com arte simplificada e com piadas voltadas a trocadilhos falados e regionais, por isso suas vendas (média de 140 ou 150 mil cópias por volume) são consideradas monstruosas. Além disso, o mangá tem uma grandíssima popularidade interna, que é o mais importante para uma obra deste gênero (vide Isobe Isobee Monogatari que é o mangá “estável” que menos vende da revista).

Em décimo segundo lugar tivemos Ibitsu no Amalgam que deve ser a obra que será cancelada na próxima semana; os editores devem seguir a seguinte ordem: Ibitsu no Amalgam, Demon’s Plan e Ole Golazo. E mesmo a série vendendo mais que Spring Weapon Number One (Ibitsu vendeu 7.700 mil cópias nos três primeiros dias, e Spring cerca de 4.100 mil), muito dificilmente os editores a salvarão, pois, primeiramente as suas vendas são baixíssimas mesmo assim, e segundo, mas o mais importante, os editores provavelmente escolheram já as séries que serão canceladas, por isso, o autor nessa altura do campeonato, já deve ter entregado os capítulos finais da série, não tendo mais tempo o suficiente para mudar o roteiro. Nas duas últimas colocações tivemos Ole Golazo e Demon’s Plan, enquanto a primeira obra tem chances bem pequenas de acabar sendo salva (bem pequena MESMO), a segunda, Demon’s Plan é um cancelamento garantido. Os editores devem encerrar a obra na edição #13, deste modo, sendo um cancelamento precoce. Quem imaginaria que a leva dessas duas séries acabaria indo tão mal.

Deixei o décimo terceiro colocado, por isso antepenúltimo, para comentar por último, por um motivo simples: a sua situação é bem única. Spring Weapon Number One vendeu MUITO mal no seu primeiro, mas parece que os editores acreditavam em uma boas vendas, por simples dois motivos: o primeiro é que a série ganhou página colorida, o segundo é que a série recebeu o segundo maior destaque na Jump Paradise Vol.164, por isso o Background da edição. Para quem não sabe, a  Jump Paradise, é um panfleto que se encontra no interno de todos os mangás da linha JUMP, e esse panfleto revela os lançamentos do mês. O vol.164 que consegui ter uma comédia, pois comprei o volume 02 de Yakusoku no Neverland, teve como capa, logicamente, ONE PIECE (a capa é a mesma da edição #01 da Shonen Jump), e na parte anterior do panfleto, os editores deram destaque ENORME para o primeiro volume de Spring Weapon Number One, o que significa que realmente esperavam que o volume vendesse bem (os editores só dão tal destaque para uma série novata, caso esperem mesmo que vá bem em vendas). Podiam colocar o segundo volume de Yakusoku no Neverland, o novo volume de Boku no Hero Academia ou Platinum End, mas não, escolheram justamente Spring Weapon Number One. Logicamente esse é um detalhe muito pequeno, que não define muita coisa, mas é um sinal da pretensão dos editores com a série. 

Então, essas vendas pequenas significa que a série será cancelada? Olha, pode significar sim. Os editores com certeza não planejavam cancelar a série, mas ainda temos cinco edições a frente, deste modo, o grupo editorial pode decidir fazer o mesmo que fizeram com Red Sprite: cancelar a série e deixar a vaga em aberto – ou simplesmente cancelar a obra, e não decidir ocupar a vaga deixada em aberto por Hunter x Hunter, que seria uma decisão muito simples (eu tenho quase certeza que World Trigger retorna na edição #15, hehe, por isso digo só Hunter x Hunter). Minhas análises e experiência na revista me leva crer que os editores, na reunião para decidir quais mangás seriam cancelados, planejaram cancelar: Ibitsu no Amalgam, Demon’s Plan, e Ole Golazo. Além de encerrar naturalmente Sesuji wo Pin! to, ocupar a vaga de Red Sprite e Hunter x Hunter, que está em hiatos, mas cancelar Spring Weapon Number One, e manter a vaga de Hunter x Hunter não seria uma decisão complicada, e para o autor, mesmo que deva ser muito frustrante chegar tão perto da salvação, ele conseguiria encerrar a série sem problemas por dois motivos: provavelmente os editores devem ter os capítulos das próximas duas ou três edições, por isso, o autor ainda teria duas edições para encerrar a série, que como é uma comédia, pode ser encerrada facilmente em duas edições. Veremos o que os editores decidirão após a terrível vendas da série – No Stories do meu Instagram postei as fotos da Jump Paradise.

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