Em vigésimo lugar tivemos uma das séries mais amadas da atualidade, JoJo – A série a alguns anos atrás deu um grande salto de popularidade, e desde lá continua sendo um dos mangás mais vendidos, mostrando que mesmo a oitava parte sendo uma das mais diferente, conseguiu manter o público interessado. Aqui no Analyse it, a oitava parte do mangá sempre compareceu nos meus TOP 30, pois, ano após ano, a série continua sendo ótima. Esse ano devo assumir que foi um pouco mais fraco que o ano anterior, mas continuou entregando capítulos de altíssima qualidade. Esse ano tivemos capítulos bem diferenciados, tivemos alguns capítulos voltados mais para o drama, como é o caso do 58, outros mais voltados para o mistério, outros voltados mais para uma ação frenética, e alguns, como os dois capítulos focados no dinheiro do “Milagre-man”, que conseguiram dar um bom tom de comédia misturado com um pouco drama.
O capítulo 52 da série, focada mais na ação, e o capítulo 58 que teve um foco bem maior no drama, foram um dos dois melhores de todo essa oitava parte, mas isso só foi posível justamente por causa desse elemento, que podemos considerar o ponto mais forte dessa série no ano de 2016; a entrega de capítulos totalmente diversificados, que conseguiram avançar com a história, no mesmo tempo que desenvolveram acontecimentos pequenos, como fossem pequenas “side-quest”. É incrível perceber como uma série de 29 anos continua conseguindo se inovar e trazer capítulos interessantes. Essa oitava parte é uma grandíssima prova da capacidade do autor em desenvolver uma série, e por mais que no inicío achamos estranhos a ambientação da série, já que , pouco a pouco, aprendemos a gostar dessa parte.
Pela primeira vez no meu TOP 30, temos uma série veterana que sempre “esqueci” de colocar entre os melhores, mas constantemente entregou capítulos de altíssima qualidade; estou falando da infernal e diabolica, Dorohedoro. O mangá conta a história de um garoto que teve a sua memória apaga e seu corpo modificado por uma magia desconhecida. Por causa disso, ele juntamente com sua companheira vai atrás do homem que realizou essa magia, para conseguir reveter a sua forma desprezível, mas principalmente recuperar as suas memórias, pois não saber realmente quem é, o incomoda e transtorna absurdamente. Logicamente, já se passaram muitos anos do início da série, e a história atualmente está bem diferente, mas para quem não conhece, essa é a sinopse dos primeiros capítulos da série.
Sobre o motivo nesse ano a série finalmente aparecer entre as melhores, é bem simples: tivemos um ano espetacular. O mangá sempre entregou uma arte que podemos considerar em alguns momentos bem “nojenta”, por causa das criaturas monstruosas que o autor criava, mas esse ano ele conseguiu se superar, a cena do corpo cheio de cabeças foi muito “creep”. Mas esquecendo a parte visual, que sempre foi bem bizarra, tivemos nesse ano mais revelações sobre “Hole”, que é um dos maiores personagens da série, também tivemos mais informações sobre os usuários de magia, sobre os experimentos de “Ai”, todos os personagens importantes se reuniram, e muitas outras coisas, Claramente a série está se encerrando, e é justamente por isso que a série nesse ano teve esse grande salto de qualidade, o autor está conseguindo entregar um encerramento de tirar o folego. Se nos anos anteriores, eu esqueci do mangá por não ter sido tão memorável (mesmo que em 2015, a série também entregou ótimos capítulos, sendo um erro da minha parte a sua ausência), esse ano, seria um sacrilégio não ter-lo entre os melhores.
O motivo pelo qual coloquei a série na décima oitava colocação foi bem simples; enquanto Gintama só começou a apresentar capítulos fantástico nas últimas semanas do ano de 2016, com o inicio definitivo do arco da alma de prata, que deve ser um dos mais épicos da história da série. Para mim é um ponto fraco não entregar tantos capítulos fantásticos, pois a maioria das séries avante (por isso, abaixo do décimo nono) foram espetaculares quase todo o ano. Na verdade, a série não entregou quase nenhum capítulo ruim ao longo do ano, porém, entregou muitos capítulos que eram facilmente esquecíveis, em comparação aos anos anteriores, esse ano Gintama teve muito menos capítulos memoráveis. Deste modo, eu decidi classifica-lo nessa colocação, que na minha humildade opinião, representa muito bem o rendimento da série – que olha, continuou sendo um dos vinte melhores do ano -.
Um outro mangá que conseguiu entregar capítulos eletrizantes esse ano, é o nosso querido; Nanatsu no Taizai – Sinceramente, não pensem que sua queda de posição representou uma queda de qualidade, a série melhorou em comparação ao ano passado, somente que esse ano tiveram muitos outros mangás que melhoraram ainda mais, por isso, ficaram a frente da série. Logicamente a série sofreu um pouco com a constância, com alguns capítulos que não empolgavam, principalmente no início do arco, mas somando tudo que aconteceu na série no ano de 2016, podemos dizer que Nanatsu no Taizai entregou um ano ótimo para aqueles que acompanham semanalmente a série.
A saga dos 10 mandamentos (estou ainda falando de Nanatsu no Taizai, e não daquele filme da Record, no qual lotou o cinema com pessoas invisíveis), foi simplesmente eletrizante, mesmo pessoalmente não me agradando muito, devo assumir que conseguiu animar grande parte dos leitores da série, pois, a saga não só entregou lutas monumentais, mas também trouxe a luz a resposta de vários mistérios que circulavam pela série; entre eles o passado de Melodias, protagonista da série, que inclusive tem uma pequena modificação na sua personalidade, por causa de um acontecimento chocante no arco do festival. Também tivemos nesse ano invasões territórias, mudanças na situação política dos territórios da série, aparição de novos vilões, que conseguem enfrentar os “heróis” da história de igual para igual. A verdade é que em 2016, Nanatsu no Taizai entregou uma história cheia de reviravoltas, lutas fenomenais, personagens novos interessantes, acontecimento importantes, e revelações sobre “o passado” que clareia bem mais a história de vários personagens. A série só não conseguiu colocações mais altas, pois as séries avante, foram monstruosamente boas.
Todo ano tem alguns novatos que conseguem ser destacar tanto, que aparecem entre as vinte melhores séries do ano, e um dos maiores destaque desse ano foi justamente Yakusoku no Neverland, a nova série de mistério da Shonen Jump. Imediatamente quando foi anunciada, um grupo enorme de pessoas ficaram ansiosas para saber como seria a obra – o nome do ilustrador com a prévia apresentada, fizeram que muitas pessoas realmente ansiarem pela série, e devo assumir, a série conseguiu superar a expectativa da maioria dos leitores. Tanto o primeiro capítulo que entregou uma fantástica surpresa, quanto os capítulos seguintes, que também conseguiram manter a história muito interessante, sem ter buscado decisões banais e clichês. O roteirista, entregou capítulo após capítulo, situações realistas (na medida do possível, pois a série, querendo ou não, tem muitos elementos irreais), e também entregou problemas e soluções que foram apresentados com dilemas inteligentes, que estimulam o leitor a pensar também.
Outros pontos positivos da série é o desenvolvimento de personagens e resoluções dos mistérios; o modo em que apresentam os novos personagens, desenvolvem os já presentes, mas dando mais destaque, fazendo-os sair de personagens secundários para se tornarem personagens principais, é simplesmente muito bem realizado. O mistérios que circundam a série, principalmente sobre “o mundo a fora”, também é muito bem desenvolvido, fazendo o público ficar curioso para saber a verdade sobre tal mistério, e também fazendo-o teorizar, se baseando nas pequenas trilhas que os dois autores vão colocando ao longo dos capítulos da série. O mangá só não pegou posição mais altas, pois, a história avançou pouco desde a sua criação – mais por causa da sua pouca quantidade de capítulos, do que por “lerdeza” dos dois autores, por isso acredito que no ano de 2017, veremos Yakusoku no Neverland em uma colocação bem melhor.
Outro mangá não-novato que aparece pela primeira vez no TOP 30, e já pega uma ótima colocação, a décima sexta, é uma obra que eu só coloquei em dia no ano de 2015, e sinceramente eu não tinha gostado tanto assim do conteúdo, mas esse ano eu decidi reler os últimos 70 capítulos da série, pois eu tinha esquecido de alguns acontecimentos, e estava me sentindo perdido lendo os capítulos lançados somente esse ano, e percebi acabei gostando bem mais da série nesse releitura. Quando listei os acontecimentos da série, também acabei percebendo quantos positivos o mangá teve, e principalmente, como o autor foi corajoso nesse ano, apresentados arcos mais voltado ao comércio, mas ao mesmo tempo não esquecendo os combates interessantes.
Esse para mim é o ponto positivo da série, o protagonista, Thorfinn, está cada vez mais se tornando um homem inteligente, pronto para guiar uma nação, ao invés de ser um viking bárbaro que mata todos que aparecem em seu caminho, e por mais que muitas pessoas não estejam gostando desse desenvolvimento, eu sinceramente, mesmo gostando das batalhas épicas que a série entrega, devo dizer que esse arco mais “cabeça”, está muito interessante, pois justamente está conseguindo desenvolver bem mais o lado histórico social das sociedades vikings. além de que esses últimos capítulos o autor conseguiu desenvolver bem atmosfera para a próxima guerra, que acontecerá em breve. Para quem ainda não leu nada da série, recomendo começar a ler imediatamente, principalmente para aqueles que gostam de mangás históricos, que mesmo não sendo totalmente realista, consegue ser fiel a vários aspectos reais.
Pela primeira vez em 4 anos de “Melhores Mangás do Ano”, eu coloquei ONE PIECE fora do TOP 5, e acredito, para mim isso foi muito doloroso, mais que Gintama. A posição inicial que imaginei para a série foi a sexta colocação, mas aos poucos que fui listando as vantagens de cada série, percebi que One Piece, comparado aos demais mangás, não merecia estar entre os dez primeiros colocados. Talvez estamos vendo um dos piores arcos da série, que não consegue empolgar de nenhum modo muitos dos leitores. Os personagens novos apresentados não conseguem cativar, os mistérios sobre a região também não surpreende – o que é uma pena, pois esse é o primeiro arco no qual temos um grandíssimo foco nos quatro imperadores atuais (não podemos considerar Barba Branca mais como imperador atual, pois todo mundo sabe o que aconteceu com ele em Marineford).
Foi criado um grandíssimo “hype” sobre a Big Mom, e quando finalmente estamos tendo um arco que tem um grandíssimo foco nela e na legião que ela lidera, Oda nos entrega capítulos que não são nem um pouco emocionantes. As batalhas de Brook não convencem, o drama de Chopper com a coelinhas da Playboy não diverte, a ilha não consegue ser tão interessante, e os personagens secundários, bem, temos quase nenhum que se tornará realmente memorável. O que fez ONE PIECE ficar na décima quinta colocação são alguns os pontos positivos: o primeiro é Nami que está conseguindo ser a personagem mais engraçada e dinâmica desse arco, Sanji que mesmo tendo “irmãos” antipáticos, consegue prender a atenção do público, alguns mistérios que foram finalmente respondidos, como no caso de como chegar ao ONE PIECE, mais informações sobre a ilha dos samurais e entre outros pontos que fizeram desse saga, ao menos um pouco produtiva. One Piece pode estar passando por um dos seus piores arcos, mas acredito que assim que esse arco terminar, e entramos naquele que muitos anseiam, a série voltará a ter a qualidade que conhecemos.
Conseguir ser fofo e simples como Yotsuba to! é para pouquíssimas séries. Para quem não conhece esse mangá, mas é amante de obras do gênero “Slice of Life”, Yotsuba to! conta a história de um pai que se mudam para uma nova vizinhança, só tem um pequeno problema: a sua filha, Yotsuba, é uma garota energética, brincalhona, criativa e curiosa, só que a sua personalidade acaba fazendo que as pessoas da vizinhança a considere “estranha”, assim a excluindo um pouco, contudo, com sua bondade e senso de aventura, pouco a pouco, Yotsuba vai conquistando o coração dos seus vizinhos, e também do leitor do mangá. A série não tem nenhum momento de ação ou mesmo grandíssimo dramas, é somente um mangá muito leve, mas ao mesmo tempo, belíssimo de se ler.
Esse ano, a série manteve a qualidade dos anos anteriores, e também manteve o seu estilo, por isso, não teve nenhuma grande mudança, mas isso não fez a qualidade da série piorar, pois dos cinco capítulos lançados esse ano (incluindo um novo volume, para a alegria da nação japonesa), todos eles conseguiram ser espetaculares. O capítulo #93, por exemplo, te traz uma alegria interna gigantesca. Talvez seja esse o belo de Yotsuba to!, no meio de tantos mangás sérios com acontecimento trágicos, aparece uma série que simplesmente consegue mostrar um dos lados mais bonitos do mundo, e mesmo tendo capítulos mais tristes, Yotsubato to!, consegue no final das contas, te fazer sorrir de felicidade, pois não tem nada mais puro e bonita que a inocência de uma criança.
Em décimo segundo terceiro tivemos uma série de um dos meus autores preferidos, Hiroya Oku – Após o encerramento de Gantz, um dos melhores mangás que li em toda a minha vida, Oku imediatamente partiu para uma nova empreitada; Inu Yashiki. Inicialmente parecia ser um mangá de um outro autor, mesmo o traço sendo claramente de Oku – um protagonista velho com rugas? Cadê o garoto de cabelos lungos, e a garota com peitões para protagonizar a série? Pouco a pouco vemos todos os elementos do autor retornando, e sendo colocados na série. Começando pelos elementos robóticos (com uma aparência bem parecida com a de Gantz), à apresentação de vários outros personagens que relembram outras personalidades de mangás anteriores do autor – e acredite, esses elementos recorrentes não incomodam, muito pelo contrário, agradam bastante, pois com algumas alterações, o autor sempre consegue inovar, mesmo se auto-copiando. Isso porque, Inu Yashiki trás personalidades parecidas com as que vimos em mangás anteriores, mas a desenvolve de modo diferenciado, assim trazendo uma visão completamente diferente sobre as pessoas e o mundo que nos circundam.
Porém, não são esses elementos repetitivos que fazem de Inu Yashiki uma série com a cara de “Hiroya Oku”, mas sim a fantástica crítica social que a série faz. Sabemos muito bem que Hiroya Oku é um dos autores mais “nihilista” do Japão – e Inu Yashiki mantém essa visão de mundo no qual o autor acredite. Ao mesmo tempo que vemos como a vida humana é vazia e sem significado, vemos também como o ser humano, da pior maneira possível, consegue machucar as pessoas e transformar a vida de algumas pessoas em um verdadeiro inferno. Temos o protagonista que é um velho que é maltratado pela sua própria família, o garoto bonitão que reserva um ódio gigantesco perante aos outros, vilões que estupram e matam sem nenhum remorso, pessoas na internet que se fazem de “machões agressivos”, e por aí vai. Em 2016 Inu Yashiki continuou a desenvolver os personagens, e ainda por cima conseguiu entregar vários capítulos emocionantes, como os últimos capítulos desse ano que teve um combate espetacular seguido por cenas dramáticas fantásticas, protagonizada pelo nosso querido super-idoso. A série não só apresentou o lado ruim da humanidade, mas também apresentou o lado positivo, como o amor de um pai em relação a sua filha.
São poucas as séries que conseguem entregar um encerramento ótimo, e devo assumir, que Ansatsu Kyoushitsu conseguiu entregar um FANTÁSTICO, e mesmo tendo pouquíssimos capítulos nesse ano, na minha sincera opinião, mereceu estar a frente de várias outras séries que entregaram capítulos bons por quase todo o ano. O segundo pilar da Shonen Jump, iniciou agradando imediatamente o público japonês, já o público ocidental, inicialmente muitas pessoas odiaram o mangá, por vários motivos diversificados, contudo, pouco a pouco a série foi conseguindo conquistar o coração das pessoas, e após dois anos de vida, o número de pessoas que realmente odiavam o mangá diminuiu consideravelmente – Talvez o “hate” foi todo transferido para o pobrezinho Hinomaru Zumou -. Os dois anos consecutivos foram tranquilos para a série, as suas vendas continuaram estáveis e sua popularidade dentro da revista também. E mesmo com alguns pequenos arcos desinteressantes, a grande maioria dos capítulos entregavam o que o público esperava – uma boa comédia com uma boa dose de ação.
Os capítulos lançados esse ano em grande parte foram bem emocionantes; tivemos tantos vários pontos que fizeram a série ser catapultada nos meus critérios; o primeiro é o encerramento eletrizante do combate “final”, a decisão sobre Kuro-Sensei ser morto pelos seus alunos ou não, e também o pós dessa decisão que sinceramente, conseguiu ser muito, mas muito emocionante. Ansatsu Kyoushitsu estreou como uma série que tinha como objetivo mostrar como a sociedade japonesa tratava mal aqueles alunos que não correspondiam a norma, e como esses alunos, podem conseguir melhorar e serem “alguém” na vida, caso tenham um verdadeiro apoio dos professores, e não sejam simplesmente ignorados ou excluídos. O encerramento mostrou realmente o que o autor pensava, e na minha opinião, não deveu em nada, foi verdadeiramente perfeito.