TOC Weekly Shonen Jump #42
KochiKame – Kochira Katsushika-ku Kameari Kouen-mae Hashutsujo (Capa, Página Colorida de Abertura, FIM)
KochiKame (Capítulo 1 – Totalmente Colorido)
01 – One Piece
02 – Black Clover
03 – Boku no Hero Academia
04 – Hinomaru Zumou
05 – Haikyuu!!
06 – Yuragi-Sou no Yuuna-San
Red Sprite (Capítulo 04)
07 – Saiki Kusuo no Psi-nan
08 – World Trigger
Tokubetsu Kokka Koumuin Kaizousha Taisaku-ka Tanaka Seiji (Página Colorida, Golden Future Cup Entry #3)
09 – Shokugeki no Souma
Love Rush! (Capítulo 05)
10 – Gintama
Yakusoku Neverland (Capítulo 07)
11 – Kimetsu no Yaiba
12 – Samon-Kun wa Summoner
13 – Sesuji wo Pin! to
14 – Toriko
15 – Takuan to Batsu no Nichijou Enma-Chan
Isobe Isobee Monogatari
Prévia da Edição #43:
Capa e Página Colorida de Abertura: Gintama (Anúncio Importante)
Página Colorida: PSI Kusuo Saiki, Yuragi-Sou no Yuuna-San, Taketoritsuki Monogatari (Golden Future Cup Entry #4)
Não podemos dizer o mesmo para Hinomaru Zumou que deve ter uma média de 50 mil cópias por volume. Algumas pessoas podem argumentar que KochiKame recebeu o seu anime após vinte anos do seu lançamento, porém, como vimos no parágrafo acima, a série de comédia de Osamu Akimoto vendia muito, mas muito mais do que Hinomaru Zumou vende atual – KochiKame tinha vendas e popularidade para ser um dos pilares da revista da Shounen Jump, por isso, o lançamento do seu anime era uma certeza absoluta de sucesso. Diferente da série de sumô que vende muito pouco e tem uma popularidade questionável. Ainda é cedo para dizer que Hinomaru Zumou simplesmente não receberá um anime, mas a situação de KochiKame e Zumou, de modo algum, pode ser comparável. Já que um mangá era já um sucesso absoluto quando lançou o seu décimo volume, o outro está sendo mantido na revista somente por causa da situação complicada que a Weekly Shonen Jump, e não por causa de vendas realmente convincentes. Logicamente, caso Hinomaru Zumou lance um anime de sucesso, a situação pode acabar mudando, e Zumou se torne um dos principais mangás da revista, porém, por enquanto, é somente uma obra, que mesmo tendo uma ótima qualidade, ainda não demonstrou em termos capitais, o motivo para ainda estar na revista.
Como eu disse, KochiKame desde a sua estréia, demonstrou motivos para estar na revista, e após o lançamento do seu anime em 1996 a sua popularidade aumentou ainda mais, inclusive foram produzidos dois filmes, que também foram um grande sucesso de bilheteria (diferente de Toriko que praticamente enterrou o seu anime, após a sua longa ser lançadas no cinema) – Sendo o primeiro um sucesso bem maior que o segundo – Quem poderia também lançar um filme, que provavelmente conseguiria ser um sucesso de bilheteria, seria justamente o quinto colocado na TOC, Haikyuu!!. A série de vôlei vem demonstrando que consegue manter suas vendas bem altas, por isso, tem um público comprante muito fiel. Só tem um pequeno problema, KochiKame foi produzido por um estúdio que já era acostumado a lançar desenhos na televisão, e depois adapta-los para o mercado cinematográfico, por isso, lançar dois filmes de KochiKame não foi um grande público, inclusive lançaram o primeiro somente três anos após da estréia do anime. Já quem tem o direito televisivo de Haikyuu!! é um estúdio que não é acostumado a lançar obras nas grandes telonas, por isso será muito mais complicado vermos o mangá de vôlei no cinema. Entretanto, seria muito interessante ver uma partida especial e bem dramática sentando em uma boa cadeira de cinema. Lembrando que na verdade alguns episódios do anime de Haikyuu!! foram transmitidos no cinema também, mas em nenhum momento foi transmitido algum material original. Em sexto lugar tivemos Yuragi-Sou no Yuuna-San que receberá página colorida na próxima semana.
Talvez é ainda mais fantástico KochiKame ter lançado dois filmes por causa do seu estilo, como já comentei nos parágrafo anteriores, a série é uma comédia situacional, no qual cada capítulos tem sua própria história. Pode acontecer de vermos algumas pequenas sagas, de dois a dez capítulos, ou mesmo vermos alguns acontecimentos que mudam todo o andamento da história, mas a grande maioria dos capítulos não influenciam em nada no universo da série. Podemos dizer que o mundo no qual KochiKame é ambientado, é extremamente estático. O público gosta muito dessas comédias, pois são ótimas para se divertir e relaxar, contudo por mais que gostem bastante, não se sentem muito confortáveis em gastar dinheiro para adquirir os materiais produzidos por elas, preferem consumir em histórias com uma narrativa mais linear. É justamente por isso que fantástico o feito alcançado pela série, e seria ainda mais fantástico se conseguisse ser alcançando também por Saiki Kusuo Psi-nan. Infelizmente o anime de PSI não conseguiu vingar, por isso dificilmente a série terá um grande aumento de vendas ou mesmo uma segunda temporada. A verdade é que PSI não se tornará um novo KochiKame, mesmo sendo o mangá da revista mais próximo em estilo. Atualmente só podemos esperar que PSI consiga manter suas vendas estáveis ao longo dos anos, porque se tiver uma grande queda, pode acabar sendo cancelado em pouquíssimo tempo. Em oitavo lugar tivemos World Trigger, que continua muito estável na revista.
Talvez o que realmente pode diferenciar PSI e KochiKame é a arte – Sim, os dois mangás são comédias situacionais, mas os traços de KochiKame, mesmo sendo tipicamente dos anos 70, tem ocasionalmente páginas de detalhismo muito maior, essas páginas ocasionais tem um cuidado e detalhismo surpreendente, que pode lembrar Shokugeki no Souma, que essa semana ficou na nona colocação, Podemos dizer que a arte de KochiKame e a de Shokugeki no Souma são totalmente opostas, enquanto o mangá de culinária tem um estilo bem mais moderno, que lembra os animes lançados atualmente, por isso, os personagens são mais diversificados visualmente (chegando a ter características irreais), os olhos são mais brilhantes, personagens masculinos que tem rostos mais limpos e “perfeitos” e por fim, o próprio traço é bem mais digitalizado,,. KochiKame adota um traço bem mais setentista ou oitentista, por isso com expressões que lembram bastante os quadrinhos americanos (os mangás dos anos 70, tinham uma inspiração enorme nas obras americanas), personagens masculinos que tinham traços faciais mais grossos e corpos mais brutos, e uma arte que podemos considerar mais manual, com menos uso da tábua (por motivos óbvios). Depois tem as diferenças na própria organização dos quadros, por ser uma comédia, KochiKame tende a utilizar quadros menores, que tendem a ter um traço extremamente simplificado, mas é quando o autor decidir desenhar quadros maiores e mais complexos, que vemos o potencial da sua arte: os carros mesmo, são uma das especialidades de Osamu. Shokugeki no Souma e KochiKame tem artes, narrativas, estilos e enquadraturas, totalmente diferentes, mas tem um ponto incomum, ambos desenhistas sabem entregar páginas belíssimos.
Contudo, mesmo tendo um público que comprava vários dos seus volumes, um anime de grandíssimo sucesso, dois filmes que foram um sucesso de bilheteria, KochiKame falhou em um ponto que outros mangás conseguiram vingar: o sucesso mundial – Gintama, o décimo colocado dessa semana, por exemplo conseguiu, mesmo sendo um mangá de comédia, dominar todo o mundo. Aliás, aproveitando que estamos comentando sobre o mangá, na próxima semana a obra receberá um anúncio muito importante, que será maior que o live-action já anunciado, por isso as possibilidades de ser o retorno do seu anime, são altíssimas. Gintama é uma das séries de TV mais lucrativas da TV Tokyo (uma das maiores concorrentes da TVFuji, antiga emissora de KochiKame), por isso, continuar produzindo a sua série de anime, é uma escolha sábia – De qualquer modo, não conseguir atingir um patamar global, não foi um grande problema para KochiKame, o problema começou quando o seu anime estava perdendo a popularidade e a série não conseguia mais conquistar os seus leitores como antigamente: Osamu Akimoto conseguiu fazer o público dos anos setenta, oitenta e noventa se apaixonar pelo mangá, mas não conseguiu fazer com que o público dos anos 2000 e 2010 se apaixonassem com a mesma intensidade que os anteriores, deste modo, aos pouco a série foi perdendo popularidade: O seu anime cancelado (após ter mais de 300 episódios), e suas vendas foram lentamente caindo, até chegar a atualidade que vende cerca 100 mil cópias por volume, mesmo que continua sendo mais que muitas séries da revista, como por exemplo, Kimetsu no Yaiba que ficou na décima primeira colocação.
Também vende mais que séries como Samon-Kun wa Summoner e Sesuji wo Pin! to, dois mangás que vendem abaixo da marca de 50 mil cópias por volume, um número realmente muito baixo – Mesmo que essas duas obras tenham mais chances que Zumou de se tornarem um sucesso com uma possível adaptação em anime, essa possibilidade ainda é muito baixa e talvez não faça valer a pena os editores manterem os dois mangás. Samon-Kun wa Summoner tem como vantagem o fator que é uma comédia simples, por isso é mais importante ter uma boa recepção dentro da revista, que realmente vender muito – Vamos ser sinceros, não é que comédias não conseguem vender muito, vemos casos como PSI que conseguiu alcançar a marca de 150 mil cópias por volume, e KochiKame que no seu auge superou 1 milhão, contudo, mesmo algumas comédias sendo sucessos comerciais, para sobreviver em qualquer revista, uma comédia não precisa de nenhum modo vender muito, o importante é ser bem recebido na revista (por isso tem uma boa recepção do público), como acontece com Isobe Isobee Isobee a quase três anos, que inclusive atualmente vende menos que Samon-Kun wa Summoner. Esperar que novas comédias tenham o sucesso de KochiKame, que é um monstro que mudou a história dos mangás, é pedir demais. É possível que nasça uma comédia com o mesmo efeito? Olha, Ansatsu Kyoushitsu chegou perto, se ao longo da sua narrativa se mantivesse na comédia e o mangá durasse muito mais tempo, poderíamos dizer que alcançou um sucesso comparável a KochiKame.
Os últimos anos de KochiKame, mesmo sem que eu comentasse, foi muito mais abaixo do sucesso que a série tinha a alguns anos atrás, contudo, mesmo vendendo pouco, podemos dizer que a série mantinha a sua glória – Todos os leitores respeitavam KochiKame, mesmo não o lendo mais -. Se olharmos a situação do décimo quarto lugar da TOC, Toriko, que após o encerramento do seu anime, teve uma queda gigantesca em vendas, e em menos de 3 anos, chegou a um nível de cancelamento. KochiKame durou cerca de 10 anos após o encerramento do seu para conseguir “chegar” ao nível de vendas de baixo, e mesmo assim as suas vendas para um mangá de comédia continuavam boas. Por isso, os editores nunca cogitaram cancelar KochiKame, diferente de Takuan to Batsu no Nichijou Enma-Chan que ficou na última colocação e deve ser cancelado em breve. Kochira ou KochiKame, não é um mangá qualquer, é uma obra que revolucionou o universo dos mangás e ajudou muito a Shonen Jump a ser a revista que é hoje. É um mangá que mostra como um autor, quando ama o que faz, pode passar anos e anos produzindo aquela mesma série, e gostando de fazer isso. Aliás, o amor a profissão de Osamu Akimoto é tão grande, que mesmo depois de 40 anos escrevendo um mangá, está disposto a continuar produzindo novas histórias, e já declarou que se está preparando para lançar uma nova série. KochiKame não alcançou 200 volumes, mais de 1970 capítulos, quarenta anos de história, por nada, por piedade dos editores, chegou a essa marca por mérito próprio e merece todos os aplauso do mundo. A partir de segunda-feira, quando essa edição for lançada, estaremos realmente encerrando uma era na Shonen Jump, pois após 40 anos, teremos uma edição que sem, o inesquecível e insuperável, Kochira Katsushika-ku Kameari Kouen-mae Hashutsujo.