“Deixe-me ir, eu não quero ser seu herói, eu não quero ser um alguém importante, só quero lutar junto com todo mundo. O seu disfarce, eu não quero fazer parte do seu desfile, pois todo mundo merece uma chance de andar com todos os outros”. Ao som de “Family of The Year”, chegamos a mais um TOC, e esta edição entregou uma classificação sem muitas grandes novidades, mas com algumas posições que são realmente esclarecedoras. Deste modo, não perdemos mais nenhum segundo e vamos analisar:
TOC Weekly Shonen Jump #25 de 2016 (23/05) Boku no Hero Academia (Capa e Página Colorida de Abertura) 01 – ONE PIECE 02 – Shokugeki no Souma Dragon Quest: Souten no Sora (Página Colorida, Capítulo Especial) 03 – Black Clover 04 – Kimetsu no Yaiba Takuan to Batsu no Nichijou Enma-Chou (Página Colorida, Capítulo 02) 05 – Haikyuu!! 06 – Samon-Kun wa Summoner 07 – Gintama 08 – Hinomaru Zumou 09 – Yuragi-Sou no Yuuna-San 10 – HUNTER X HUNTER 11 – PSI Kusuo Saiki Isobe Isobee Monogatari (Página Colorida) 12 – World Trigger 13 – Toriko 14 – Sesuji wo Pin! to ~ Shikakou Kyougi Dance-bu e Youkoso 15 – Kochikame 16 – BLEACH 17 – Mononofu 18 – Nisekoi
Prévia da Próxima Edição (#26): Capa ePágina Colorida de Abertura: World Trigger Página Colorida: Gintama, Shokugeki no Souma e Samon-Kun wa Summoner.
Boku no Hero Academia, Página Colorida de Abertura.
Começando pelos mangás não ranqueados, como já é de tradição, a obra responsável por abrir a revista foi justamente Boku no Hero Academia. Quem conhece a banda “Family of The Year” ou mesmo viu o fantástico “Boyhood” (Um dos melhores filmes que já vi), deve entender o motivo de eu ter iniciado este texto com a canção: “Hero” de Family of The Year trás uma ideologia totalmente contrária a de “Boku no Hero Academia”. A canção diz que ás vezes a pessoa só quer ser alguém normal, ninguém é obrigado a ser um herói ou uma pessoa importante, bem sucedida na vida, como a sociedade nos obriga a ser. Ao mesmo tempo, a ideologia de “Boku no Hero Academia” está correta, ninguém deve desistir dos seus sonhos de ser alguém importante, somente porquê alguém ou um grupo de pessoas disse que você não era capaz. Se você sonha em ser algo, siga este sonho, mas se tu não tem um sonho específico ou mesmo, não almeja se tornar alguém importante para a sociedade, não existe nenhum mal nisto. Você deve simplesmente manter a sua essência, a sua visão, e não procurar ser o que os outros acham que é melhor para tu.
Talvez seja este o belo de séries como Isobe Isobee Monogatari, que ganhou página colorida esta semana – O autor se propôs a entregar uma comédia que escapava totalmente dos “esquemas”. Utilizando uma escrita e traço mais tradicional, para muitos Isobe seria um fracasso completo, como para muitos, Boku no Hero Academia também seria, pois o autor vinha de vários fracassos. As duas obras acabaram surpreendendo. Por isso é importante sempre acreditar na sua história, no seu objetivo. Sim, é necessário fazer algumas alterações, melhorar certos pontos, mas nunca perder a própria essência. Então, aproveitando o começo da discussão, vamos fazer uma análise “diferente”. Ao invés de somente analisar o desempenho dos mangás, vamos discutir um pouco sobre a essencia de cada um e qual público ele realmente almeja, ao mesmo tempo, irei comentar os principais pontos de cada posição desta semana. Esta semana não irei comentar sobre Takuan to Batsu, pois esperarei ver melhor a recepção dos japoneses nos fóruns. Esperarei a próxima semana para trazer uma opinião mais formada para vocês.
Dragon Quest, Página Colorida.
O primeiro colocado no TOC foi justamente o mangá mais importante da revista atualmente: ONE PIECE – Se tem um mangá que começou com uma essencia única, e conseguiu mudar todo o mundo com esse seu estilo é ONE PIECE. A influência foi tanto, que vemos vários autores que tem clara inspiração tanto no estilo narrativo de Eiichiro Oda quanto no próprio traço. Atualmente a série vem passando por um pequeno problema de popularidade, já que suas vendas estão caindo rapidamente: A dois anos atrás, a série vendia entre 2.8 a 2.9 milhões de cópias por volume em um mês. O último volume “custou” para alcançar 2.4 milhões em um mês, mostrando que suas vendas tiveram uma queda entre 400 a 500 mil. Por mais que seja uma notícia triste, podemos dizer que não é preocupante, pois a série tem uma margem de vendas grande o suficiente para conseguir se manter viva até quando Eichiiro Oda decidir encerrar-la, uma margem jamais vista na história de qualquer revista. Se hoje a obra tem essa margem, e consegue ficar sempre entre os dois primeiros colocados é justamente por causa de Oda confiar totalmente no seu traço e na sua ideia, mesmo (provavelmente) tendo passado por várias críticas de pessoas que não gostavam da sua arte.
Em segundo lugar tivemos Shokugeki no Souma que fica pela segunda semana consecutiva entre os primeiros colocados. Por mais que muitos devem estar comemorando as posições no TOC da série, não podemos ser tão inocentes em comemorar uma série ficar em primeiro ou segundo, enquanto suas vendas estão caindo. É como comemorar que você está conseguindo ligar o carro, quando seus quatro pneus estão furados. As vendas da série são os “pneus” que estão se esvaziando rapidamente, é necessário que os autores consigam corrigir este problema imediatamente. É neste momento que se torna ainda mais difícil manter a sua essência, porque tu percebe que o seu planejamento não te levará ao ponto estimado. Shokugeki no Souma claramente está passando pela crise da “meia-idade”, e o único modo da série sobreviver é conseguir se renovar e ao mesmo tempo manter a sua essência. A série precisa retornar a entregar personagens novos e batalhas novas interessantes ao público, pois as que foram lançadas nos últimos meses não conseguiram agradar o público japonês. A grande maioria achou medíocre. E talvez, dependendo da qualidade dos próximos capítulos, nem mesmo o anime conseguirá parar essa queda. Shokugeki no Souma chegou na Shonen Jump entregando vários elementos de sucesso reunidos: Ambiente colegial, competitividade, personagens com características populares, ecchi e um traço espetacular. Isso em uma mangá que tratava sobre um tema muito pouco explorado no mundo dos mangás, a culinária. Agora é o momento de se renovar para sobreviver, pegar estes temas realçar-los e ao mesmo tempo trazer vários temas novos.
Em terceiro lugar tivemos Black Clover que é outra prova que mesmo com várias críticas, o importante é acreditar em seu próprio “taco”. Se levarmos a porcentagem de leitores e odiadores da série, Black Clover deve ficar em segundo lugar facilmente, perdendo somente para BLEACH, mas mesmo assim, com muitas pessoas não gostando da série (Incluo neste grupo vários japoneses, já que a opinião sobre a série também é muito dividida no Japão), o mangá consegue sobreviver e se tornar um dos principais mangás da revista atualmente, assim se estabilizando nas cinco primeiras colocações. O problema é que esta divisão de público faz com que a série perca muitos leitores, já que enquanto muitos convencem várias pessoas a lerem o mangá, provavelmente muitas pessoas também devem estar convencendo outras pessoas a não lerem. Logicamente Tabata Yuuki almeja muito alto, o autor não quer simplesmente “andar com os outros”, como a banda Family of The Year canta em “Hero”. Tabata Yuuki tem o claro objetivo de querer se tornar um dos pilares da revista, fazer do seu B-Shounen uma grande referência, uma obra que pode marcar uma geração, como ONE PIECE, Naruto, Dragon Ball, Yu Yu Hakushou, marcaram. Para isto acontecer, o autor não deve mudar sua essência ainda, mas sim, transformar-la ainda mais única (para assim, convencer os leitores que o mangá não é um amontoado de clichês, opinião muito recorrente entre os que não gostam da série, mas que de certo modo, eu discordo), e também terá que melhorar a sua técnica em desenvolvimento narrativo. Assim, entregando um roteiro mais interessante e coeso. Resumidamente, o problema de Black Clover é justamente a inexperiência do autor, e não o seu talento.
Em quarto lugar tivemos uma gigantesca surpresa, Kimetsu no Yaiba – O que isto realmente significa? Sinceramente, não posso dar uma resposta exata, pois é necessário ver as vendas do primeiro volume para chegar a alguma conclusão sobre o verdadeiro planejamento dos editores, mas uma coisa é certa, os editores estão acreditando no potencial do mangá. O problema é que é impossível saber se a série está recebendo publicidade atualmente porquê os editores QUEREM que a série seja um grande sucesso, como fizeram por seis meses com Mononofu, ou mesmo porque a série está sendo muito bem recebida, como é o caso de Samon-Kun wa Summoner. Levando em conta que inicialmente a série foi mal classificada, as chances de estar mais próximo de Samon-Kun wa Summoner são realmente altas. Desde quando a série foi lançada eu comentei que teve uma recepção boa o suficiente para não merecer ser cancelada imediatamente, os leitores realmente gostaram do mangá, contudo, em meu ponto de vista, não gostaram o suficiente para a série ter vendas altíssimas, deste modo, vejo como o seu potencial máximo (e espero estar errado), a marca das 30 mil cópias. Sinceramente, a Shonen Jump não precisa de uma outra série que tenha vendas ruins. Os editores precisam buscar verdadeiro sucessos, pois, esses mangás de 30k não conseguirão sustentar a revista quando Nisekoi, Toriko, Gintama, BLEACH e outros mangás acabarem. Haikyuu!! ficou em quinto lugar e continua seguro.
Takuan to Batsu, Página Colorida.
Em sexto lugar tivemos um outro autor que desde que estreou na Jump NEXT! passou imediatamente uma impressão “única” aos seus leitores. Shun Numa apresentou um traço diferente do comum, simplificado e ao mesmo tempo muito bonito de se ler. É como se estivesse modernizando as comédias mais tradicionais. Os editores sabiam muito bem do seu potencial, contudo, não sabiam se o autor conseguiria agradar os leitores realmente, deste modo, o testaram primeiramente como uma mini-série, que teoricamente teve uma boa recepção (mesmo que na 2ch, o pessoal não tenha gostado tanto). A boa recepção da mini-série, deu a confiança necessária para os editores apostarem no mangaká, que manteve a sua comédia, a sua essência e seu traço. Samon-Kun wa Summoner atualmente é um sucesso, mesmo que não venda tão bem quanto PSI Kusuo Saiki, consegue vender uma quantidade realmente boa para uma comédia simples. Logo após tivemos uma comédia muito diferente, e que podemos considerar uma das melhores da história: Gintama – A série se destacou por sua comédia bem sem sentido que agrada muito o público japonês. O mangá pode estar preste a se encerrar, mas acredito que ainda tem alguns meses pela frente. Provavelmente a série será encerrada somente em 2017 mesmo.
Hinomaru Zumou ficou na oitava colocação, e podemos considerar esta a primeira série que o autor realmente não se importa em transformar-la em um grande sucesso, por isso, só quer mostrar o seu conteúdo. Eu não estou dizendo que o autor de Hinomaru Zumou não ficaria feliz caso sua série vendesse milhões, provavelmente estaria jogando fogos de artifícios, como qualquer outro faria. A diferença é que, mesmo sua série não vendendo tanto assim, percebemos que ele não decidiu alterar o mangá de maneira absurda, muito pelo contrário, melhorou alguns aspectos, e mesmo adicionando alguns detalhes para deixar-la mais popular, a série manteve a sua essência. Pode ser que para muitos atualmente o mangá está se perdendo, mas acredito que este seja mais um problema da evolução da narrativa, do que o autor tentando a se adaptar ao mercado. De qualquer modo Hinomaru Zumou parece estar muito seguro na revista. Outro mangá que está muito seguro, ao menos nas próximas semanas, é o nono colocado, Yuragi-Sou no Yuuna-San. O mangá terá em breve o seu volume lançado, e terá duas batalhas: A primeira é vencer o seu companheiro de leva, que nas últimas edições vem recebendo mais destaque. A segunda batalha é, após vencer o seu companheiro de leva, vender bem o suficiente para os editores se sentirem confiantes em apostar na série. O primeiro volume de Yuragi-Sou no Yuuna-San será lançada neste começo de junho.
Se tem alguém que simplesmente “não se importa” com a necessidade de estar produzindo conteúdo de sucesso, não se importa em ser o herói que entrega conteúdo aos seus leitores toda a semana é justamente o autor do mangá que ficou na décima colocação – Togashi, escritor e desenhista de Hunter x Hunter – O mangaká simplesmente segue seu ritmo, desenhando a série quando sabe que está bem o suficiente para isto. Isto acontece também porque Hunter x Hunter está já muito bem estabelecido no mercado, deste modo, a série não corre risco de ser cancelada, mesmo com as várias pausas. Aliás, os editores estão classificando a série em posições bem melhores que anteriormente (que tendiam a classifica-lo entre os últimos cinco colocados). Pode ser um sinal muito claro de que Togashi desta vez passará por ao menos, seis meses, desenhando a série ou mesmo, caso tenhamos muita sorte (e sejamos abençoados por um milagre divino), seja continuado até o seu fim, sem que precise entrar em mais uma longa pausa. Logo após, na décima primeira colocação tivemos PSI Kusuo Saiki que mesmo estreando o seu anime em julho, os editores não estão dando tanto destaque assim, o que para mim é um grande erro. Provavelmente o grupo editorial não acredite que o anime mudará muita a situação da série. Talvez estejam desanimados após o fracasso que foi o live-action lançado ano passado.
Em décimo segundo lugar tivemos World Trigger que mantém desta vez deu uma pequena escorregada, mas continua fora dos últimos cinco colocados, o que é realmente uma conquista para série, levando em conta que a série antigamente se localizava todas as semanas lá. Outra série que não se preocupa em se modificar para agradar o público geral é World Trigger. Se a música da banda “Family of The Year” comenta sobre uma pessoa que mesmo tendo a sociedade a empurrado para ser uma pessoa importante, prefere se manter na simplicidade, tendo uma vida pacata e para muitos, esquecível. World Trigger decide tomar um caminho muito parecido, ao invés de apostar em certos elementos, como combates mais simplificados e exagerados, para assim agradar o público mais “geral”, o autor, Daisuke Ashihara prefere manter a essência da sua série, por isso, combatimentos mais técnicos, inteligentes e com poucas cenas de exageros (tanto nos poderes especiais quanto nas destruições, que mesmo sendo grandes, passam longe de alcançar a de obras como Dragon Ball e BLEACH). A consequência dessa decisão de Daisuke Ashihara é bem óbvia, a série consegue agradar um público alvo, e atualmente vende muito bem, mas não consegue se tornar um B-Shounen de grandíssimo sucesso, pois não agrada um público mais abrangente. Em meu ponto de vista, é preferível se manter no seguro, lançando uma série no estilo que você entende e gosta, do que se aventurar em áreas mais lucrativas, mas que talvez que não te agrade ou mesmo não acabe trazendo lucros para ti, pois você não consegue se adaptar. Em décimo terceiro lugar tivemos Toriko que saiu do bottom, milagre!!!!!!!!!! Em breve deve voltar de qualquer modo…
Isobe Isobee Monogatari, Página Colorida.
Abrindo a zona vermelha, tivemos o nosso querido Sesuji wo Pin! to que se encontra em uma situação realmente preocupante, pois está ficando constantemente nas últimas colocações. A série pode vender mais que mangás como Hinomaru Zumou e Mononofu, mas pode ser que a sua recepção dentro da revista esteja tendo uma queda de popularidade, deste modo, no momento que se deve decidir entre cancelar Hinomaru Zumou e Sesuji wo Pin! to, os editores acabem preterindo a série de dança. Por isso, após pensar um pouco sobre a situação da série, mudo o meu discurso, e digo que por mais que o mangá esteja seguro atualmente, sem correr risco de ser cancelado, em longo prazo a sua situação pode estar muito preocupante. Eu mesmo não sei se o mangá conseguirá sobreviver a este ano, o que seria uma grande “pena”, pois é uma série que me agrada muito e vejo um grande potencial para quando se tornar um anime. Também existe a opção dos editores transferir-lo para a Jump GIGA, que ainda não descobrimos quais são os autores “veteranos” que lançarão suas obras. Logo após tivemos respectivamente Kochikame e BLEACH que estão muito seguros na revista, principalmente BLEACH que simplesmente não liga mais em ser o herói de ninguém, e segue a sua história no próprio ritmo, mesmo sendo ignoradíssimo pelos editores. Podemos dizer que BLEACH é um Hunter x Hunter que vende a metade, contudo, compensa por não entrar em hiatos.
Em décimo sétimo lugar tivemos Mononofu que pegou uma colocação muito, mas muito preocupante. Todo mundo sabe que eu sou defensor do cancelamento da série, e continuo argumentei que se a série não vendesse bem no seu terceiro volume (O que aconteceu), os editores provavelmente o cancelariam ou transfeririam em julho ou agosto deste ano, entretanto não vamos ser imediatistas. A série pegou somente uma posição ruim, não significa que será cancelada realmente, devemos avaliar as próximas posições para assim concluir se os editores realmente desistiram do mangá. As chances eu diria que são altas, principalmente pela posição vir logo após os editores provavelmente confirmarem que o terceiro volume foi mais um fracasso em vendas, mas existe uma possibilidade real de ser somente uma posição baixa causada por um capítulos de ruim qualidade ou mesmo monótono. Encerrando mais uma classificação, tivemos nas últimas colocações, o nosso querido mangá que eu simplesmente não sei se está se encerrando realmente, pois não recebeu a sua maldita página colorida de encerramento na próxima edição, e a série é grande o suficiente para merecer uma, Nisekoi. Mesmo que seja falsa a informação que a série se encerrará na edição #26, acredito que de qualquer modo não passará de julho, pois a obra está realmente chegando aos seus momentos finais.