Análise: TOC Weekly Shonen Magazine #47 e 48 (Ano 2015).

Com ferro e com o aço, os mangás da Shonen Magazine vai lutando para conseguirem sobreviver semana após semana na segunda maior revista do Japão. A luta não está fácil, muitos mangás estão andando sobre a corda bamba, outros estão caindo no poço do cancelamento. Vamos analisar e revisar a situação de cada um dos mangás na revista, pegando de uma vez só, dois TOCs:

Pessoal, ultimamente estou sofrendo com um pequeno problema em administrar o tempo, assim o blog está sofrendo com um grande problema de ausência de postagem – Por este período irei mudar um pouco o “estilo” das análises, ao invés de comentar sobre quase todas as posições, muitas vezes reafirmando algo que já comentei na semana passada, irei comentar somente as posições mais relevantes destas duas edições.

Vamos começar pelos mangás não ranqueados – Yamada-Kun recebeu página colorida de abertura na edição #48, sendo que na edição anterior já havia ficado entre os sete primeiros. A série pode estar com vendas relativamente baixas (Mesmo que entram na faixa do “suficiente” para sobreviver), porém, isso não é um problema para os editores que continuam apoiam o mangá, dando um bom destaque. As semanas que a obra fica nos últimos lugares podemos considerar natural, já que o TOC da Magazine varia bastante. Desert Eagle e Ahiru no Sora receberam página colorida, devo cravar que Desert Eagle é um verdadeiro sucesso.

Em primeiro lugar tivemos Acma:Game que na edição anterior ficou em décimo sétimo, a obra vem variando bastante em posição, mais do que o normal – Isso acontece porque o mangá tem um grande apoio dos editores, contudo, por suas vendas medianas passa longe de ser uma obra que pode ser considerada um “pilar” da revista. Somente mangás com uma altíssima popularidade tendem a ficar constantemente entre os primeiros dez colocados da revista, e mesmo essas obras algumas vezes são classificados na parte inferior da revista. O mesmo vale para Days que ficou em segundo.

Pulando diretamente para a quarta colocação tivemos “Masukomi”, o mangá de comédia tradicional que esta semana ficou mais bem colocado que o normal – Anteriormente eu colocava a série como um dos mangás que podia estar correndo risco de cancelamento, mesmo que a obra não esteja totalmente salva, devo assumir que sua situação não parece tão ruim quanto eu via. Ainda é cedo para dizer se a obra irá vingar na revista, precisamos ver melhoro as suas vendas, mas já é um grande passo o mangá estar indo bem. Lembrando que por Masukomi ser uma série curta, caso seja cancelado, deverá ser substituído por um outro mangá com a mesma temática.

O outro novato que vai me deixa mais otimista sobre a sua permanência é justamente “Two Three” que ficou em sexto lugar, como Masukomi ainda é cedo para dizer se irá vingar, contudo o fato da série ainda não ter pego nenhuma posição muito ruim, já é um ponto bem positivo. O maior problema da série é a sua temática, o mangá disputa diretamente com Daiya no Ace, que inclusive ganhou capa na edição #47 – Provavelmente os japoneses estão comparando as duas obras, por isso para “Two Three” dar certo, é necessário entregar um conteúdo bem diferente e também com uma qualidade acima da média, para ao menos quando compararem com Daiya no Ace, não chover muitas criticas negativas (Quem sabe, não esteja entregando um conteúdo melhor? Nunca devemos duvidar do potencial de nenhum autor).

Na oitava colocação tivemos Fuuka que lançou o seu oitavo volume a algumas semanas atrás, a obra vendeu relativamente bem (31 mil cópias na primeira semana), o que para os padrões da Magazine pode ser considerado um número satisfatório. É importante perceber que as vendas da obra não são espetaculares, por isso muito dificilmente um anime irá fazer com que Fuuka se torne um mangá de grandíssimo sucesso, porém se a obra após uma animação conseguir alcançar a faixa das 100 mil cópias nos primeiros 15 dias, já será o suficiente para se estabelecer de vez na Magazine. Devemos lembrar que a revista, por mais que vende MUITO, os seus volumes individuais vendem bem mais baixo que o normal. Por exemplo, os mangás da Young Jump, mesmo com a revista vendendo a metade da Magazine, tendem a vender mais volumes que a Magazine.

Em décimo primeiro lugar tivemos Nanatsu no Taizai que teve sua primeira temporada lançada em português na Netflix, por mais que muitos tendem a odiar a dublagem brasileira (Mais por serem tão acostumado com a japonesa, que não conseguem ouvir bem os personagens falando em português), tecnicamente a dublagem brasileira está com uma alta qualidade, com a vozes mais parecidas possível com a personalidade dos personagens. Por isso para quem não tem nenhum preconceito com os produtos nacionais e sabe apreciar com a qualidade da dublagem brasileira, recomendo verem Nanatsu no Taizai dublado na Netflix. Falando sobre as vendas da série, o mangá vendeu em um pouco mais de 10 dias, cerca de 490 mil cópias, um número altíssimo, porém que já demonstra que o mangá vem tendo um leve declínio de vendas, não é uma notícia ruim, já que é natural a obra ter uma leve queda no período em que não tem nenhum anime em exibição. Com a chegada da segunda temporada, suas vendas devem voltar a se estabilizar.

Em décimo terceiro lugar tivemos En En no Shouboutai que nessa semana ficou em sua posição mais baixa desde quando estreou, porém na edição #47 ficou em primeiro lugar. Ainda é cedo para dizer que o mangá será um grande sucesso, mas analisando os comentários dos japoneses, eu acho que é bem claro que En En no Shouboutai é uma série que está agradando os leitores da revista e deve conseguir durar por um bom tempo. Coloco como quase certo a sobrevivência da série nos primeiros 6 meses, por causa da sua boa recepção e também pelo nome do autor, entretanto, a sobrevivência da série após este período dependerá de como o autor irá portar a história e se suas decisões narrativas irão agradar os leitores. Com certeza o criador é experiente, porém mesmo os mais experientes podem cometer erros ou trazem alguns elementos que não agradem os leitores, então, não posso dizer ainda que a obra conseguirá superar a temível marca de um ano de vida.

Em décimo quarto lugar tivemos Area no Kishi que vendeu 44 mil cópias no seu novo volume, a obra vendeu menos que Baby Steps, contudo, continua seguro na revista. Aproveitarei este paragráfo para explicar o motivo pelo qual foi mais fácil “Days” dar certo do que será “Two Three”. Enquanto Daiya no Ace é uma obra de grandíssimo sucesso, “Area no Kishi” é um mangá que conseguiu vingar na Magazine, mas não chega a ser considerado pela grande maioria dos leitores da revista um dos melhores mangás de esporte da própria Magazine. Assim, a concorrência de “Days” não é tão pesada quanto é a concorrência direta de “Two Three”. Em uma comparação direta sobre a diferença de popularidade e aceitação das duas séries, enquanto Daiya no Ace foi a obra mais vendida da Magazine em 2014, o sétimo mangá mais vendido em geral, Area no Kishi não chegou nem a entrar entre os trinta mais vendidos do ano.

Em décimo nono lugar tivemos Baby Steps que na edição #47 ganhou página colorida de abertura, mesmo que a capa tenha sido Daiya no Ace – O mangá de tênis ganhou sua popularidade um pouco atrasada, mas não foi culpa dos editores, e sim do autor que na edição #46, que não acabou o capítulo a tempo para ser publicado na edição #46 (Edição lançada na mesma semana em que foi lançado o seu volume), assim a obra ficou ausente na revista e não recebeu sua devida publicidade. Contudo, os editores deram mesmo assim uma publicidade atrasada para a obra, que terminou vendendo 65 mil cópias na primeira semana – Um número que não parece tão alto para uma obra que já ganhou um anime, porém mesmo assim para os padrões da Magazine podemos considerar relativamente bem altos. Em último lugar tivemos Kamisama que por mais que conquistou uma posição ruim, não é um mal sinal, é normal na Magazine os mangás variarem tanto de posição.

Por fim, eu gostaria de volta a fazer um rápido comentário sobre Daigo Tokusou que acabou sendo cancelado com pouquíssimos capítulos – É uma pena que a obra não deu certo, porém acredito que os editores acreditam bastante no potencial da série, assim é bem provável que cedo ou tarde veremos o mangaká lançado um novo mangá na própria Magazine ou no máximo na Magazine mensal – Quem sabe na sua próxima obra, não consiga explodir em sucesso e lançar um novo B-Shounen de grandíssimo sucesso.

Quarta-Feira: Platinum End (Primeiras Impressões) – FIQUEM ATENTOS.