Logo avisando, que os one shots tapa buraco não serão analisados, por dois simples motivos: O primeiro que nenhum deles tem chances reais de serem serializados, foram todos de fato lançados como tapa-buraco e só. O segundo motivo é que para ter uma imagem deles, eu deveria escanear as edições onde foram lançadas ou baixar a versão digital para assim conseguir ter uma imagem desses one shots… Resumidamente, eu estaria fazendo um trabalho absurdo por três séries que provavelmente não serão lançadas na Weekly Shonen Jump, já que a revista de certo modo está lotada de obras desse gênero. Para não dizer que eu estou ignorando o gênero, pretendo no final do ano fazer uma coletânea dos one shots tapa buraco, comentando todos eles de uma vez só.
O primeiro one shot desse período foi lançado na edição 16 e é de um novato, que nunca lançou nenhuma série nem na Shonen Jump e nem em outra revista – Aka ke no Acho é um mangá de luta arte marciais exagerado que tem fundo romântico, no sentido, todo o one shot é movido pela relação conflituosa entre os dois personagens principais. O protagonista é um garoto esquentadinho que é um grande lutador e por isso é amado por várias pessoas, nisso aparece uma garota no seu colégio que pede a sua companhia, uma garota que claramente também está a fim do protagonista. O problema é o protagonista não quer ninguém perto, pois é um grande anti-social e tem vários problemas relacionado ao seu passado… Ele é simplesmente um lobo solitário – O problema fica mais sério quando a menina toca a mão dele, deixando-o enfurecido, mas tão enfurecido que soca a parede (Quebrando a parede do local), o protagonista de nenhum modo quer ficar próximo a alguém, pois principalmente tem medo de machuca-las. O que acontece é que minutos depois, ele descobre que a menina tem alguma importância histórica (Que eu sinceramente não entendi, mas é da época dos samurais, como fosse uma reercarnação) e a raptaram, arrependido por ter-la abandonado, o protagonista decide salvar-la, tendo que lutar contra um grande mestre das artes marciais… No final ele consegue o feito e os dois vivem feliz para sempre.
Então, após esse gigantesco texto explicando a história de Aka ke no Acho para quem não tenha lido o one shot e não possa ler, vamos a minha crítica: Aka ke no Acho é uma obra muito interessante, que de certo modo lembra muito bem os mangás dos anos 90, por isso podemos dizer que se encaixaria como uma luva na Shonen Sunday, porém não vejo essa obra conseguindo se encaixar muito bem na Shonen Jump, principalmente por a história se passar no mundo real e ter um estilo de luta bem exagerado, uma combinação que não vêem dando muito certo na revista atualmente. O outro problema de Ake ke no Acho que mesmo que sua história tenha sido bem contada, não entrega nada de novo, não te dá interesse em nenhum momento em saber mais sobre o universo, sobre os protagonista, é uma história bonita, mas que não estimula o leitor a querer ver mais.
Minha Nota: 4 / 5
Nota da 2ch (Fórum Japonês): 3.12 / 5.00
Chance de Serialização: Altas. O mangá foi bem recebido e parece ter uma história bem concreta, então acredito que veremos no futuro Ake ke no Acho sendo serializado, porém ao mesmo tempo caso um autor não faça a história ser mais atrativa, provavelmente o mangá será mais um “Devily-man” dá vida, por isso uma obra simpática que não atrai o interesse de ninguém e acaba sendo cancelada com pouquíssimos capítulos.
Onde ler: Não encontrei nenhum link.
Dondohare conta a história de um garoto que vive na área rural do Japão e tem a habilidade de ver os fantasmas – Essa habilidade começa a ser um problema, quando ele vai morar em uma casa onde uma mulher jovem morreu (Caindo no rio e morrendo afogada), assim essa mulher fica seguindo esse pobre garoto… A história começa a tomar um rumo, quando o protagonista se encontra com uma caçadora de criaturas sobrenaturais, essa caçadora está em busca de um estranho lobo gigante de três olhos que está aterrorizando a cidade, por notar que o protagonista tem habilidades especiais, pede ajuda a ele para que assim, possa achar essa criatura… O resto do capítulo é previsível, o trio (Protagonista preguiçoso, garota bonita e fantasma que serve para deixar as cenas mais engraçadas) vão em busca deste lobo, o encontram e por terminam capturando-o. Após essa rápida missão, decidem continuar unidos.
A história de Dondohare é extremamente clichê, o seu universo também não trás nada de novo, mesmo que continue interessante, os personagens também não são nada demais, porém, mesmo assim não é um one shot ruim – O mangá consegue entreter com ótimas piadas, que conseguem aproveitar de forma eficiência as situações que os personagens estão passando, e os protagonista, mesmo não sendo nada demais, conseguem em vários momentos te fazer rir, justamente pela capacidade do autor em conseguir entregar boas piadas em um tempo correto. Quando o assunto é ser um B-Shounen, Dondohare fica ainda mais para trás, já que as cenas de ação, mesmo tendo alguns quadro muito bem desenhados, não consegue deixar o leitor eufórico, como um bom B-Shounen consegue fazer, e por fim o autor precisa adotar uma arte um pouco mais limpa, até mesmo Tabata Yuuki de Black Clover teve que polir mais sua arte, já que o público da Shonen Jump está preferindo artes bem mais limpas e digitalizadas.
Minha nota: 3 / 5
Nota da 2ch (Fórum japonês): 3.37 / 5.00
Chance de Serialização: Altas. O mangá conseguiu uma nota bem alta para um one shot, pelo que tudo indica o público japonês gostou bastante da obra e vejo ele sendo serializado no próximo ano, quem sabe já no primeiro semestre. O que pode ser uma pedra no caminho da obra é justamente pelo fato do estilo da obra entra perfeitamente naquela categoria de obras que tem one shots bem recebidos, porém as suas séries são fracassadas (Como é o caso por exemplo de Mitsukubi Condor)… Deste modo, caso o autor não apresente um combo de 3 ou 4 capítulos de fato interessantes para os editores, talvez eles decidam não serializa-lo. Eu estarei torcendo para que Dondohare consiga estrear na Weekly Shonen Jump, mesmo eu vendo vários defeitos, a obra parece bem simpática e conseguiu agradar o público japonês, o que já é um passo gigantesco.
Onde ler: MangaHead (Raw)
Quando eu soube que teria um novo one shot de Shiibashi (Autor de Nurarihyon no Mago) e desta vez seria sobre futebol, eu comemorei no meu quarto exatamente desse modo, mas como todo mundo sabe, alegria de pobre dura pouco. Ground Move Ultimate conta a história de um garoto que após passar vários anos na América do Sul, está de volta ao Japão, logo quando chega na terra do sol nascente, é desafiado para participar de um duelo de futebol de rua – E é nesse momento que o mangá começa a perder sua linha, o duelo é extremamente exagerado, o protagonista para roubar a bola faz certas jogadas que só somente o Luffy poderia fazer de tamanha elasticidade necessária para conseguir realizar-la… O vilão tenta de qualquer modo vencer o protagonista, mas fica claro ao longo das páginas que ele é muito superior, porém um desafio surge, o goleiro! (Para quem não sabe, o duelo acontece em uma arena fechada e tem um golzinho, por isso o goleiro cobre todo o gol), para conseguir vencer-lo, o protagonista dá um salto no ar e fazendo uma acrobacia fantástica consegue chutar a bola na grade da arena, fazendo que a bola vá ricocheteando pela arena até que consiga de forma genial entrar no gol.
Logo entendemos que “Ground Move Ultimate” passa longe de ser um mangá de futebol de rua, a obra é na verdade um one shot de luta com uma bola no meio (O que é comprovado pelo flashback mais patético que vi na minha vida, onde o protagonista para explicar como adquiriu essas incríveis habilidades, lembra de sua passagem na América do Sul, onde enquanto joga bola, vai desviando dos tiros dos bandidos que estão tentando mata-lo). Para piorar fica claro que Shiibashi precisa melhorar em sua técnica de movimentação, por mais que ele tente dar a sensação que os jogadores estão movimentando a bola, todos os quadros parecem estáticos. Ground Move Ultimate é um gigantesca decepção, principalmente por vim de um autor talentoso que poderia entregar uma grande obra de futebol… Por gostar muito do autor, estarei torcendo para que Ground Move Ultimate não acabe sendo serializado.
Minha Nota: 1 / 5
Nota da 2ch (Fórum Japonês): 2.27 / 5.00
Chance de Serialização: Medianas. O mangá teve uma recepção ruim, porém a obra vem de um autor famoso e ainda por cima é de futebol, infelizmente a Shonen Jump tem um histórico de serializar obras de futebol mesmo que tenham sido mal recepcionadas, deste modo eu devo dizer que as chances de vermos Groud Move Ultimate na revista são medianas, tendo como empecilho a sua má recepção. Caso seja serializado, eu estarei torcendo para que Shiibashi dê uma grande melhorada na obra, pois não quero ver o autor tendo um segundo fracasso seguido, o que pode ser mortal para a sua carreira de mangaká.
Onde ler: Não encontrei nenhum link.
Haeniwa no Zig Zag é um dos one shots mais interessantes lançados nesse período – Haeniwa no Zig Zag conta a história de um homem que usando seus poderes sobrenaturais decide ajudar as pessoas no Japão… Os seus poderes são relacionados a sementes e árvores. O autor consegue coletar das pessoas como fosse uma “semente da vida”, com essa semente coletada consegue fazer nascer árvores, que ele usa para criar armas ou mesmo para nascer no lugar mais improvável possível uma árvore. A história começa com uma senhora pedindo para que o protagonista cuide do seu marido, cuidando dele, o nosso “herói” consegue coletar uma semente de árvore, e assim monta o seu martelo e parte para uma segunda missão, a principal deste one shot – Uma garota está pensando em se matar, porque não está aguentando mais viver na tão exigente sociedade japonesa, assim, com o suporte de um “amigo”, ela vai se enforcar no topo de um prédio… Quando ela ia se jogar do prédio, com a corda no pescoço, aparece o protagonista que faz com que uma arvore prenda ela, não deixando ela despencar do prédio… Logo após, o protagonista da uma lição no garoto que estava apoiando o suicídio da sua “amiga” e conversa com a menina como vale a pena viver.
Logicamente, Haeniwa no Zig Zag trata o assunto do suicídio de maneira bem simplicista e leve, mas isso porquê, provavelmente a Shonen Jump não deixaria que tratassem a obra de maneira mais pesada, já que o suicídio é um assunto muito delicado no Japão (Não podemos esquecer que o Japão é o mais com maior número de suicídio entre jovens, inclusive o dia de volta as aulas, é conhecido no Japão como um dia de um grande número de suicídio, já que muitos jovens não aguentam mais a pressão que tanto a sua família quanto a escola exigem). Porém, o simples fato do autor querer tratar do assunto já faz com que o mangá ganhe o meu respeito. O protagonista também é bem interessante, por mais que não seja muito engraçado, ele te faz rir em vários momentos e suas habilidades é bem única e pode fazer com que a série no futuro tenha várias cenas bem interessantes, tudo depende da criatividade do autor em criar novos casos para o protagonista. Haeniwa no Zig Zag é uma obra interessante, que decide tocar em assuntos delicados e que apresenta uma história bem cativante que pode adicionar muito a história, espero que seja serializado.
Minha Nota: 5 / 5
Nota na 2ch: 4.00 / 5.00
Chances de Serialização: Altíssimas. O mangá foi muito bem recepcionado na 2ch (Incrivelmente a maior recepção do ano até agora), o único empecilho para o mangá é justamente o seu plano de 3 capítulos, temos muitas séries que em seu one shot trata algum assunto delicado, mas logo quando vira série, o autor não consegue criar novos casos tão interessantes quanto o one shot – Caso os editores logo percebam que Haeniwa no Zig Zag não consiga se sustentar como série, talvez mesmo com a boa recepção, prefiram serializar uma outra série, assim deixando Zig Zag na geladeira… Se isso acontecer, só espero que o mangá que se torne o substituto não seja o nosso querido Ground Move Ultimate.
Onde ler: MangaHead (Raw).
Em comemoração ao aniversário de Toriko, Shimabukuro lançou o one shot chamado “Warai no Kagami” que é uma comédia sobre deuses que descobrem que são na verdade “Deuses da risada” e saem em busca do significado deste título – Warai no Kagami não convence, é simples, em apenas 19 páginas, Shimabukuro repete a mesma piada várias vezes, para piorar muitas das piadas repetidas são das mais clichês e infantis possíveis – Homens de sunga fazendo posições bizarras, piadas com cocô, entre outros tipos de piadas que já não fazem rir a mais de 200 anos (Se um dia fez rir). A única piada que me fez esboçar um sorriso foi o jeito em que os deuses trouxeram a paz ao planeta terra, de resto, foi um one shot de pura vergonha alheia.
O que é uma pena, pois Shimabukuro é um dos autores mais talentosos quando o assunto é criar cenas de comédia, talvez ele tenha perdido um pouco a mão, nesse período que ficou escrevendo Toriko, porém, na época de Takeshi!, o autor conseguia fazer várias jogadas geniais que faziam o leitor cair na gargalhada. Warai no Kamigami é daquelas histórias que tem um potencial enorme para serem engraçadas, porém, o fato do autor não saber adicionar bem as piadas e pior, apostar em piadas batidas e sem graça, estragou toda a experiência que essa ótima ideia poderia nos entregar… Mas eu deveria prever que não seria uma obra tão boa quando já na página colorida, o autor aposta em uma piada sobre cocô (O cajado do deus).
Minha Nota: 0 / 5
Nota da 2ch: 0.89 / 5.00
Chances de Serialização: Quase nulas – Tudo bem que o autor está terminando Toriko e seu próximo projeto poderia ser justamente Warai no Kamigami, porém esse one shot foi tão, mas tão mal recepcionado que duvido, caso Shimabukuro queira voltar para a comédia, que irá escolher justamente essa obra – O que para mim é uma ótima notícia, porque eu tenho quase certeza absoluta que caso Warai no Kamigami fosse serializado, não conseguiria durar nem 10 capítulos, seria um dos cancelamentos mais rápido da história da Weekly Shonen Jump (Essa aceitação do One Shot comprova isso)
Onde ler: Manga Fox (Inglês)
Chegamos ao último one shot, Tengu Police, não consegui entender perfeitamente o roteiro de Tengu Police, mas pelo que tudo indica, conta a história de um homem com mascara que está a procura desse cara deformado – Esse vilão deformada quer ter um livro para assim poder conseguir utilizar-lo para dominar as pessoas, fazendo que de algum modo elas fiquem ao seu mercê (E adquirem também a sua forma asquerosa) – Assim o homem mascaro, mais o seu amigo (Que é o protagonista da história) vão atrás desse vilão. Após encontra-lo, acontece uma pequena luta e o mascarado consegue vencer o vilão, fazendo assim que tudo termine bem.
Tengu Police tem uma leve carga de investigação, porém passa longe de ser um mangá do gênero – É somente mais um B-Shounen ambientado no mundo real… O seu ponto forte? Com certeza é o design do autor, que consegue desenhar vários personagens esteticamente interessantes, porém, ao mesmo tempo, o autor peca por sua arte ser extremamente instável, por apresentar uma luta que não é nem um pouco emocionante e por fim, uma história que tenta fugir do clichê, porém não consegue empolgar o leitor. Tengu Police é somente mais um one shot medíocre, que tu alguns minutos após ler-lo, esquece da sua existência. Entre a infinidade de obras marcantes que estão na espera de terem uma chance de serializado, Tengu Police está claramente um passo atrás.
Minha Nota: 2 / 5
Nota da 2ch (Fórum Japonês): 1.77 / 5.00
Chances de Serialização: Baixas. O one shot teve uma recepção ruim. O autor também não é famoso, muito pelo contrário, é um novato que ninguém conhece, então as chances de terminar sendo serializado são baixas, porém não impossível… O mangá mesmo assim pode acabar apresentando um combo de três capítulos bem interessante, por isso mesmo que o one shot tenha tido uma recepção ruim, os editores por acreditarem no potencial da obra, podem acabar serializando… Quem está torcendo por Tengu Police, não deve perder as esperanças.
Onde ler: Bezald Family (Raw)