Nos anos 70 começou aumentar muito a popularidade dos mangás no Japão, cada vez mais lançar uma “Magazine de Comics” se tornava vantajoso, as grandes publicadoras e editores já tinham quase todas ao menos alguma revista “Shounen” no seu editorial – Porém quando foi analisar o seu mercado, a Shueisha reparou que não estava conseguindo apanhar muito bem o público mais jovem adulto, leitores de mangás “Seinen”.
Praticamente, todo o público se centrava em apenas duas revista, Weekly Manga Action (1967) da Futabasha, revista pioneira no estilo que teve como principal revelação, o clássico dos clássicos, Lupin III, e a Monthly Big Comics (1968) que depois se tornou quinzenal, revista publicada pela Shogakukan. Estas duas revistas nos anos 70 eram as principais magazines no estilo Seinen. Vendo este mercado ainda não muito bem explorado, contudo em crescimento, a Shueisha decidiu lançar a Weekly Young Jump.
A primeira edição de “WYJ” foi lançada em 1979 e imediatamente conseguiu chocar o público por ser bem mais sexualizada e violenta, superando até os padrões “seinens” que a Big Comics e a Manga Action apresentaram. Alguns meses depois foi lançado a Young Magazine que vinha para concorrer neste universo que estava em plena expansão – Não podemos dizer que a Young Magazine foi atrás do sucesso imediato da Young Jump, pois a diferença de tempo do lançamento da primeira edição de uma para outra, é muito pequeno, mas é inegável que a Young Magazine copiou alguns elementos que viram dando certo na revista inimiga. Com o sucesso da Young Magazine, a Kodansha lançou mais uma outra revista semanal no estilo em 1982, a Weekly Morning.
Neste universo tão concorrido, as editoras começaram uma briga enorme para cada uma delas lançar um mangá de sucesso na área, logicamente sem depender dos animes – A Big Comics estava totalmente soberana no mercado, conseguindo mesmo sendo quinzenal vender mais que as demais. Os anos 80 foram passando, as revistas foram se tornando cada vez mais populares e a dominação da Big Comics caindo.
A Weekly Young Jump foi aos poucos melhorando, mas não conseguiu explodir em vendas, pois mesmo sendo interessante, não conseguia lançar nenhum mangá que fosse um verdadeiro sucesso absoluto, um mangá que todos estivessem falando nas ruas. Haviam alguns mangás de prestígio na revista como Hen (Hiroya Oku), Mad Bull 34, Minna Agechau, Nozomi Witches, Osu!! Karate Bu e Spirit Warriors, todos estes mangás tinham bastante prestígio e foram lançados na década de 90, porém não conseguiam ser um super sucesso que fizesse várias pessoas comprarem a revista loucamente, como Dragon Ball fez com a Shonen Jump. Já a Young Magazine disparou em sucesso, assim se tornando o trio forte: Manga Action, Young Magazine e Big Comics… Young Jump ficou correndo por trás.
A situação começou a mudar no começo dos anos 90 com a chegada do sucesso absoluto, MazinSaga de Go Nagai que já havia lançado outros mangás na revista, mas foi com este que o autor se “marcou” na revista. Porém foi somente nos meados dos anos 90 que a situação começou a mudar para a Weekly Young Jump, a revista começou lançar vários mangás que conseguiram fazer bastante sucesso no Japão, entre eles havia Tough, Kirara, Samurai Gun, Hotman, Colorful, Salaryman Kintaro, entre muitos, mas muitos outros sucessos. A Young Jump de uma vez por toda se estabeleceu no cenário do mundo do Seinen, conseguindo incomodar revista como Young Magazine e Big Comics (A Manga Action já estava em decadência nos anos 90).
Foi na década de noventa, com o crescimento da Young Jump que a revista lançou seu primeiro spin-off que foi a Ultra Jump, que fez tanto sucesso que depois se tornou uma revista própria, desvinculada da Young Jump e lançada mensalmente. A Ultra Jump mesmo assim mantém uma ótima relação de amizade com a Young Jump, abrigando vários mangás que anteriormente estava na sua revista “mãe”.
Com uma revista mais famosa, a Shueisha teve oportunidade de contratar melhores autores e também mais novatos talentosos começaram a procurar-la. Nos anos 2000 aconteceu a verdadeira grande explosão da Young Jump, com o claro sucesso da série “Gantz” que foi até vendida no Brasil pela Panini, a revista decolou em vendas, juntamente com Gantz de Hiroya Oku, fiel companheiro da Shueisha e um dos principais autores da revista, vieram Zetman, Rozen Maiden, Sky High, Elfen Lied, Addicted to Curry, 81 Diver, Real, Kamen Teacher, e muitos outros grandíssimo sucessos. A revista deu um salto enorme de qualidade, sempre comandando pelo claro sucesso Gantz que também se configurava entre os mangás mais vendidos todos os anos.
Finalmente a revista lutava em igual com a Young Magazine e com a Big Comics – A Weekly Morning não conseguia alcançar o ritmo dos demais, mesmo com Vagabond de Inoue não conseguia “emplacar”, já a Manga Action teve uma queda de vendas tão grande que teve que deixa de ser semanal para se tornar quinzenal.
Atualmente a Young Jump continua lutando igualmente com Young Magazine e Big Comics, todas as três vendendo na casa dos 600 mil unidades, com a Big Comics vendendo somente um pouco a mais que as suas outras duas inimigas. O seu carro chefe também mudou, não é mais Gantz e sim Kingdom que é uma série de sucesso enorme, mas outros mangás conseguem vender tão bem quanto Kingdom, que é Terra Formars, Tokyo Ghoul, Real e Zetman. Podemos dizer que atualmente estamos no período de ouro da revista, onde ela finalmente conseguiu emplacar vários sucessos enormes, podendo ainda aumentar mais ainda sua capacidade.
Mesmo sendo uma revista mensal, a Young Jump segue um estilo mais “revista brasileira”, no sentido de não haver uma capa dura lateral, como são as dos volumes do mangá e sim uma lateral curvada, como as revistas que você encontra nas bancas, suas páginas são todas brancas, não mudando de cor (Na Shonen Jump por exemplo, em uma edição temos páginas brancas, rosadas, amareladas e azuladas), mantém a tradição de lançar modelos nas capas para chamar o público e por fim mantém o seu aspecto semanal.
Em 2013 foi lançado um novo Spin-Off Bimestral da revista, chamado Miracle Jump, onde é lançado vários One-Shots, mas principalmente várias séries que por algum motivo não foram lançadas na sua revista mãe. A revista Miracle é um sucesso de vendas e tem várias outras interessantes sendo lançadas nela, uma delas é o grande sucesso Tiger & Bunny.
A tendência da revista é crescer cada vez mais, pois esta lançando vários animes, mesmo que de qualidade duvidosa, como foram as animações de Terra Formars, Kingdom e Tokyo Ghoul – No ano de 2015 já tem confirmado a segunda temporada de Tokyo Ghoul, que foi o quarto mangá mais vendido no Japão, só perdendo para One Piece, Shingeki Kyojin e Haikyuu!! respectivamente e também tem confirmado um anime de Himouto! Umaru-Chan. Se a revista vai finalmente se tornar a mais vendida do gênero, depende também da line-up das inimigas, mas é certo que se depender somente de si mesma, o futuro da Young Jump reserve muito mais sucessos e muitos mais mangás fantásticos.