“Tudo o que eu quero é ser aceito”
Ninguém lança uma obra, seja do que for, simplesmente por lançar – O autor a divulgar o seu produto, tenta cativar o público, fazê-lo gostar da sua cria… Por isso é pura bullshit a falácia: “Escrevo por mim, e não pelos outros” – Caso você esteja publicando, divulgando, distribuindo a sua criação, é lógico que você escreveu pensando no que os leitores acharão.
Deste modo, que cada autor procura uma aceitação é bem óbvio, porém o que coloco em questão e critico fervorosamente é quando o mesmo distorce toda a sua obra original para agradar alguns fetiches dos fãs… Apostando em uma comédia exagerada, fanservice bem irritante e outros meios para agradar um público alvo.
A verdade é que o autor deve saber equilibrar, não tem nenhum mal colocar uma página “ousada” no meio de uma luta entre duas mulheres ou mesmo uma cena com Ecchi bem engraçada, o problema é quando o autor começa a utilizar estes elementos desesperadamente para conseguir manter um certo público ainda interessado no mangá.
O maior exemplo disto é Fairy Tail – Não é nenhuma novidade eu criticar o mangá, Mashima a um bom tempo transformou Fairy Tail é um festival erótico, um Ecchi praticamente. Distorcendo e jogando fora todos os aspectos positivos que haviam na série.
Mas porque alguns autores fazem isso? A verdade é que muitas histórias não conseguem se sustentar após 100 capítulos (Algumas até menos que isso), assim o autor deve por obrigação a colocar cenas bobas para conseguir prender o leitor, enquanto empurra com a barriga toda a história.
É um modo de distração para que os leitores não percebam quanto ruim está o mangá, apostando na estupidez de grande parte do público otaku japonês que ama essas cenas – A procura pela aceitação se torna tão primordial que o autor se rebaixa a níveis ridículos só para manter seu mangá vivo.
Vários outros mangás adotam este tipo de estratégia, um mais atual é Nisekoi que acabou de ganhar anime (Um anime que não conseguiu aumentar a popularidade do mangá, pelo jeito) – É triste, de fato, muito triste ver toda uma boa história sendo jogada fora por causa de um público besta.
Em um ambiente tão competitivo, onde um mangá que não é popular é cancelado em apenas 3 meses, é necessário sim suar artifícios para conquistar o público, mas existe muitos modos mais criativos e interessantes do que a sexualização da série.
No final, nesse ambiente cruel vários mangás são esquecidos, abandonados… Mangás bons, como por exemplo Sket Dance e mais atualmente, Beelzebub (#LutoForBeel) – Enquanto alguns mangás relativamente ruins, mas que apostam em artifícios ridículos para agradar os fãs.
É lógico que por exemplo Beelzebub também teve sua culpa no cancelamento, quando o autor pensou que os fãs gostariam de capítulos mais simples, somente voltados a comédia – Acreditou que a aceitação do público viria desta moda, quebrou a cara e teve seu mangá cancelado.
A verdade é que cada autor segue seu instinto, suas vontades (Algumas vezes também pressionadas pelos editores da revista), e faz o que achar melhor para agradar o público… Algumas vezes desviando da proposta inicial do mangá.
A aceitação do público é necessária, mas quanto você se rebaixaria para alcança-la?